Renováveis

Atraso na integração eólica e solar pode comprometer 15% da geração até 2030

Se a variabilidade das fontes for compensada por combustíveis fósseis, a agência projeta reduções significativamente menores nas emissões de CO2 nas metas globais.

Linhas de transmissão. Crédito: Ricardo Botelho, MME.
Linhas de transmissão. Crédito: Ricardo Botelho, MME.

O avanço acelerado das fontes eólica e solar demanda um novo momento de esforços dos países para garantir a sua integração aos sistemas de energia, de acordo com um novo relatório da Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês).

Segundo o levantamento, atrasar a implementação de medidas para suporte à integração das renováveis pode comprometer 15% da geração de eletricidade das fontes eólica e solar até 2030, e reduzir cinco pontos percentuais de sua participação no mix global de eletricidade.

Se a variabilidade das fontes for compensada por combustíveis fósseis, a agência projeta reduções significativamente menores nas emissões de CO2 nas metas globais.

“A energia solar fotovoltaica e a eólica são tecnologias cruciais para a descarbonização — especialmente no setor elétrico, onde respondem por dois terços das reduções nas emissões de dióxido de carbono (CO2)”, aponta o relatório.

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Entre 2018 e 2023, a capacidade solar fotovoltaica e eólica em todo o mundo mais que dobrou, assim como sua participação na geração de eletricidade. Estimulada por políticas governamentais e reduções contínuas de custos, a capacidade das renováveis deve manter rápida expansão até 2030.

“Exigirá medidas proativas globalmente, à medida que a absorção de renováveis ​​continua acelerada”, diz trecho desse que é o primeiro balanço global de esforços para integrar energias renováveis ​​variáveis.

O relatório apresenta um primeiro inventário global de medidas de integração em 50 sistemas de energia, que juntos respondem por quase 90% da geração global de energia solar e eólica.

Entre as medidas litadas, a IEA aponta o aumento da flexibilidade dos ativos existentes e de seus sistemas de previsão, a serem implementados gradualmente, já numa tendência de serem suficientes.

Os sistemas mais desafiadores tendem a ser os que possuem altos níveis de penetração eólica e solar. Contudo, países pioneiros, como a Dinamarca, Irlanda, Austrália e Espanha, já estariam encontrando maneiras de abordar essas questões.

“O desenvolvimento de tecnologias de armazenamento e novas redes elétricas, por exemplo, está desempenhando um papel importante no gerenciamento de variações na produção solar fotovoltaica e eólica ao longo do dia e entre as estações”, indica o estudo da IEA.

Além disso, aponta que a maioria das soluções tecnológicas para lidar com obstáculos de estabilidade e flexibilidade já estão maduras ou próximas da maturidade, e sua implementação bem-sucedida está relacionada a políticas e ações regulatórias apropriadas, em vez de novos avanços tecnológicos.

“Mesmo assim, incorporar níveis mais altos de renováveis ​​variáveis ​​em sistemas de energia requer repensar as maneiras pelas quais eles têm sido tradicionalmente planejados e operados. Isso exigirá medidas proativas globalmente, à medida que a absorção de renováveis ​​continua acelerada”, conclui o relatório da Agência Internacional de Energia.

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