Os efeitos da mudança climática estão severos no Brasil, mas no que se refere ao abastecimento de energia elétrica para os próximos meses, pelo monitoramento até agora, o país não vive o risco de uma crise como ocorreu em outras secas.
O desafio na atual estiagem é administrar a oferta no período de ponta, nas primeiras horas da noite. As soluções, porém, vão muito além de medidas emergenciais, como a volta do horário de verão, e estão atrasadas. Esse é o diagnóstico de especialistas do setor ouvidos pela Folha de S. Paulo.
Como o cenário de pressão na ponta tende a se estender ao longo do verão, com efeito sobre os reservatórios de hidrelétricas, o temor no setor é que esse desafio, que deveria ajudar no aperfeiçoamento do modelo de operação do sistema, acabe servindo só para justificar que o consumidor pague por um grande número de térmicas caras, muitas delas desnecessárias ou até prejudiciais.
“A gente precisa tomar muito cuidado neste momento porque parece existir um movimento articulado para inflar uma sensação de crise, assustar a sociedade e promover uma contratação de termelétricas desnecessárias, que vão, por anos, encarecer a energia no Brasil e, a depender da modelagem, ainda vão carbonizar a matriz energética brasileira, que hoje está entre as mais limpas do mundo”, afirma Paulo Pedrosa, presidente da Abrace, entidade que reúne os maiores consumidores industriais do país.
O risco, explicam diferentes especialistas ouvidos pela Folha, vem do fato de que vários contratos de térmicas a óleo combustível e diesel, por exemplo, estão vencendo. O equivalente a 1,4 GW (Gigawatts) em contratos termina neste ano. O Congresso analisa a prorrogação de subsídios para térmicas a carvão, o que geraria custo extra na conta de luz de R$ 92 bilhões até 2050 e pioraria o efeito da mudança climática, que já deixou o Rio Grande Sul debaixo d’água e agravou as queimadas no país.
Danos das enchentes no Rio Grande do Sul chegam a R$ 87 bilhões, diz BID
Os danos econômicos da tragédia ambiental que aconteceu em maio no Rio Grande do Sul e matou 182 pessoas estão avaliados em R$ 87 bilhões. O impacto, diluído em um ano, representa 1,8% do PIB em 2024.
A avaliação é de uma missão de técnicos do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Banco Mundial, Cepal e governos federal e do Rio Grande do Sul. O número foi divulgado ontem (22/9), em Nova York, por Ilan Goldfajn, presidente do BID. (Valor Econômico)
Tempo seco e previsão de chuva abaixo da média acendem alerta após 10 anos da crise hídrica em São Paulo
A previsão de chuva abaixo da média para parte do Sudeste nos próximos meses acende alerta, mas ainda não representa uma surpresa ruim como o verão seco que antecipou, há dez anos, a crise hídrica em São Paulo.
Especialistas ouvidos pela reportagem do Valor Econômico afirmam que o estado ganhou margem de manobra com o legado de 2014 e 2015, mas ainda precisa ampliar sua resiliência para reduzir a dependência de chuvas.
O alerta já soou para o governo Tarcísio de Freitas (Republicanos), que acelerou medidas contra o risco de desabastecimento de água. Já a Sabesp, responsável pelo abastecimento na região metropolitana de São Paulo, descarta risco de desabastecimento mesmo após a previsão de chuva abaixo da média.
Rio Acre volta a baixar e atinge menor nível da história em Rio Branco
Nunca o rio Acre registrou um nível tão baixo como o verificado no último sábado (21/9) em Rio Branco, capital do estado, informa o Valor Econômico. O recorde anterior tinha sido registrado na sexta-feira (20/9), quando as medições apontaram cota de 1,25 metro e igualaram o, até então, menor nível da história, que havia sido computado há quase dois anos, em 2 de outubro de 2022.
A redução contribui para agravar ainda mais a crise hídrica no estado do Norte, que ocorre devido à falta de chuvas e o consequente prolongamento do período seco. O manancial em Rio Branco está com menos de 2 metros há cerca de 90 dias. Em 12 de agosto, por exemplo, atingiu 1,37 m.
Debate sobre revisão dos contratos de concessão de gás canalizado chega ao RS
Durante o processo de revisão tarifária da Sulgás (Companhia de Gás do RS), a área técnica da agência reguladora do Rio Grande do Sul (Agergs) recomendou que o estado revise o atual contrato.
Sugere que sejam incorporados, via aditivo, mecanismos que estimulem “a eficiência, a modicidade tarifária e o justo retorno dos investimentos”, conforme reportagem da Agência Eixos.
A área técnica da Agergs questiona o crescimento expressivo da margem de distribuição, ano a ano, desde a privatização da Sulgás em 2022, quando a companhia teve seu controle assumido pela Compass.
A recomendação ainda precisa passar pelo crivo do conselho superior da agência, até que seja encaminhada, de fato, ao governo estadual.
A reportagem destaca que uma discussão é semelhante com a que ocorre em Sergipe, onde a Agrese, o regulador estadual, abriu em julho uma audiência pública sobre a possível adequação do contrato da Sergas.
Nos dois estados, os reguladores argumentam que os contratos, assinados nos anos 1990, estão desatualizados; que o arcabouço regulatório evoluiu e que mecanismos de eficiência já foram adotados em outros estados.
A plataforma P-19 da Petrobras fica inclinada a 179 km da costa na Bacia de Campos
A Plataforma P-19, da Petrobras, está enfrentando um problema que levou a uma inclinação em alto mar, por volta do meio dia de sábado (21/9). Ela está localizada a 179 km da costa da cidade de Campos, no Campo de Marlim, segundo informou a companhia.
Segundo a Petrobras, a plataforma “sofreu uma inclinação acidental enquanto realizava uma manobra de estabilidade”. Ainda de acordo com a estatal, a situação foi rapidamente normalizada, sem mais ocorrências. (Petronotícias)
Chuva extrema e incomum forma lagos no deserto do Saara
O deserto do Saara é famoso por suas paisagens áridas e estéreis que, em algumas áreas, recebem apenas alguns poucos milímetros de chuva por ano, conforme descreve reportagem do portal Metsul. Ainda assim, quando chove no maior deserto não polar do mundo, certamente pode chover torrencialmente e foi o que ocorreu nas últimas semanas, tal como era previsto.
O exemplo mais recente disso veio na forma de um ciclone extratropical que atravessou o Noroeste do Saara em 7 e 8 de setembro e encharcou grandes áreas sem árvores do Marrocos, Argélia, Tunísia e Líbia, que raramente recebem chuva.
Embora grande parte da chuva tenha caído em áreas escassamente povoadas, as notícias indicaram que várias aldeias no Marrocos enfrentaram inundações repentinas destrutivas, estradas danificadas e fornecimento de eletricidade e água interrompido.
PANORAMA DA MÍDIA
Folha de S. Paulo: Os efeitos da mudança climática estão severos no Brasil, mas no que se refere ao abastecimento de energia elétrica para os próximos meses, pelo monitoramento até agora, o país não vive o risco de uma crise como ocorreu em outras secas. O desafio na atual estiagem é administrar a oferta no período de ponta, nas primeiras horas da noite. As soluções, porém, vão muito além de medidas emergenciais, como a volta do horário de verão, e estão atrasadas. Esse é o diagnóstico de especialistas do setor ouvidos pela Folha.
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Valor Econômico: A combinação de investimento em imóveis com o pagamento regular de dividendos, somada à isenção de Imposto de Renda (IR), foi infalível para tornar os fundos imobiliários (FIIs) um “hit” entre pessoas físicas no Brasil, fato que levou essa indústria ao crescimento independentemente dos juros mais altos.
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O Globo: O número dois do Hezbollah, Naim Qasem, afirmou ontem (22/9) que o grupo xiita libanês entrou numa “nova fase” na batalha travada contra Israel desde a eclosão da guerra na Faixa de Gaza, há quase um ano.
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O Estado de S. Paulo: O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem ampliado o uso de fundos públicos e privados para turbinar a concessão de crédito barato e elevar os gastos sem esbarrar nas limitações impostas pelo arcabouço fiscal. A prática geralmente é viabilizada por meio da alteração ou aprovação de leis e, portanto, conta com o aval do Congresso.