Fora do Combustível do Futuro

‘Acho que ficaram com medo de nós’, diz Magda Chambriard sobre diesel R

Vale deve comprar o diesel coprocessado da Petrobras, em parceria que também deve incluir bunker com conteúdo renovável para navegação

Magda Chambriard, presidente da Petrobras
Magda Chambriard, presidente da Petrobras | Fernando Frazão/Agência Brasil

O diesel coprocessado da Petrobras, chamado diesel R, que é produzido misturando matéria renovável ao óleo fóssil durante o refino, deve ser objeto de um contrato com a Vale. A informação é da presidente da estatal, Magda Chambriard, que antecipou a parceria em evento com a imprensa nesta segunda-feira, 14 de outubro, na sede da estatal, no Rio de Janeiro.

Segundo a executiva, a parceria também incluirá o bunker coprocessado produzido pela Petrobras – a estatal consegue chegar a até 24% de matéria renovável neste combustível.

“Com a quantidade de barcos que a gente tem, com a quantidade de barcos que a Vale tem, você falar em alguma coisa de bunker com 24% renovável. Essa é uma parceria que ajuda a descarbonizar não só a indústria do petróleo, como a indústria de mineração do Brasil”, disse Chambriard.

O diesel R é patenteado pela Petrobras, e ficou de fora da lei Combustível do Futuro, apesar dos aumentos na participação de biodiesel no diesel e dos incentivos ao diesel verde que a lei traz. “Acho que eles ficaram com medo de nós”, disse a presidente da Petrobras.

Atualmente, o diesel R tem 5% de matéria renovável mas, segundo Chambriard, pode aumentar “facilmente” até 10% com possibilidade de atingir 20% de óleo vegetal ao óleo fóssil.