A Enel, empresa responsável pelo fornecimento de energia em São Paulo, anunciou o reforço de técnicos vindos de outros países para ajudar a reverter o apagão que deixou pelo menos 2,1 milhões de pessoas sem luz na capital e na região metropolitana. Até às 18h30 de ontem (14/10), cerca de 340 mil clientes permaneciam sem energia quase três dias depois de tempestade.
O reforço internacional de outras distribuidoras começou a chegar ao Brasil ontem. Os profissionais do Chile e da Argentina já iniciaram os trabalhos, segundo informou a Enel ao portal UOL. Os da Itália e Espanha devem iniciar nesta terça-feira (15/10). Ao todo, são 65 técnicos que vieram para reforçar os trabalhos em áreas afetadas.
Cinco distribuidoras reforçarão Enel em plano de emergência de São Paulo
A Enel se comprometeu com o governo a contratar mais 700 eletricistas, passando de 1.800 para 2.500 o número de profissionais próprios em campo para tentar resolver o problema da falta de energia em São Paulo e na região metropolitana.
Além da Enel, Neonergia, Energisa, CPFL e Light enviarão outros 400 eletricistas, o que garante quase três mil homens trabalhando na recuperação do sistema em São Paulo – que contará ainda com mais de 200 veículos e 50 equipamentos fornecidos. A EDP também aderiu ao pacto. Duas transmissoras também enviarão reforços, Eletrobras e ISA Cteep. (Folha de S. Paulo)
Governo Lula abre investigação contra Aneel por apagão e notifica gestão Nunes sobre árvores
O governo federal informou ontem (14/10) que abriu uma auditoria para investigar como a Agência Nacional de Energia Elétrica tem feito a fiscalização da Enel. Há o entendimento de que houve falha na fiscalização.
O governo Lula também vai notificar a prefeitura da capital paulista para que dê explicações em até três dias sobre a alegação da concessionária de que a queda de árvores, que seguem bloqueando vias e fiação, impedem o restabelecimento total do serviço. (Folha de S. Paulo)
Ministro dá 3 dias para Enel restabelecer energia e ataca Aneel e prefeito
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD-MG), afirmou que a Enel São Paulo terá três dias para restabelecer a energia na maior parte da cidade de São Paulo. Em entrevista coletiva sobre o apagão nesta segunda-feira (14), ele também atacou a atuação da Aneel e do prefeito Ricardo Nunes (MDB) na crise. (Valor Econômico)
Furacões consecutivos põem questão climática no centro da eleição dos EUA
Os golpes catastróficos consecutivos dos furacões Helene e Milton no sudeste dos EUA estão remodelando a corrida presidencial, colocando os desastres climáticos em primeiro plano na reta final das campanhas da vice-presidente Kamala Harris e do ex-presidente Donald Trump.
Em entrevistas, redes sociais e discursos de campanha, Kamala Harris, a candidata democrata, e o republicano Trump estão falando cada vez mais sobre a mesma coisa – furacões e a resposta a desastres –, mas de maneiras muito diferentes. (Valor Econômico, com informações da agência Bloomberg)
Petrobras anuncia redução de 1,41% no preço do gás natural para distribuidoras a partir de novembro
A Petrobras vai reduzir o preço do gás natural para as distribuidoras em 1,41% a partir de novembro. A queda faz parte das renovações contratuais que ocorrem a cada trimestre.
A informação foi dada por Maurício Tolmasquim, diretor de Transição Energética e Sustentabilidade. Segundo ele, a redução ocorre devido ao câmbio. O executivo lembrou que, desde janeiro, o preço do gás já caiu 17%.
O diretor também ressaltou que a estatal vai incentivar a demanda por gás, oferecendo um desconto de 10% para as distribuidoras que comprarem a molécula em volume acima do patamar de compromisso mínimo.
“É um incentivo à demanda, com um prêmio para as distribuidoras. Trata-se de um desconto de 10% no preço de referência para o consumo acima do compromisso mínimo. Se ultrapassarem esse compromisso, terão esse desconto. Isso visa dar mais incentivo”, explicou o executivo. (O Globo)
Petrobras assina três contratos de concessão na Bacia de Pelotas
A Petrobras anunciou ontem (14/10) que assinou os três contratos de concessão restantes dos blocos na Bacia de Pelotas adquiridos juntamente com a Shell e a Cnooc.
O consórcio, referente aos blocos adquiridos no 4º ciclo de licitações da oferta permanente, terá a Petrobras como operadora, com participação de 50%, tendo a Shell com outros 30% e a chinesa Cnooc com 20%. (Valor Econômico / Agência Petrobras)
Petrobras avalia mudanças para distribuição de dividendos extraordinários, diz diretor-executivo
A Petrobras está avaliando alterações relacionadas ao pagamento de dividendos extraordinários, no âmbito de seu plano estratégico para o período 2025-2029, afirmou ontem (14/10) o diretor-executivo Financeiro e de Relacionamento com Investidores, Fernando Melgarejo.
A alteração poderá contar com uma mudança no atual caixa mínimo de referência considerado atualmente pela petroleira, que hoje é de US$ 8 bilhões. As regras para o pagamento de dividendos ordinários, por sua vez, serão mantidas, já que tanto a companhia quanto os acionistas entendem que estão adequadas, segundo o diretor. “Sobre o (dividendo) extraordinário… ele está sendo avaliado em conjunto com o planejamento estratégico”, afirmou Melgarejo. (Money Times)
Eólicas registram prejuízo de R$ 1,4 bilhão e suspendem investimentos
Reportagem da Folha de S. Paulo indica que as maiores empresas de energia eólica que atuam na região Nordeste do país contabilizam um prejuízo de R$ 1,4 bilhão com seus empreendimentos, rombo financeiro que tem comprometido as operações atuais e que já levou empresas a congelarem planos bilionários de investimentos no país.
A origem do problema envolve desde limitações técnicas e regras do setor elétrico para transmitir a energia produzida pelos parques eólicos do Nordeste, até atraso em linhas de transmissão e subestações, impondo restrições ao que cada gerador poderia entregar.
A Folha teve acesso ao conteúdo de uma reunião feita na última semana de agosto entre executivos das empresas e representantes da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). De acordo com a reportagem, o encontro teve a participação de empresas como CPFL, EDP, Engie, SPIC e Voltalia, donas de grandes parques eólicos no Nordeste. O objetivo era detalhar os prejuízos que cada companhia tem sofrido com o corte imposto na geração, principalmente nos estados do Ceará e Rio Grande do Norte.
PANORAMA DA MÍDIA
Folha de S. Paulo: Levantamentos internacionais que avaliam interrupções de fornecimento de energia mostram que a cidade de São Paulo fica cerca de cinco vezes mais tempo no escuro que municípios atendido pela Enel na Itália, terra natal da empresa. Clientes de Nápoles, Turim e Florença, por exemplo, ficam em média uma hora no escuro no ano. As três cidades estão na área de atuação da E-Distribuzione, subsidiária da Enel para distribuição de energia. Em São Paulo, a taxa é de seis horas e 47 minutos.
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O Estado de S. Paulo: A crise de fornecimento de energia elétrica em São Paulo não é a primeira a ter a empresa italiana Enel no centro da questão. Antes de deixar milhões de paulistas sem o serviço, a companhia já tinha um histórico de problemas em Goiás, e registra falhas e ações movidas pelo Ministério Público em cidades do Rio de Janeiro e do Ceará. A concessionária enfrenta questionamentos até em filiais fora do país, como o caso do braço da empresa que opera no Chile.
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O Globo: O apagão na região netropolitana de São Paulo por causa de uma tempestade na noite de sexta-feira levou a uma troca de acusações entre autoridades de diferentes níveis de governo pelo corte de energia. O governo federal anunciou medidas contra a distribuidora Enel e a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Além de também cobrar a agência, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, discutiu pelas redes sociais com o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, a quem acusou de espalhar notícias falsas. Nunes, para quem “não existe falha da prefeitura” na crise, responsabilizou o ministério e a Aneel. Enquanto isso, 338 mil imóveis continuavam no escuro na segunda-feira.
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Valor Econômico: Um “pacote relevante” de medidas de revisão de gastos deverá ser apresentado neste ano, disse ao Valor um integrante da equipe econômica. A ideia é tratá-las como política de Estado, num esforço que deverá ser feito independentemente do governo que esteja no comando do país. Técnicos trabalham com a possibilidade de as medidas serem anunciadas após as eleições.