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Apagão em SP renova debate sobre impacto das mudanças do clima na rede elétrica – Edição do dia

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Tempestade_/ Crédito: NOAA-on-Unsplash
Tempestade_/ Crédito: NOAA-on-Unsplash

A tempestade que atingiu São Paulo na semana passada e deixou 3 milhões de consumidores sem energia elétrica por até uma semana, tornou urgente a discussão por mudanças na regulação, para prever investimentos em redes de distribuição mais resilientes, num cenário de clima extremo, conforme ressalta reportagem do Valor Econômico.

O tema já era pauta do setor elétrico há alguns anos, mas ganhou força com a ocorrência de dois grandes temporais em São Paulo em menos de um ano, que deixaram no escuro parte da maior cidade do país e colocaram a Enel São Paulo, que atende a 24 municípios, incluindo a capital, sob escrutínio público.

Para Regina Célia dos Santos Alvalá, diretora do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), não só o setor elétrico, mas segmentos que estão expostos ao clima severo, precisam se preparar e se adaptar para uma nova realidade. “O clima de hoje não é o mesmo clima do passado”, alertou Alvalá.

A discussão ganha importância porque as distribuidoras projetam e realizam investimentos, que são remunerados pela tarifa de energia, calculada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Qualquer investimento considerado imprudente não é reconhecido na tarifa, o que faz com que as distribuidoras busquem respaldo na regulação para que possam promover os aportes necessários.

Após atrasos, Angra 3 só deve operar em 2030

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O Valor Econômico informa que a previsão inicial da Eletronuclear para que a usina nuclear Angra 3 começasse a produzir energia elétrica entre 2027 e 2028 não é mais considerada factível pela própria empresa. Os prazos para licitações e assinaturas de contratos, entre outras etapas administrativas, e a própria execução da obra, fariam com que a central só entrasse em operação no fim de 2030 ou na primeira metade de 2031.

Para que as obras prossigam, porém, Angra 3 vai exigir aportes de R$ 23 bilhões e de que responder a questionamentos do Tribunal de Contas da União (TCU), que ainda vê riscos de novos adiamentos.

IA gera demanda substancial por energia, mas é possível descarbonizá-la, diz CEO de empresa que abastece data centers

Em entrevista ao jornal O Globo, Peter Herweck, CEO da Schneider Electric, principal fornecedora global de distribuição elétrica para data centers, disse que até 2028, a participação da inteligência artificial (IA) na demanda global por energia vai dobrar, de 1,5% para 3%. Em quatro anos, até 20% de todo o consumo de eletricidade de data centers deve ser puxado pela tecnologia, prevê o executivo.

Segundo ele, o cenário desafia as metas de descarbonização do setor de tecnologia, que tem aumentado as emissões para dar conta da eletricidade puxada pela IA. Por outro lado, deixa o Brasil “em excelente posição” para atrair centros de dados que possam operar com energia mais limpa.

Em visita ao Brasil, o líder global da companhia falou sobre a necessidade de digitalização da infraestrutura energética no país para que seja possível lidar com a integração de fontes renováveis à rede. Outro desafio são as intermitências geradas pela geração por eólicas e solar.

O executivo acredita que, apesar dos desafios, é possível reduzir as emissões de carbono no aumento do consumo de eletricidade que sustenta a infraestrutura de IA. Para ele, as big techs vão acabar pressionadas a cumprir as metas que assumiram de redução de emissões.

Lula decide indicar Pietro Mendes, secretário do MME, para comando da ANP

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) indicou o secretário de Petróleo e Gás do Ministério de Minas e Energia (MME), Pietro Mendes, para comandar a Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP), de acordo com informação da Folha de S. Paulo.

A nomeação depende ainda de aprovação pelo Senado e, se confirmada, provocará mudanças no conselho de administração da Petrobras, presidido por Mendes, já que o estatuto da empresa veda a participação de membros de órgãos reguladores no colegiado.

TAG testa novas regras para facilitar despacho emergencial de termelétricas, em aceno por harmonização com setor elétrico

A Transportadora Associada de Gás (TAG) está testando novas condições contratuais com as termelétricas, para facilitar o despacho emergencial de usinas conectadas aos seus gasodutos, informa a Agência Eixos.

A iniciativa é restrita, por ora, à Termopernambuco (533 MW), da Neoenergia, em Pernambuco; e à UTE LORM (240 MW), da Linhares Geração, no Espírito Santo. Embora seja uma solução temporária, a TAG enxerga aí uma oportunidade de aproximação com as termelétricas no debate sobre a harmonização estrutural entre os setores elétrico e de gás.

Câmara aprova projeto que inclui prefeituras na fiscalização das concessões de energia

Em dia de plenário esvaziado, a Câmara dos Deputados aprovou ontem (17/10) o projeto de lei 1272/2024 que dá aos municípios e ao Distrito Federal participação ativa na fiscalização e controle das licitações e dos contratos de distribuição de energia elétrica.

O texto não tira prerrogativas da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Porém, garante aos agentes municipais a atuação em atividades “complementares” relacionadas à gestão do serviço público de energia, desde que em conformidade com os contratos das concessões e as resoluções da agência reguladora.

A proposta recebeu aval simbólico da Câmara, sem qualquer manifestação contrária por parte dos parlamentares. O texto ainda passará pelo crivo do Senado Federal. As informações foram publicadas pela Agência Eixos

Ministro defende alteração na lei das agências e fim dos mandatos para diretores

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, disse na quarta-feira (16/10) que, por ele, haveria mudança na governança da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), mas que essa é uma decisão de governo que não depende apenas dele. Para isso seria necessária uma alteração na lei atual, por meio de envio de texto ao Congresso Nacional, afirmou durante entrevista à imprensa.

Silveira também defendeu que as agências reguladoras não tenham mandatos de diretores e exemplificou o funcionamento da Empresa de Pesquisa Energética (EPE). Caso permaneçam os mandatos, segundo ele, seria “muito melhor” que eles fossem coincidentes com o período do governo federal para que “não tenha ideologização das agências reguladoras”. (Agência Infra)

Restaurantes ingressam com ação coletiva contra Enel

A Associação Nacional de Restaurantes (ANR) ingressa, nesta sexta-feira (18/10), com uma ação judicial coletiva contra a Enel em São Paulo pelos prejuízos causados com o apagão na capital e região metropolitana.

Em nota, a entidade afirma que donos de restaurantes reportaram um prejuízo estimado em R$ 87 milhões desde sexta-feira (11/10), quando uma forte chuva danificou árvores e gerou queda de energia generalizada na região metropolitana de São Paulo. (Folha de S. Paulo)

Chile quer romper contrato com Enel, condenada a indenizar 120 mil usuários

Reportagem da Folha de S. Paulo destaca que o mesmo sentimento de milhares de paulistas há dias sem energia elétrica foi compartilhado por chilenos em agosto, quando 60 mil ficaram mais de uma semana no escuro na região metropolitana de Santiago. O que une os dois grupos de clientes, além do transtorno, é a empresa que tem a concessão elétrica: a multinacional italiana Enel.

A empresa agora na mira do debate público no Brasil também atua em ao menos outros sete países da América Latina. No Chile, ganhou protagonismo recentemente: alvo de críticas do governo do presidente Gabriel Boric, foi rechaçada pela população em pesquisas de opinião pública e, agora, pode ser retirada da concessão elétrica.

México aprova projeto de lei que aumenta o controle do governo sobre empresas de energia

O Senado do México aprovou ontem (17/10), o projeto de lei que dará à presidente Claudia Sheinbaum mais controle sobre as empresas de energia estatais, expandindo o papel do governo como o maior influente do setor no país.

Com um placar de 86 votos a favor e 39 contra, o Senado aprovou a mudança que reclassificará a empresa estatal Petróleos Mexicanos (Pemex) e a Comissão Federal de Eletricidade (CFE) como “empresas públicas”, dando ao governo mais controle sobre elas e não exigindo mais que sejam lucrativas.

O projeto de lei foi inicialmente proposto pelo ex-presidente Andrés Manuel López Obrador, e garantirá que o governo controle 54% do fornecimento de eletricidade doméstica, com o restante gerenciado por empresas privadas. (Valor Econômico)

PANORAMA DA MÍDIA

O Estado de S. Paulo: O Exército de Israel eliminou ontem (17/10), Yahya Sinwar, líder do Hamas e arquiteto dos atentados de 7 de outubro. A morte do terrorista dá um impulso crucial para o premiê Benjamin Netanyahu cumprir seus objetivos políticos e estratégicos com a guerra na Faixa de Gaza e no Líbano. A perspectiva de um cessar-fogo, no entanto, segue distante.

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Valor Econômico: O agronegócio brasileiro tem cerca de R$ 90 bilhões em dívidas em renegociação, num cenário em que os juros elevados pressionam a situação financeira das empresas. As companhias do setor ainda vivem desafios como eventos climáticos extremos, custos mais altos e preços de commodities em baixa.

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Folha de S. Paulo: O apagão que atingiu São Paulo dominou o debate da campanha eleitoral do segundo turno na capital, mas não mudou de forma significativa o cenário da corrida segundo o Datafolha. O prefeito Ricardo Nunes (MDB) segue à frente com 51% das intenções de voto, ante 33% do deputado Guilherme Boulos.

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O Globo: Com candidatos em apenas quatro das 15 capitais onde haverá segundo turno, o PT tem enfrentado dilemas para se posicionar em disputas onde os dois nomes que restaram são representantes da direita. Em cinco delas, o partido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu adotar a neutralidade — Curitiba, Goiânia, Manaus, Campo Grande e Porto Velho —, mas alas do partido optaram por tomar lado com o discurso de ajudarem a eleger o que consideram “menos pior” para a legenda.

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