As ondas de calor estão provocando uma mudança no comportamento do horário de pico de consumo de energia no Brasil, que precisa desenvolver ações estruturadas para lidar com as altas temperaturas e com o aumento da intensidade das chuvas e dos ventos, segundo Vinicius Roriz, COO e membro independente do conselho de administração da Light.
“Na nossa área de concessão, as ondas estão sendo mais frequentes e intensas, por exemplo. Isso estressa o sistema a um nível que precisamos de um plano estruturado e com investimentos. Quando você tem essas grandes ondas de calor, as cargas se elevam e os sistemas das distribuidoras podem, eventualmente, não estar totalmente preparados”, afirmou Roriz durante seminário de Transição energética promovido pelo Lide nesta terça-feira, 5 de novembro.
O executivo também chamou atenção para o maior uso do ar-condicionado pelos consumidores e para os desafios das companhias de energia, que precisam mudar o seu planejamento para se adequarem aos novos desafios.
“O horário de verão não é tão impactante no cotidiano hoje, por exemplo, porque o horário de pico veio para o meio da tarde, quando o calor está mais forte. Este evento climático tem provocado uma mudança de comportamento e o ar-condicionado está mais acessível, que é uma coisa ótima, porém ele leva uma carga para a rede que não estamos preparados e não temos remuneração para tal”, falou.
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Concessões das distribuidoras
Vinicius Roriz também pontou sobre os impactos do aumento da carga em áreas de concessão da light no Rio de Janeiro com números altos de furtos de energia, problema que “precisa ser endereçado” nas discussões sobre a renovação dos contratos de concessão das distribuidoras, “por meio de diretrizes que tragam previsibilidade e segurança jurídica para garantir investimentos das companhias”.
“Temos que encarar os desafios dos eventos climáticos que estão presentes e estão impactando os custos, referentes à nossa resposta ao evento climático, e a nossa necessidade de investimento. Tem que mudar a interlocução com os órgãos de governo. Hoje, nós temos um desafio enorme para a Light, para o Poder Concedente, para as agências reguladoras e para os fornecedores, além da necessidade de novas tecnologias para este novo cenário”, finalizou.
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