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Serena planeja pedir compensação a distribuidoras por atrasos em conexões de GD

Empresa avalia que atrasos tiveram impacto de R$ 10 milhões no lucro bruto de energia do trimestre

Parque eólico da Serena
Parque eólico da Serena | Serena

A Serena, antiga Omega, avalia pedir compensação pelos atrasos das distribuidoras na conexão de seus projetos de geração distribuída (GD) em relação aos prazos definidos pelas regras. Segundo a empresa, há 32 MW em 13 usinas prontas aguardando conexão – o que, no trimestre, representou impacto de R$ 10 milhões no lucro bruto de energia da companhia.

“Nosso regulatório está avaliando medidas para tentar compensação das distribuidoras que não cumpriram as obrigações de prazo. Nos próximos trimestres a gente deve informar vocês sobre o que estamos fazendo e qual a expectativa de indenização por esses atrasos”, disse o presidente da Serena, Antonio Bastos, em teleconferência de resultados do terceiro trimestre de 2024, realizada nesta terça-feira, 5 de novembro.

O montante que está pronto e aguarda conexão corresponde a cerca de 50% do que a companhia já tem em operação de GD (64,4 MW em 24 usinas) e que gerou 30,8 GWh no trimestre.

A Serena espera conectar até 14,5 MW até o final do ano e mais 15 MW ao longo de 2025, “com a expectativa de que até o final do primeiro semestre tudo se resolva”, disse o líder de Relações com Investidores da Serena, Raul Cavendish. “Naturalmente, esses prazos podem atrasar de novo”, ponderou o próprio executivo. Ele disse que a empresa fica na dependência das distribuidoras e que, “no limite”, as conexões devem estar concluídas ao longo do próximo ano.

Curtailment não impactou

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Por outro lado, em um ano de altos níveis de curtailment, a Serena teve baixo impacto dos cortes em sua geração, na casa de 5,6% da geração, o que reduziu em 4,7% o lucro bruto de energia da companhia.

Segundo Bastos, mesmo nos parques eólicos da Bahia que sofrem mais curtailment, a curva horária de geração possibilita uma compensação dos cortes. Além disso, ele disse que a empresa tem implementado estratégias de otimização, como realizar manutenções nos horários em que há maior probabilidade de cortes pelo Operador.

Operação nos EUA

Atualmente, a prioridade da Serena é a sua atuação nos Estados Unidos, onde já tem um parque em operação no Textas, o Goodnight I, de 265,5 MW.

Segundo a empresa, o preço da energia no trimestre ficou abaixo do projetado, em função de um verão mais ameno. Mesmo assim, há grande demanda por energia renovável nos Estados Unidos, o que gera expectativa por contrato de longo prazo e expansão para Goodnight 2, que pode ter a mesma capacidade.

“Estamos bem focados em deixar o Goodnight 2 em condições de ser lançado, ao mesmo tempo em que nós estamos aí trabalhando nas alternativas de funding para o Goodnight 2 como um sistema integrado, de forma que ele possa seguir o nosso plano de inovação dos Estados Unidos”, disse Bastos.

Segundo ele, o investimento no país faz sentido não apenas do ponto de vista de diversificação de ativos, mas também para ter acesso a um sistema de capital mais barato e com receita em dólares.

Resultados

No terceiro trimestre de 2024, a Serena registrou lucro líquido de R$ 37,5 milhões, o que representa uma queda de 63% em um ano. A receita aumentou 22% no período, a R$ 1,06 bilhão. O Ebidta (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização, na sigla em inglês) foi de R$ 311,4 milhões, com redução de 5% na comparação anual.

A produção de energia foi de 3 mil GWh, com avanço de 19% na comparação com o terceiro trimestre de 2023.