O Brasil deve assinar nesta segunda-feira (18/11) com o governo Javier Milei um acordo para ampliar as importações de gás natural argentino e, assim, baratear o custo do insumo, informou ontem (17/11) o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira. O acordo será firmado em paralelo às reuniões dos chefes de Estado do G20, que ocorrem no Rio.
O objetivo é abrir rotas alternativas para trazer ao país o gás de Vaca Muerta, megacampo hoje subaproveitado na Argentina. A expectativa do governo brasileiro é que, já no início do ano que vem, o acordo viabilize a importação de 2 milhões de metros cúbicos por dia (m³/dia) de gás argentino.
Esse montante cresceria paulatinamente para 10 milhões de m³/dia nos próximos três anos. Até 2030, chegaria a 30 milhões de m³/dia. O mercado brasileiro consome atualmente de 70 milhões a 100 milhões de metros cúbicos por dia (m³/dia). (O Globo)
Lula e premiê da Itália conversam sobre “necessidade de avanços” na qualidade dos serviços da Enel
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, debateram neste domingo a “necessidade de avanços na melhoria do serviço prestado” pela empresa de distribuição de energia Enel, cujo capital tem participação do governo italiano. As informações sobre a reunião, realizada no Forte de Copacabana, foram divulgadas pela Presidência da República. Ambos participam a partir desta segunda-feira (18/11), das reuniões de Cúpula no G20, no Rio de Janeiro.
Segundo a Presidência da República, foi debatida a atuação da empresa especialmente em São Paulo, cidade em que a Enel tem a concessão da distribuição de energia. Uma forte chuva no mês passado deixou grandes partes de capital paulista sem energia por quase uma semana. (Valor Econômico)
Série de apagões provoca nova corrida por geradores e sistemas de baterias
Reportagem do Valor Econômico destaca que a sequência de apagões de grande escala no Brasil está puxando as vendas de geradores e sistemas de baterias em 2024 para os maiores patamares desde a crise hídrica de 2021. Essa corrida de empresas de diversos setores da economia por esses equipamentos é uma tentativa de se antecipar a um possível blecaute, evitar perdas com a paralisação da produção, além de reduzir a dependência da rede e os custos com tarifas variáveis.
Neste contexto, fabricantes, locadoras de grupos geradores e empresas que fazem a gestão de energia têm registrado número recorde de vendas e consultas. O perfil de clientes vai desde indústrias da cadeia primária, passando pela construção civil, agroindústria, frigoríficos e hospitais. A prefeitura de São Paulo, por exemplo, se tornou uma das grandes clientes, após os apagões ocorridos em 2023 e 2024, em que escolas e prédios públicos funcionaram com geradores.
A Micropower, joint venture entre Siemens, Comerc e Equinor, tem visto o número de consultas crescer na mesma proporção que os eventos climáticos que atingem a infraestrutura crítica. A empresa atua no modelo de negócios conhecido como energia como serviço (“energy as a service”, na tradução para o inglês), em que os clientes pagam por um serviço sem precisar realizar os investimentos, por exemplo, em infraestrutura ou equipamentos, como grupos geradores e baterias.
CME adia votação de projeto que proíbe distribuidoras de atuarem com geração distribuída
A Comissão de Minas e Energia (CME) da Câmara dos Deputados adiou a apreciação do PL (Projeto de Lei) 671/2024, que proíbe as distribuidoras de energia e suas empresas controladas de realizar as atividades de micro e minigeração distribuída solar. A matéria estava na pauta da reunião do colegiado na última quarta-feira (13/11) e ficou para ser apreciada na próxima semana.
O requerimento de retirada de pauta foi apresentado pela deputada Silvia Waiãpi (PL-AP), autora de um voto em separado, e foi aprovado por 9 a 5. O relator, deputado Lafayette de Andrada (Republicanos-MG), defendia que a votação fosse realizada na quarta-feira, argumentando que o “texto está maduro” e bem debatido.
A comissão realizou audiência pública sobre o tema no dia 29 de outubro, com a participação de representantes das distribuidoras e do segmento solar. (Agência Infra)
Com abertura do mercado, CCEE chega à marca de 16 mil agentes e mais de 60 mil ativos
A Câmara de Comercialização e Energia Elétrica (CCEE) atingiu a marca de 16 mil agentes no mês de outubro, aumento de 4% em relação ao ano passado. Ao mesmo tempo, a organização registrou 61.977 ativos, impulsionados principalmente pelo recorde de migração de unidades consumidoras para o mercado livre de energia.
Atualmente, o quadro associativo é composto majoritariamente por consumidores, 13.123 agentes. O crescimento do mercado livre também é percebido no número de unidades consumidoras (UC), que podem atuar diretamente na CCEE (40.531) ou sob representação de um varejista (18.344). Com 58.875 UCs em outubro de 2024, a CCEE registra um crescimento de 48% em relação a dezembro de 2023.
Esse aumento decorre da migração recorde após a abertura do mercado para todos os consumidores do Grupo A (alta e média tensão) em janeiro deste ano. De lá para cá, 20.973 unidades consumidoras passaram a integrar o mercado livre de energia.
Para atender seus clientes, a CCEE registra 506 comercializadoras, sendo que 129 possuem habilitação como varejista. Outras 23 estão com processo aberto para atuar neste segmento.
Eneva conclui aquisição de fatia de 50% da Gera Maranhão
A Eneva concluiu na quinta-feira (14/11) a aquisição de ações representativas de 50% do capital social da Gera Maranhão, de titularidade da BTG Pactual Holding Participações (BTGP), pelo valor de R$ 301 milhões.
Adicionalmente, em decorrência do exercício de “tag along” [recurso previsto na Lei das S/A para proteger os acionistas minoritários] por parte dos demais acionistas da Gera Maranhão, a Eneva está tomando as medidas necessárias para implementar a aquisição de suas participações nos mesmos termos e condições ofertados à BTGP, adquirindo, assim, a totalidade das ações da Gera Maranhão.
A consumação da aquisição estará sujeita à aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), além de outras condições usuais. As informações foram publicadas pelo Valor Econômico.
Diretores da ANP sinalizam apoio a pleito por mais transparência nas tarifas de gasodutos
A Agência Eixos informa que a votação sobre a mudança na forma de cálculo das tarifas da Nova Transportadora do Sudeste (NTS) – mais um desdobramento do tarifaço ocorrido na malha de gasodutos do Sudeste este ano – revelou, na diretoria da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), manifestações favoráveis ao aumento da transparência no setor.
De acordo com a reportagem, ao menos três diretores da agência e o diretor-geral, Rodolfo Saboia sinalizaram, na reunião de colegiado de quinta (14/11), apoio ao pedido do Conselho de Usuários (CdU), para abertura da base regulatória de ativos (BRA) das transportadoras.
A análise do pedido pela área técnica do regulador já se arrasta há dois anos. Em outubro, o Conselho de Usuários voltou a cobrar a abertura da base de ativos da TAG e da NTS, ao incluir o tema dentro de suas contribuições sobre a nova agenda regulatória 2025-2025 da ANP.
Pnuma aponta que apenas 1% dos alertas de emissões de metano para governos e empresas receberam respostas
O sistema de alta tecnologia capaz de identificar grandes vazamentos de metano foi responsável por realizar 1,2 mil notificações a governos e empresas desde 2023, mas apenas 1% das chamadas foi respondida, informou na sexta-feira (15/11) um relatório divulgado pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) durante a realização da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP 29) em Baku, no Azerbaijão.
Vale ressaltar que o metano na atmosfera é o segundo maior impulsionador do aquecimento global depois do carbono (CO2) e é 80 vezes mais poderoso que o CO2 no curto prazo. (Valor Econômico)
PANORAMA DA MÍDIA
Valor Econômico: A reunião dos líderes do G20 começa hoje no Rio em meio a obstáculos inesperados, no maior encontro de chefes de Estado no país desde a Rio+20, em 2012, evento que deu seguimento aos debates internacionais sobre a preservação do planeta iniciados na Rio92.
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Folha de S. Paulo: O Brasil chega para o seu evento final na presidência do G20, na cúpula de chefes de Estado, com o objetivo de consolidar a agenda trabalhada durante quase um ano de eventos em diversas partes do país para tentar imprimir sua própria marca no bloco. Nesse período, além de avanços, também enfrentou percalços, com a resistência dos países a algumas das iniciativas propostas, com a divisão mundial sobre questões geopolíticas — em particular as guerras na Ucrânia e em Gaza — e com a contestação da equipe do argentino Javier Milei em temas progressistas.
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O Estado de S. Paulo: Após dias de negociação que avançaram a madrugada, diplomatas chegaram, no domingo ao rascunho de um texto comum, ainda pendente de acertos entre os chefes de Estado que estarão no Rio. O documento, se aprovado por todos, será assinado pelos chefes de Estado na terça-feira, 19. O G-20 precisa chegar a um consenso para aprovar um comunicado.
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O Globo / coluna de Míriam Leitão: A negociação do comunicado final atravessou a noite de sábado para domingo. Às cinco da manhã estava pronto. O ataque da Rússia contra a Ucrânia fez o grupo do G7 pedir para reabrir a negociação.. O Brasil ainda não reabriu e este assunto deve cair diretamente no colo dos chefes de Estado. E esse ponto ameaça o comunicado que foi negociado ponto a ponto nas últimas semanas.