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Volatilidade de preços de energia ameaça empresas, e setor fala em urgência na revisão do modelo – Edição do dia

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Crédito / foto: reprodução da internet
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A Folha de S. Paulo informa que o mercado de energia do Brasil ficou mais de duas semanas travado, sem liquidez para transações, temendo que a Gold, uma das maiores comercializadoras independentes do setor, quebrasse depois de acumular prejuízos em duas operações baseadas em projeções de preços equivocadas.

A Máxima, de menor porte, está em fase final de renegociação por causa de problemas similares. A 2W, outra empresa com dificuldades, recorreu à Justiça para suspender cobranças, pedindo tempo para negociar com credores.

Não é de hoje que esse segmento sofre, vez por outra, uma crise que leva até à quebra de empresas, mas desta vez, o setor ligou a luz amarela, destaca a reportagem da Folha.

O contexto atual tem um novo componente: o aumento dos riscos para operar no mercado de energia. Por mais que as empresas citadas tenham sofrido reveses pontuais e particulares, o ambiente ficou mais adverso não apenas para comercializadores — cujo negócio é mesmo administrar riscos—, mas também para geradores, especialmente de renováveis, e até para o ONS (Operador Nacional do Sistema).

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A ponta mais visível do problema é a variação do preço de energia no curto prazo, conhecido no setor como PLD (Preço de Liquidação das Diferenças). Várias fontes usaram a expressão “preço doidão” para qualificar o sobe e desce.

Governo dá aval para novo leilão de energia limpa

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, anuncia, nesta quinta-feira (21/11), o primeiro leilão do programa Energias da Amazônia, que busca reduzir o uso do diesel na geração de energia para as 211 localidades isoladas na região – sem ligação com o sistema elétrico interligado, conforme informação da Folha de S. Paulo. Nessa primeira rodada, serão atendidas dez localidades, sendo uma no Pará e nove no Amazonas.

O investimento previsto será de R$ 450 milhões e a expectativa é que, com o estímulo do programa, produtores independentes e até empresas de baterias se habilitem para o leilão, previsto para abril de 2025. Silveira assinará uma portaria com as diretrizes do leilão para que a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) prepare o edital, ainda de acordo com a reportagem da Folha.

Apagões expõem vulnerabilidade do setor elétrico e aceleram debate sobre investimentos

O Valor Econômico traz, hoje (21/11), reportagem que relaciona a sequência de apagões de grandes proporções em 2024 e a necessidade de investimentos no setor elétrico.

A reportagem destaca que os apagões deixaram milhões de brasileiros sem energia e causaram prejuízos bilionários, expondo a vulnerabilidade do sistema elétrico, que se mostra pouco preparado tanto para catástrofes climáticas quanto para incidentes menores.

Os problemas vão desde as fortes chuvas no Rio Grande do Sul, que destruíram linhas de transmissão e romperam a crista de uma barragem de uma hidrelétrica, até uma pipa que caiu sobre uma subestação em São Paulo, deixando quase 1 milhão de imóveis sem energia.

O mais traumático episódio foi o blecaute na região metropolitana de São Paulo, que deixou 3,1 milhões de imóveis sem energia na área de concessão da italiana Enel. A energia foi restabelecida quase seis dias depois.

A Enel foi acusada de reduzir o quadro de eletricistas, cortar investimentos e aumentar o pagamento de dividendos aos acionistas.

As empresas do setor dizem que estão investindo bilhões e cobram mais incentivos ao investimento em resiliência. Por outro lado, o debate sobre o impacto destes aportes em uma tarifa de energia que já está muito alta ainda precisa ser feito.

Brasil tem aumento nas fusões e aquisições no setor elétrico em 2024, indica KPMG

O setor elétrico brasileiro teve 51 operações de fusões e aquisições entre janeiro e setembro de 2024, aumento de 45% na comparação anual, segundo uma pesquisa da KPMG. Em igual período no ano passado, foram fechadas 35 transações desse tipo. 

A maioria dos acordos fechados em 2024 (37) foi entre empresas brasileiras. Outros 14 envolveram compradores estrangeiros, sendo nove operações feitas por organizações de fora adquirindo capital de empresas estabelecidas no Brasil. 

De acordo com a KPMG, o crescimento das negociações no setor de energia ocorreu no contexto do aumento das fusões e aquisições na economia brasileira como um todo. As informações foram publicadas pela Agência Eixos.

ISA Energia Brasil evolui marca e estreia novo ticker na B3 (ISAE)

Reportagem do portal InfoMoney indica que a empresa líder na transmissão de energia do país está assumindo uma nova marca institucional, passando a se chamar ISA Energia Brasil, no lugar de ISA CTEEP. O ticker da empresa na B3 também está mudando: de TRPL4 (ações preferenciais) e TRPL3 (ações ordinárias) para ISAE4 E ISAE3, respectivamente, desde o pregão de 18 de novembro.

A nova identidade reflete a expansão da companhia pelo Brasil, além de associá-la diretamente ao seu setor de atuação. O movimento também fortalece o propósito da empresa de liderar a transição energética de forma sustentável, gerando valor à sociedade e aos acionistas. 

Fundada há 25 anos, a ISA Energia Brasil é responsável por transmitir energia de alta tensão, através de extensas redes de linhas, desde as usinas de geração até as subestações para entrega às distribuidoras, que são responsáveis pela entrega da energia aos consumidores finais.

Presente em 18 estados, a companhia é responsável por 30% de toda a energia transmitida no país, índice que chega a 95% no estado de São Paulo, e conta com mais de 1.600 colaboradores.

Câmara aprova projeto de lei que cria mercado de carbono e texto segue para sanção presidencial

A Câmara dos Deputados aprovou na terça-feira (19/11) o projeto de lei que cria o mercado de carbono e autoriza a União a estabelecer limites para a emissão de gases de efeito estufa no país. O objetivo do texto, que agora vai à sanção presidencial, é obrigar empresas que poluírem acima de determinado patamar a pagar por isso — incentivando que elas se tornem mais sustentáveis.

O projeto foi aprovado mesmo sob críticas de parlamentares da oposição (como do PL e do Novo), que queriam retirar o tema de pauta. Mesmo o PSOL afirmou que o ideal seria ter tido mais tempo para analisar o texto, mas entendeu que a proposta foi melhorada pelo Senado.

Mesmo após a sanção, o projeto ainda precisa de regulamentação por parte do Poder Executivo. A previsão do Ministério da Fazenda é que o mercado esteja funcionando plenamente em 2030 e que, desse ano até 2040, o PIB brasileiro seja impulsionado em 5,8% no período acumulado. Para 2050, a projeção é de 8,5% no tempo agregado.

A pasta afirma que o mercado de carbono no Brasil tem potencial para cortar 100 milhões de toneladas anuais de emissões de CO2 equivalente em 2040, de acordo com dados do Banco Mundial. Em 2050, o número subiria para 130 milhões. (Folha de S. Paulo)

ONS conclui consulta externa para viabilizar ofertas de usinas termelétricas para atendimento de ponta de carga

O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) concluiu a consulta externa com os agentes sobre a Rotina Operacional RO-EP.BR.03, que apresenta os procedimentos e o processo relativo ao recebimento e operacionalização de ofertas de operação em condição diferenciada de usinas termelétricas (UTE) para atendimento de potência no Sistema Interligado Nacional (SIN), em conformidade com o que foi regulado pelo Ministério de Minas e Energia – MME.

A RO definiu critérios e diretrizes para os procedimentos operativos a serem realizados pelo ONS e pelos agentes termelétricos durante a vigência da Portaria Normativa nº 88/GM/MME.

Com isso, a partir desta quinta-feira (21/11), a Rotina Operacional RO-EP.BR.03 passa a vigorar e o ONS passará a receber ofertas.  Na prática, essa medida estabelece novas regras para que as usinas operem com mais flexibilidade e de forma competitiva, de acordo com as condições específicas e com a possibilidade de atendimento do agente. A portaria tem vigência até 31 de março de 2025 e poderá contribuir para o atendimento das demandas de potência nos horários de ponta de carga e para a redução dos custos de operação. (Fonte: ONS)

Itaipu precisa de meio termo entre tarifa e desenvolvimento, diz presidente do Paraguai

Nem a menor tarifa possível, nem gasto elevado com obras socioambientais. O presidente do Paraguai, Santiago Peña defende um meio-termo para o uso dos recursos da hidrelétrica binacional de Itaipu, informa a Folha de S. Paulo.

O tema está na mesa de negociação: neste momento, Brasil e Paraguai discutem a revisão do chamado Anexo C, parte do acordo que traz os critérios da gestão financeira da usina.

Com o fim do pagamento da dívida pela construção de Itaipu, que consumia cerca de US$ 2 bilhões (cerca de R$ 11,4 bilhões) por ano, os parceiros não aplicaram a redução máxima desse valor para abaixar a tarifa. Canalizaram parte dos recursos para obras e projetos socioambientais.

Bancos estudam saída da Braskem por meio de capitalização e novo sócio

O jornal O Estado de S. Paulo informa que os bancos detentores das ações da Braskem estudam uma alternativa para dar saída nos papéis que têm na petroquímica e foram dados como garantia pela Novonor (ex-Odebrecht) em empréstimos tomados pelo grupo no passado.

De acordo com a reportagem, a ideia é conduzir um processo de capitalização privado junto a um investidor financeiro, por meio do qual a fatia de controle da Novonor na Braskem seja diluída e as dívidas existentes dos bancos equacionadas. A dívida total com Bradesco, Itaú, Santander, Banco do Brasil e Banco Nacional de Desenvolvimento Social (BNDES) supera R$ 15 bilhões.

China mantém posição-chave de liderança em energia solar

Uma fazenda de energia solar capta a energia sob um céu azul claro no distrito de Kulim, na Malásia. Entre as fileiras de painéis fotovoltaicos, é possível ver um símbolo comum: a marca em formato de flor da empresa chinesa de tecnologia Huawei, que está estampada em, pelo menos, 130 inversores — o equipamento que converte energia solar em eletricidade.

Os preços baixos praticados pela China, que permitem à energia solar concorrer com os combustíveis fósseis, fez dos equipamentos chineses um elo-chave nos planos de energia verde de diversos países, tanto no sudeste asiático, como o caso da Malásia, quanto além. Pequim tem até aproveitado sua expertise tecnológica em infraestrutura de energia solar como parte da sua “Iniciativa Cinturão e Rota” (BRI, pelas iniciais em inglês) para expandir sua influência sobre a infraestrutura de energia crítica em países como Malásia, Laos, Tailândia, Paquistão e Arábia Saudita. (reportagem publicada pelo Valor Econômico)

Petrobras prega senso de urgência para recontratação de usinas e propõe tarifa flexível para térmicas em gasodutos

O gerente-executivo de Gás e Energia da Petrobras, Álvaro Tupiassu, defendeu na terça (19/11) senso de urgência na definição do Leilão de Reserva de Capacidade e que a Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) aprove uma tarifa flexível de transporte de gás, para viabilizar a recontratação de térmicas existentes.

A Petrobras tem um parque termelétrico de 4,9 GW , dos quais 2,9 GW estão por perder contratos. Ele destacou que a tendência crescente de usinas sem contratos traz um risco de um “aumento sensível nas tarifas” para os usuários da malha de gasodutos.

“A malha de gasodutos integrada foi originalmente dimensionada e construída para permitir o despacho pleno e simultâneo de todo o parque termoelétrico”. (Agência Eixos)

PANORAMA DA MÍDIA

O Estado de S. Paulo: Os presidentes do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e da China, Xi Jinping, firmaram acordo que vai criar duas forças-tarefa para selecionar projetos conjuntos prioritários que receberão investimentos dos dois países. Do lado chinês, a oferta é a carteira de projetos da Nova Rota da Seda, iniciativa que financia obras em infraestrutura e serve para ampliar a influência global da China. Do lado brasileiro, estão o plano Nova Indústria Brasil, o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), o Programa Rotas da Integração Sul-Americana e o Plano de Transformação Ecológica. Sob pressão dos EUA e preocupado em manter a imagem de autonomia frente à disputa entre americanos e chineses, o governo Lula evitou uma adesão formal à Rota da Seda e justificou a ampliação da parceria com o argumento de que ela vai explorar “sinergias” entre os dois países.

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O Globo: Um dia depois do encerramento da Cúpula do G20, grupo das maiores economias do mundo, no Rio, o presidente da China, Xi Jinping, fez uma visita de Estado a Brasília na quarta-feira (20/11), e acertou com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva elevar a relação entre os dois países a “um novo patamar”.

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Valor Econômico: O Brasil espera mudar o perfil da relação com a China, passando de apenas exportador de commodities a parceiro com integração financeira e participação de suas indústrias nas cadeias de produção chinesas. O comunicado que eleva o status da parceria sinaliza, ao menos em tese, a boa vontade do parceiro asiático.

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Folha de S. Paulo: A maioria dos pretos no Brasil diz já ter sentido olhares de desconfiança em lojas, restaurantes ou supermercados, segundo pesquisa Datafolha. O número corresponde a 58%. Entre pardos, o percentual é de 40%. Entre os brancos, esse percentual cai para 26%. No total, 39% dos brasileiros afirmam ter sido vistos com desconfiança nesses ambientes.

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