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*Por Charles Lenzi
O Brasil tem se consolidado como um dos principais destinos globais de investimentos direcionados à transição energética, conforme apontam os dados recentes da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos – ApexBrasil, divulgados em seu boletim trimestral intitulado “Impulso das Exportações”. Aportes estrangeiros e domésticos anunciados para o setor energético brasileiro totalizaram 34,8 bilhões de dólares, em 2023.
Ainda segundo o boletim, o Brasil exportou mais de 255 bilhões de dólares até setembro desse ano. Entre os produtos apoiados pela Agência que obtiveram excelente desempenho destacam-se as vendas de máquinas de energia elétrica (+47,3%), café não torrado (+53%) e cacau em pó (+117%). Os principais destinos das exportações brasileiras foram China (-1,2%), União Europeia (+4,9%), Estados Unidos (+10,3%) e Argentina (-29,2%). As regiões onde o Brasil mais ampliou sua presença em comparação com o mesmo período do ano passado foram Oriente Médio (+23,5%) e África (22,9%).
O expressivo volume de investimentos coloca o país na 6ª posição global e na 2ª entre os mercados emergentes em termos de investimentos voltados à transição para uma matriz energética mais limpa e sustentável, conforme os dados da ApexBrasil.
Esse movimento de capital evidência a atratividade e o potencial do setor energético brasileiro, especialmente em geração de energia renovável, com destaque para as hidrelétricas. As hidrelétricas, que historicamente são a base da matriz elétrica brasileira, se mantêm como protagonistas e assumem um papel essencial na transição energética do país. Atualmente, o Brasil já conta com uma das matrizes energéticas mais limpas do mundo. Além de representar cerca de 60% da matriz energética, o setor hidrelétrico é capaz de fornecer energia segura, estável e com menores emissões de gases de efeito estufa, características que são fundamentais para a consolidação de uma economia de baixo carbono.
Um dos principais diferenciais das hidrelétricas no contexto brasileiro é que toda a cadeia produtiva desses empreendimentos é integralmente nacional, o que fortalece a indústria local e gera uma série de benefícios para a economia. Desde a execução das obras até a fabricação de equipamentos, o Brasil possui uma indústria madura, capaz de atender a demanda interna e, em muitos casos, exportar tecnologias e expertise para outros países. Esse ciclo produtivo nacional não apenas aumenta a competitividade da indústria brasileira, mas também contribui para a geração de empregos e para o fortalecimento das capacidades técnicas do país.
A produção de hidrelétricas envolve um amplo ecossistema industrial abrangendo a fabricação de turbinas, geradores, sistemas de controle e tecnologias associadas à operação e manutenção das usinas. O Brasil é reconhecido mundialmente e possui empresas líderes nesse segmento. Portanto, os investimentos em novas usinas ou na modernização das existentes impulsionam a inovação tecnológica e a geração de novas oportunidade de trabalho. Essa cadeia produtiva integrada oferece uma importante vantagem competitiva ao Brasil, que não depende de insumos ou tecnologias importadas, permitindo uma maior autonomia energética e industrial.
No cenário internacional, o Brasil se destaca como exportador de tecnologia e conhecimento
no setor de geração hídrica. A expertise nacional no desenvolvimento e operação de projetos hidrelétricos atrai interesse de diversos países que buscam replicar o modelo brasileiro de integração industrial e geração limpa. Essa posição consolida o Brasil não apenas como um destino atrativo de investimentos, mas também como um fornecedor global de soluções energéticas sustentáveis.
Além desse contexto, os investimentos voltados à transição energética devem priorizar os empreendimentos hidrelétricos, especialmente diante do avanço de outras fontes renováveis intermitentes, como solar e eólica. As hidrelétricas atuam como uma fonte de backup confiável, garantindo o fornecimento contínuo de energia mesmo quando há variações na geração das demais fontes renováveis. Esse papel de estabilização do sistema torna as hidrelétricas um elemento-chave para a expansão segura das fontes renováveis no Brasil, contribuindo para a segurança energética do país.
O estímulo ao desenvolvimento das hidrelétricas, especialmente de menor porte com potência até 50MW, está inquestionavelmente alinhado com os objetivos de descarbonização e sustentabilidade do planeta. Com o avanço da transição energética, cada vez mais países estão optando por fontes de energia sustentáveis. As hidrelétricas se destacam por sua capacidade de fornecer energia renovável firme e em larga escala, contribuindo para a mitigação das emissões de carbono e redução da dependência de combustíveis fósseis. Além disso, por se tratar de uma tecnologia madura e amplamente desenvolvida no Brasil, as hidrelétricas oferecem um caminho claro para o cumprimento das metas climáticas internacionais, como os compromissos assumidos no Acordo de Paris.
A combinação de uma cadeia produtiva nacional robusta, a capacidade de integração com outras fontes renováveis e o papel estratégico na estabilização do sistema elétrico torna as hidrelétricas um elemento indispensável na estratégia de transição energética do Brasil.
Os fatores descritos posicionam o Brasil como um dos principais destinos de investimentos globais, conforme demonstrado no boletim da ApexBrasil. Além disso, o país serve como um exemplo de como a geração de energia limpa e renovável pode coexistir com o desenvolvimento industrial e o fortalecimento da economia local.
A tríade de indústria local capacitada, matriz energética predominantemente renovável e ambiente regulatório favorável, faz com que o Brasil esteja preparado para continuar atraindo investimentos e se consolide como uma liderança global na área de energias renováveis.
A trajetória de investimentos em transição energética reforça que o Brasil possui todas as condições para se tornar uma referência mundial em energia limpa, com as hidrelétricas desempenhando um papel crucial nesse processo. Com uma matriz hidrelétrica consolidada e uma cadeia produtiva integrada, o país poderá liderar a transformação energética global, gerando benefícios não apenas para o meio ambiente, mas também para a sua indústria e sociedade como um todo.
*Charles Lenzi é presidente-executivo da Abragel
**Conteúdo Oferecido pela Abragel
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