A Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar) divulgou as projeções para o ano de 2025, em que espera novos 13,2 GW de potência instalada da fonte solar, chegando a um total acumulado de mais de 64,7 GW.
Para o próximo ano, são esperados 8,58 GW de novos projetos de micro e minigeração distribuída da fonte solar. O montante representa 65% do total projetado para o próximo ano e equivale à potência da hidrelétrica Tucuruí, a terceira maior usina em capacidade instalada do país.
Do acumulado até 2025, 43 GW são projetados para a micro e minigeração distribuída de energia (66%), enquanto 21,7 GW estarão em grandes usinas solares, que representarão 34% do total acumulado.
A associação destaca que o montante equivale a mais de quatro usinas de Itaipu e que representam um crescimento de mais de 25,6% sobre a potência solar atual do país, hoje em 51,5 GW.
O CEO da Absolar, Rodrigo Sauaia, alerta que o ano de 2025 será cheio de desafios, por conta do cenário macroeconômico desfavorável, da desvalorização do real e da tendência de alta dos juros.
“Mesmo diante destas turbulências, o setor solar fotovoltaico brasileiro segue comprometido com a transição energética sustentável do Brasil. O crescimento da energia solar fortalece a sustentabilidade, alivia o orçamento das famílias e amplia a competitividade dos setores produtivos brasileiros, fatores cruciais para alavancar a economia nacional e para o atingimento dos compromissos ambientais do país”, diz Sauaia.
Ainda conforme a projeção, em 2025, os novos investimentos gerados pelo setor fotovoltaico poderão ultrapassar a cifra de R$ 39,4 bilhões, incluindo a geração de energia centralizada e micro e minigeração de energia.
Segundo a avaliação da entidade, a fonte solar fotovoltaica deverá gerar mais de 396,5 mil novos empregos no próximo ano, espalhados por todas as regiões do Brasil, além de proporcionar uma arrecadação extra de mais de R$ 13 bilhões aos cofres públicos.
Prioridades para a fonte solar
Dentre as prioridades para o próximo ano, a Absolar destaca a urgência da solução dos desafios enfrentados pela geração distribuída solar com as alegações de inversão de fluxo de potência. Neste sentido, a associação defende a aprovação do Projeto de Lei nº 624/2023, que institui o Programa Renda Básica Energética (REBE).
Em relação às atualizações do Marco Legal da GD, a Lei nº 14.300/2022, a Absolar recomenda aprimoramentos, para determinar, de forma clara e objetiva, que as concessionárias ou permissionárias de distribuição de energia elétrica atendam às solicitações de acesso das unidades consumidoras com geração própria renovável, sem restringir ou limitar a injeção de eletricidade nas redes.
“Já na eventualidade de limitações ou restrições da infraestrutura elétrica, deve ser claramente explicitada a responsabilidade direta das distribuidoras de apresentar estudos técnicos que comprovem estas situações, com todas as informações elétricas pertinentes”, diz a Absolar em nota.
Outra prioridade da entidade é o cálculo dos benefícios e custos da geração distribuída pela Aneel, seguindo as diretrizes publicadas pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), pela Resolução CNPE nº 002/2024. Na geração centralizada solar, uma das prioridades é o chamado constrained-off, ou seja, cortes de geração determinados pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), sobre os quais os empreendedores não possuem controle e nem responsabilidade.
“A garantia de ressarcimento aos geradores pelos cortes de geração determinará o ritmo do crescimento da energia solar, um motor de transformação econômica, social e ambiental para o Brasil, e fundamental para o cumprimento dos objetivos de transição energética assumidos pelo Brasil em compromissos internacionais”, completa a associação.