Passados dois anos da sua privatização, a Eletrobras avançou nas vendas de ativos e na reestruturação das suas operações, e chegou o momento da empresa distribuir dividendos aos acionistas, segundo relatório do BTG Pactual, assinado pelos analistas Antônio Junqueira, Gisele Gushiken e Maria Resende.
“Para nós, sempre uma questão de quando começaria a ‘era de dividendos’. Temos razões para pensar que o início dessa era deve ser agora”, escreveram os analistas, no relatório intitulado “uma carta para o conselho: é a hora dos dividendos”.
O avanço das negociações da companhia com a União por um acordo reforçou essa perspectiva, depois que a empresa disse que não considera mais antecipar os aportes na Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) nem alocação de capital na Eletronuclear. Por isso, o caixa retido não é mais necessário, abrindo espaço para a distribuição de proventos.
O plano de investimentos também corrobora o cenário. Oportunidades em “boas” aquisições podem surgir, mas os analistas afirmam que, considerando o plano de investimentos de 2024 e 2025, “não há razões para não anunciar dividendos sólidos”, que serão sinal de disciplina financeira e terão a capacidade de atrair novos acionistas para a base da empresa.
Os analistas estimam que a companhia gere R$ 7 bilhões em caixa em 2025, depois de uma geração “decente” de caixa em 2014. Como o endividamento está em queda, o BTG avalia que a distribuição de R$ 6 a R$ 8 bilhões em dividendos sem prejudicar os investimentos previstos e aumentar a dívida.