A empresa brasileira Elea Data Centers anunciou a compra de transformadores da WEG para alimentar o site de alta tensão de 50 MW da empresa em São Paulo, parte da primeira fase do seu projeto de data centers voltados à Inteligência Artificial (IA), que vai envolver investimentos da ordem de US$ 300 milhões. Os equipamentos, fabricados em Gravataí, Rio Grande do Sul, devem ser entregues ainda em 2025.
A Elea também fechou um acordo com a Vertiv para aquisição de unidades de distribuição de resfriamento projetadas para suportar o resfriamento líquido para aplicações de IA em suas instalações em São Paulo.
Segundo a plataforma de data centers, os investimentos estão alinhados com sua estratégia de crescimento, pensada para atender a rápida expansão do setor brasileiro de infraestrutura digital, impulsionado pelo uso crescente de tecnologias digitais, ao mesmo tempo em que posiciona o país como um player relevante no mercado global de IA.
“Como o único provedor de colocation com capital majoritariamente brasileiro, consideramos essencial adquirir transformadores brasileiros, apoiando assim a indústria nacional e fortalecendo o setor latino-americano”, disse, em nota, Alessandro Lombardi, presidente da Elea Data Centers.
Segundo a WEG, seus transformadores são fabricados e projetados com recursos de última geração para garantir a eficiência e a confiabilidade necessárias a essas aplicações. “As exigências da Elea por equipamentos de alta qualidade, o apoio à indústria local e a preocupação com a quantidade de emissão de gases de efeito estufa levam a WEG a contribuir para um mundo mais inovador, sustentável e eficiente, dia após dia”, disse Carlos Diether Prinz, diretor geral global da unidade de negócios de Transmissão e Distribuição da WEG.
Data centers no Brasil: enorme potencial
Os investimentos em data centers no Brasil devem acelerar nos próximos anos, diante da demanda crescente de processamento de dados para inteligência artificial e digitalização do país.
Segundo a Thymos Energia, até 2030, os investimentos no segmento devem chegar a R$ 60 bilhões. Entre as razões, está o fato de o Brasil ter um ambiente de negócios dinâmico, com uma matriz elétrica composta predominantemente por fontes renováveis, com destaque para a hidráulica, eólica e solar fotovoltaica.
O Ministério de Minas e Energia (MME) contabilizou, até setembro do ano passado, pedidos de conexão à rede básica de 9 GW de cargas de data centers nos estados de São Paulo, Rio Grande do Sul, Ceará, Rio Grande do Norte e Bahia.