O cenário de sobrecontratação (excesso de energia contratada) das distribuidoras elétricas dos últimos anos está sendo revertido, de acordo com reportagem da Agência Infra. Segundo fontes do governo, 25 delas já estão subcontratadas (contratos insuficientes para honrar o seu mercado) e apenas 13 estão contratadas acima de 105%.
Mateus Cavaliere, head em Inteligência de Mercado na PSR, avalia que muitas empresas já “trabalhavam com cenários de estresse” em que poderiam estar subcontratadas no fim de 2024. Isso se deve, principalmente, ao aumento de carga abrupto decorrente das altas temperaturas em algumas regiões do país no último ano.
A PSR projeta um déficit para o ACR (Ambiente de Contratação Regulada) a partir de 2027. Na avaliação de Cavaliere, esse cenário poderia ser solucionado com leilões de energia existente e de curto prazo.
O Ministério de Minas e Energia (MME) preparou para este ano um leilão de energia nova A-5, modelo que tem entrega dos empreendimentos em cinco anos após o certame. Uma portaria normativa com as diretrizes prevê a realização do leilão no dia 25 de julho e apenas PCHs (pequenas centrais hidrelétricas) poderão participar, segundo as regras divulgadas.
Lula e Magda reúnem-se sob pressão de reajuste de combustíveis
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e a presidente da Petrobras, Magda Chambriard, reuniram-se ontem (27/1) à tarde em Brasília para, oficialmente, discutirem os investimentos realizados pela estatal, segundo informaram interlocutores do governo. Mas o encontro se dá num momento em que a estatal é pressionada a elevar os preços dos combustíveis, principalmente do diesel e da gasolina. Também participaram da reunião os ministros Rui Costa (Casa Civil) e Alexandre Silveira (Minas e Energia).
Apesar da pauta oficial do encontro, um integrante do governo garantiu que a Petrobras já faz as contas de quanto será o reajuste do diesel e, fatalmente, este seria um assunto levado ao chefe do Executivo. “Os cálculos ainda estão sendo feitos”, disse essa fonte. Já o reajuste da gasolina, afirmou, “por enquanto, não está no radar”. Após o encontro, porém, fontes oficiais, ouvidas pelo Valor Econômico, disseram que a política de preço dos combustíveis não foi discutida.
CEO diz a Lula que diesel terá reajuste
A Petrobras deverá reajustar o preço do diesel nas próximas semanas. Já a gasolina não sofrerá alta. A informação foi dada por Magda Chambriard, CEO da petroleira, ao presidente Lula, ontem (27/1) em reunião ocorrida no Palácio do Planalto.
Segundo relatos, Lula perguntou sobre o índice de reajuste, mas Chambriard disse que os técnicos ainda estão fazendo os cálculos. (Folha de S. Paulo)
Petrobras atinge marca de 2,7 milhões de barris por dia em 2024 e cumpre metas de plano estratégico
A Petrobras informou ontem (27/1) à noite, em comunicado ao mercado, que atingiu em 2024 todas as metas de produção de petróleo e gás previstas em seu Plano Estratégico 2024-2028, dentro da margem de erro de 4% a mais ou a menos que o objetivo estabelecido.
Segundo a estatal, a sua produção total de óleo e gás natural no ano passado foi de 2,7 milhões de barris de óleo equivalente por dia (boed). A produção comercial de óleo e gás natural alcançou 2,4 milhões de boed, e a produção de óleo foi de 2,2 milhões de barris por dia (bpd).
A Petrobras diz ter quebrado “recordes anuais de produção total própria e operada no pré-sal, com 2,2 milhões de boed e 3,2 milhões de boed, respectivamente”. Esse volume de produção em aguas superprofundas, portanto, correspondeu a 81% da produção total da companhia.
Ajudou nesse resultado a entrada em operação de duas novas plataformas em 2024, segundo a Petrobras: o FPSO Maria Quitéria, localizado no campo de Jubarte, no pré-sal da Bacia de Campos, cuja previsão inicial era começar a operar em 2025; e o FPSO Marechal Duque de Caxias, no campo de Mero, no pré-sal da Bacia de Santos.
Ainda segundo a companhia, “ao longo do ano, foi alcançada a capacidade máxima de produção de óleo da plataforma FPSO Sepetiba, no campo de Mero, após oito meses de operação”. (O Globo)
Retorno do Congresso tem missão de analisar 56 vetos; veja o que pode mudar para o setor de energia
Reportagem da Agência Eixos destaca que o retorno dos trabalhos no Congresso Nacional na próxima semana traz a missão de analisar 56 vetos em leis sancionadas pelo presidente Lula (PT) em 2024. Alguns desses vetos afetam diretamente os mercados de energia e combustíveis e foram feitos sobre as leis do Programa de Aceleração da Transição Energética (Paten), Mover, Combustível do Futuro, eólicas offshore e RenovaBio.
De acordo com a reportagem, uma das questões mais críticas está na lei das eólicas offshore. Lula vetou o “jabuti” que prorrogava os contratos de usinas térmicas a carvão e gás natural até 2050. Em jogo, está a contratação de 4,25 GW de potência em térmicas a gás. O presidente também derrubou a contratação obrigatória de quase 5 GW de pequenas centrais hidrelétricas.
O projeto aprovado na Câmara tinha um impacto de 11% de aumento na conta de luz, pelos cálculos da consultoria PSR, feitas no início da tramitação, em 2023. Com a retirada de um “jabuti”, o porcentual caiu para 9%. Ainda assim, os impactos estão estimados em R$ 22 bilhões por ano até 2050.
A reportagem destaca, ainda, que um dos vetos de Lula impediu que parte dos recursos para investimentos em eficiência energética fossem para a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), fundo que financia, entre outras políticas, a tarifa social, que barateia a conta de luz para pessoas mais pobres. A justificativa é que a medida propiciaria redução nos investimentos de pesquisa e representaria pouco impacto na redução das tarifas.
O presidente também rejeitou o artigo que enquadrava no Paten a mobilidade logística nos modais rodoviário, ferroviário e hidroviário, que incluía caminhões fora de estrada, equipamentos agrícolas e ônibus movidos a biometano, biogás, etanol e gás natural. O dispositivo permitia a esses setores acesso ao Fundo Nacional Sobre Mudança do Clima (FNMC).
PANORAMA DA MÍDIA
Valor Econômico: Ações de empresas de tecnologia caíram em bloco no mercado dos EUA, impactadas pelo anúncio de que a chinesa DeepSeek desenvolveu um chatbot de Inteligência Artificial (IA) com orçamento muito menor do que as rivais americanas OpenAI e Google. Para analistas, a empresa desafia o modelo de negócios das “big techs”, que perderam mais de US$ 1 trilhão na Bolsa.
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Folha de S. Paulo: A comprovação de que a inteligência artificial (IA) generativa pode ser mais efetiva e barata do que se achava até agora provocou uma reviravolta no mundo da tecnologia e do mercado financeiro nesta segunda-feira (27). A causadora da onda, que fez companhias tecnológicas perderem mais de US$ 1 trilhão (R$ 5,9 trilhões) em valor de mercado, foi a chinesa DeepSeek. A maior queda foi da Nvidia, que lidera o mercado de chips para IA e perdeu US$ 592,6 bilhões em valor de mercado, com uma queda de 15% nas ações, a maior de sua história. A companhia terminou o dia valendo R$ 2,9 trilhões.
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O Estado de S. Paulo: Donald Trump parece disposto a cumprir as promessas de deportar milhões de pessoas que vivem nos Estados Unidos ilegalmente e aumenta a pressão sobre a América Latina, origem da maior parte desses imigrantes sem documentos. Estima-se que 230 mil brasileiros se insiram na classificação e o governo Lula terá um desafio pela frente: se equilibrar entre a necessidade de garantir a integridade dos seus cidadãos e as ameaças do republicano. Analistas consultados pelo Estado avaliam que a retórica agressiva e midiática de Trump é o início de uma relação muito conflituosa com a América Latina. Em paralelo, a dureza das operações para deter imigrantes ilegais está semeando pavor na comunidade brasileira nos EUA, segundo advogados especializados no tema.
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O Globo: Os brasileiros devem se preparar para um aumento nos preços de alimentos este ano. A alta não será generalizada, e economistas até divergem sobre a sua magnitude, já que as condições climáticas e o dólar afetam as previsões. Mas a leitura geral é que itens como carnes e café subam com força e pesem mais no bolso das famílias, acendendo alerta no governo, que teme impacto na popularidade já de olho nas eleições de 2026.