A Pan American Energy pretende trazer um navio de gás natural liquefeito (GNL) da Argentina para atendimento do mercado brasileiro até 2027. A importação via embarcação tem como finalidade criar uma rota alternativa ao Gasbol para trazer gás ao Brasil, segundo Alejandro Catalano, diretor-geral da companhia.
O GNL importado da Argentina poderá ainda ser uma alternativa mais competitiva do que a importação via gasoduto, por meio da conexão com a Bolívia, disse Catalano a jornalistas, depois de participar de um painel no evento Energyear, em São Paulo, nesta quarta-feira, 5 de fevereiro.
A Pan American tem ainda mantido conversas com clientes potenciais no Brasil para comercializar o gás natural vindo de Vaca Muerta. Com aval da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) para importar, transportar e comercializar gás da Bolívia e da Argentina desde 2023, a empresa atua na Bacia de Neuquén, próximo da formação Vaca Muerta.
Segundo Catalano, os planos em gás e em renováveis fazem parte do seu plano para transição energética e estratégia para o longo prazo.
Sem decisão sobre parque solar na Bahia
Com um parque eólico de 423 MW em operação na Bahia, a Pan American Energy ainda busca contratos de venda de energia (PPAs) e formas de financiamento no mercado para viabilizar um parque solar na mesma região. Segundo Catalano, a ideia é garantir eficiência operativa com a integração dos projetos e, por isso, tem colocado toda sua “energia e recursos” para iniciar as obras.
“Não temos ainda a decisão, porque ainda não temos todo um processo para fazer os investimentos. Nós estamos trabalhando, temos a engenharia básica, porém ainda há questão ambiental e vamos para o mercado pedir algumas ofertas de custos com EPC, por exemplo. Também temos de fazer acordos de venda de energias relacionados e, além do aporte de capital próprio da empresa, temos que ir ao mercado buscar financiamento”, disse Catalano.
No ano passado, a empresa comprou projetos de 300 MW em usinas na fonte solar fotovoltaica, na Bahia, desenvolvidos pela Casa dos Ventos. Na época da aquisição, a Pan American disse ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) que pretendia aproveitar nas obras dos novos parques a infraestrutura de seus parques eólicos na região, como linhas de transmissão e subestação.
A companhia opera dez parques de geração de energia eólica, que fazem parte do Complexo Eólico Novo Horizonte (423 MW), na Bahia. Inaugurado em julho de 2024, o parque recebeu investimentos de R$ 3 bilhões.
Durante a inauguração, a empresa contou que planejava um parque solar fotovoltaico associado, também com 400 MW de capacidade instalada, e que nos próximos quatro a cinco anos previa alcançar 2 GW.