A Petrobras pretende oferecer combustível sustentável de aviação (SAF, na sigla em inglês) a partir do etanol, em um processo que pode consumir entre 3 milhões e 5 milhões de litros de etanol por dia.
As informações são do diretor de Processos Industriais e Produtos da estatal, William França, que informou que o projeto de alcohol to jet (ATJ)vai para sua segunda fase, com processamento na Refinaria de Paulínia (Replan), em São Paulo. França participou do Fórum Brasil de Energia, realizado nesta terça-feira, 4 de fevereiro, no Rio de Janeiro.
Em dezembro, a Petrobras anunciou que voltaria ao negócio de etanol, com orçamento dedicado de US$ 2,2 bilhões. Os projetos de SAF via alcohol to jet são uma das iniciativas da estatal nesta área, que pode envolver outros projetos.
“Faz parte do Plano Estratégico da Petrobras a atuação como produtor de etanol, independentemente das iniciativas relativas à potencial produção do SAF via ATJ”, declarou a companhia à MegaWhat.
QAV com matéria renovável
Outra oferta da Petrobras para a aviação é o coprocessamento de querosene de aviação (QAV) com 1% de material renovável, que pode ser oferecido ao mercado ainda em 2025.
O combustível deve atender as metas do Esquema de Compensação e Redução de Carbono para Aviação Internacional (Corsia, na sigla em inglês) para os próximos dois anos, de acordo com William França.
A tecnologia foi desenvolvida pelo Centro de Pesquisas (Cenpes) da Petrobras e validada nas unidades de refino da companhia. “Estamos avaliando a possibilidade de fazer alguns testes confirmatórios de produção em algumas de nossas refinarias, em especial Reduc [Refinaria Duque de Caxias, no Rio de Janeiro] e Revap [Refinaria Henrique Lage, em São Paulo], onde já possuímos projetos para produção de QAV com até 1% de conteúdo renovável ainda em 2025”, detalhou a empresa.
A produção de combustíveis coprocessados não é novidade para a Petrobras. A companhia já produz diesel coprocessado com óleos vegetais, também com tecnologia própria. Em 2024, a companhia vendeu 100 mil m³ de seu Diesel R5 (5% de matéria renovável), o que correspondeu a 10 mil toneladas de CO2 evitadas, segundo a empresa. Atualmente, não há mandato para o Diesel R da Petrobras, e seu consumo é totalmente voluntário.