
O jornal O Globo informa que o Ministério de Minas e Energia (MME) não enxerga risco iminente de apagões na rede elétrica brasileira, após relatório do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) apontar sobre possíveis sobrecargas em estados nos próximos anos.
Medidas como o leilão de transmissão de energia previsto para outubro e mudanças na fiscalização de distribuidoras devem ajudar a afastar problemas que podem gerar sobrecarga no Sistema Interligado Nacional (SIN), de acordo com integrantes do ministério.
Um relatório do ONS que detalha a segurança do sistema elétrico nos próximos cinco anos aponta que o crescimento da geração de energia por meio de painéis solares traz riscos efetivos de apagões em nove estados. O documento foi revelado ontem (10/2) pelo colunista do Globo Lauro Jardim.
De acordo com o Plano de Operação Elétrica de Médio Prazo do Sistema Interligado Nacional, o risco surge de uma eventual sobrecarga em subestações de transmissão de energia elétrica. Autoridades do MME a par do assunto, no entanto, não apontam um risco iminente de explicam que a informação do ONS é como um “alerta” de uma situação que pode se tornar um problema, caso não seja corrigido nos próximos anos.
Hidrelétrica Santo Antonio bate recorde de geração instantânea
A hidrelétrica Santo Antônio bateu recorde de geração instantânea de energia elétrica ontem (10/2), ao alcançar a potência de 3.564 megawatts (MW). Segundo a Eletrobras, dona da usina, o volume corresponde a quatro vezes o consumo do sistema Acre-Rondônia e é suficiente para atender à demanda de seis estados do Norte do país de forma simultânea.
Desde a conclusão da construção e início da operação comercial da hidrelétrica, em 2016, o último recorde foi registrado em abril de 2022, quando a geração de energia instantânea atingiu 3.503 MW. Santo Antônio é uma hidrelétrica a fio d’água, com reservatório sem maiores capacidades de armazenamento. (Valor Econômico)
Negócios em plataforma de energia BBCE voltam a crescer em janeiro e movimentam R$ 5,6 bi
Reportagem do jornal O Estado de S. Paulo destaca que os negócios de compra e venda de energia mostraram retomada neste início de ano, após encolherem no quarto trimestre de 2024 em meio à redução da liquidez diante de preocupações com a saúde financeira de algumas comercializadoras e do movimento mais calmo dos preços naquele período.
Agora o sinal se inverteu e os preços voltaram a acelerar, trazendo de volta maior volume de negócios, conforme dados da plataforma de negociação de energia BBCE.
Segundo a empresa, o número de operações mais que dobrou entre dezembro e janeiro, para 4,4 mil contratos, que movimentaram R$ 5,6 bilhões. O volume financeiro corresponde a alta de 88,1% em relação a dezembro passado, embora fique 20,6% abaixo do observado no mesmo mês do ano passado e bem longe do pico de R$ 11 bilhões visto em setembro.
Em volume de energia, foram negociados 40.494 gigawatts-hora (GWh) no mês passado, o que representa um aumento de 71,6% frente a dezembro, mas uma retração de 38,4% ante o registrado no mesmo mês de 2024.
Termelétricas vão dominar expansão da capacidade em 2025
O Brasil vai ter a maior expansão da capacidade instalada de usinas termelétricas este ano desde 2013, com um incremento de 3,18 GW previsto para 2025. Grandes projetos a gás natural liquefeito estão programados para entrar em operação, como a UTE GNA II (RJ) e a UTE Barcarena (PA).
Ao todo, a previsão é de um incremento de 2,39 GW na capacidade instalada de térmicas a gás e de 793 MW nos projetos a biomassa. No caso da biomassa, os projetos já começaram a se materializar: em janeiro, a usina a licor negro da Suzano no Mato Grosso do Sul, com 384 MW, foi liberada para operação comercial.
Segundo dados da Aneel divulgados na sexta (7/2), no total, a capacidade instalada de geração de energia elétrica deve crescer 9,95 GW no país em 2025. Se confirmada, a expansão da potência instalada ficará ligeiramente abaixo das observadas em 2023 (10,32 GW) e em 2024 (10,85 GW).
Mas, se o cenário é de consolidação para as termelétricas, as renováveis devem ter uma desaceleração. As informações foram publicadas pela Agência Eixos.
Enel SP: 76,7 mil unidades consumidoras estão sem luz em São Paulo, após temporal
A Enel SP informou que 76,7 mil consumidores ficaram sem energia elétrica em sua área de concessão, após o temporal que atingiu São Paulo ontem à tarde (10/2). O montante corresponde a 0,93% da quantidade de clientes da empresa. A cidade de São Paulo é a mais afetada, com 41,5 mil imóveis desconectados da rede elétrica, seguido por Osasco, com 21,4 mil. Em Carapicuíba, 5,7 mil ficaram sem energia e em Itapecerica da Serra outros 3,4 mil.
O novo apagão ocorre poucos dias depois da tempestade da última quinta-feira (6/7), que deixou 142 mil imóveis sem luz na Grande São Paulo. Na ocasião, a Enel informou que as regiões Oeste e Sul foram as mais impactadas, com cortes de energia causados por chuvas intensas e descargas atmosféricas. (Agência Eixos)
Setor de carvão dos EUA deve ser prejudicado por tarifa ao aço do Brasil
A imposição de uma sobretaxa sobre as importações de aço pelos Estados Unidos, confirmada ontem (10/2) pelo presidente Donald Trump, deve ter como efeito colateral a redução do carvão metalúrgico comprado pelo Brasil dos próprios americanos, informa a Folha de S. Paulo.
O Brasil é um dos principais compradores desse insumo dos EUA. Ele é utilizado para produzir boa parte do aço que, posteriormente, é vendido para os americanos. O argumento de que o aumento das tarifas sobre aço prejudica os produtores americanos de carvão siderúrgico foi usado quando Trump, então em seu primeiro mandato, estabeleceu uma sobretaxa de 25% sobre a importação de aço em seu país.
A avaliação no governo é que os possíveis impactos sobre o setor do carvão contribuíram para que os EUA aceitassem, em 2018, a abertura de uma cota anual em que o aço brasileiro poderia entrar com barreiras reduzidas. Outro ponto que foi levantado à época era que o aço brasileiro semiacabado vendido era utilizado, na sua grande maioria, como insumo da produção siderúrgica americana.
Eletrobras e Antaq firmam acordo para descarbonização de portos e terminais
A Eletrobras e a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) firmaram uma parceria voltada para a descarbonização das operações em portos e terminais, informa o Valor Econômico. A empresa e a agência assinaram um protocolo de intenções durante o lançamento do inventário de emissões de gases de efeito estufa pelo setor aquaviário, em Brasília.
O acordo envolve o levantamento de portos e terminais aptos para migrar ao mercado livre, no qual é possível escolher o fornecedor da eletricidade e estabelecer as condições contratuais, com a compra de energia renovável. O protocolo também pretende apoiar operadores aquaviários no abatimento das emissões de gases de efeito estufa por consumo em 2024 24, via emissão de certificados de energia renovável (I-Rec).
PANORAMA DA MÍDIA
O principal destaque desta terça-feira (11/2) na mídia é a definição, pelo presidente Donald Trump, de que os Estados Unidos vão impor tarifas de 25% sobre todas as importações de aço e alumínio, ampliando o risco de uma guerra comercial global e ameaçando desencadear turbulência nos mercados de commodities.
Trump alegou que a medida vai proteger indústrias politicamente importantes dos EUA. As novas taxas tendem a atingir o Brasil, um grande exportador de aço para o país, além de Canadá, México e China. (Valor Econômico)
Produtos semiacabados de aço estão entre os principais produtos exportados pelo Brasil aos EUA. São materiais intermediários da siderurgia, que precisam ser processados para se tornarem produtos finais. Eles são utilizados como matéria-prima para a fabricação de itens como chapas, perfis, tubos e outros produtos. (Folha de S. Paulo)
As medidas serão bem-vindas pelos produtores de aço nacionais, que argumentam que estão lutando para competir com metais estrangeiros baratos. Como fizeram durante o primeiro mandato de Trump, os produtores de metal dos EUA têm feito lobby na administração por proteção, e autoridades de Trump concordam que um forte setor de metal nacional é essencial para a segurança nacional dos EUA. (O Estado de S. Paulo)
O ritmo rápido e intenso do governo Trump 2.0 está levando economistas de Wall Street, que passaram meses modelando os possíveis efeitos das políticas de Donald Trump, a reavaliar seu impacto na economia dos Estados Unidos. Alguns alertam que os riscos para o crescimento estão concentrados no curto prazo, enquanto eventuais benefícios podem não ser visíveis antes do próximo ano, no mínimo. Trump pode ameaçar o crescimento da economia dos EUA, mas também de outros países, como o Brasil. (O Globo)