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A Cemig comprou a totalidade do capital social da Empresa de Transmissão Timóteo-Mesquita (ETTM), de propriedade da gestora Fram Capital, por R$ 30 milhões. Segundo a empresa, a aquisição está em linha com o seu planejamento estratégico, que prevê o investimento em ativos de transmissão no estado de Minas Gerais.
Com Receita Anual Permitida (RAP) de ativos em R$ 5,7 milhões, a transmissora tem projetos conectados na Rede Básica de 230 kV de propriedade da Cemig, localizados na região do Vale do Aço, em Minas Gerais.
O contrato está sujeito ao cumprimento de condições precedentes usuais em transações dessa natureza, dentre elas as anuências do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
Futuro da Cemig
Após o deputado Tadeu Leite (MDB), presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), declarar que aguardará a regulamentação do Programa de Pleno Pagamento da Dívida dos Estados (Propag) para iniciar a discussão sobre privatizar ou não a Cemig e a Copasa, o governo do estado, Romeu Zema (Novo), informou que pretende privatizar as empresas e a Companhia de Desenvolvimento (Codemge) ainda em 2025 e condicionou o movimento à adesão ao Propag – ainda que o programa de ajuda aos estados exija, na verdade, a federalização de estatais estaduais como contrapartidas.
Segundo reportagem do jornal Estado de Minas, as declarações do governador foram dadas em palestra na Federação de Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) no início desta semana.
“A nossa intenção é privatizar as empresas. Ainda não conseguimos a aprovação legislativa, mas com o Propag será necessário, e nós vamos conseguir muito provavelmente este ano”, disse o governador.
Sancionado em janeiro pelo governo, o Propag cria regras flexíveis para pagamento das dívidas do estado com a União, acumuladas em R$ 760 bilhões, mas exige contrapartidas, inclusive federalização de ativos estaduais, como o caso da Cemig e da Copasa.
Em 2024, o governo mineiro enviou à assembleia Legislativa dois projetos de lei visando privatizar a Cemig e a Copasa. Nas duas empresas, o plano é buscar a privatização por meio do mesmo modelo usado pela Eletrobras, que envolve a realização de uma oferta de ações – a capitalização – no qual o controle societário será diluído.
O plano não passou da análise inicial pela assembleia, que contempla a leitura pelo presidente no plenário. Para Leite, as discussões sobre as privatizações dependem da regulamentação do Propag.
Em meio as incertezas sobre o seu futuro, a Cemig nomeou o economista Sérgio Lopes Cabral como seu novo vice-presidente de Comercialização, cargo ocupado até o momento por Dimas Costa.