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Casa dos Ventos e Acciona rompem contrato de 800 MW em eólicas 

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Parque eólico Ventos do Araripe III / Crédito: Casa dos Ventos (Divulgação)

O Fundo de Investimentos em Participações e Multiestrategia (Salus FIP), veículo de investimento do grupo Casa dos Ventos, e a Acciona Energia romperam um contrato celebrado em 2021, que envolvia 18 sociedades de propósitos específicos (SPEs) detentoras de 800 MW em projetos eólicos em desenvolvimento na Bahia.

No âmbito do acordo de 2021, a Acciona Energia comprou a totalidade das ações das eólicas Ventos de São Carlos e Ventos de Santa Bibiana, detidas pelo Salus, que adquiriu indiretamente 100% das ações das 18 novas SPEs responsáveis pelos projetos Sento Sé I e Sento Sé II, localizados na Bahia. A expectativa na época era que os projetos em desenvolvimento recebessem investimento na construção na ordem de 800 milhões de euros.

Na ocasião, a transação foi aprovada pelo Conselho Administrativo de Defesa (Cade). Segundo autos do processo, a Acciona disse que ao órgão antitruste que via na compra uma forma de ingressar no setor de energia brasileiro, expandindo assim sua presença global em energias renováveis. Já o fundo da Casa dos Ventos informou que a operação atendia as expectativas dos seus investidores, que desejavam obter retorno financeiro e valorização de capital a longo prazo por meio de investimento e desenvolvimento tecnológico relacionados a energias renováveis.

Quebra de contrato

Nesta semana, o Cade aprovou a devolução ao fundo da Casa dos Ventos da totalidade das ações detidas pela Acciona Energia nas usinas. A operação implica no retorno das ações dos empreendimentos ao Salus, por meio da celebração de um contrato de rescisão.

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Ao Cade, o fundo informou que a operação representa uma oportunidade de reintegrar os ativos as suas atividades e expandir seus projetos de produção de energia renovável no Brasil. A Acciona não se manifestou no processo.

Em nota enviada à MegaWhat, a Casa dos Ventos afirmou que o acordo com a Acciona previa a possibilidade de recompra dos projetos, o que ocorreu por interesse mútuo. Os projetos seguem em fase pré-operacional. A Ventos de São Carlos e Santa Bibiana tem capacidade total de 401,2 MW e 453,3 MW respectivamente.

Último ano da Acciona no Brasil

No início de abril de 2024, a empresa, em parceria com a Nordex, registrou pedido de outorga para 900 MW em eólicas no Rio Grande do Norte.

Três meses depois, a agência Reuters publicou uma matéria que a espanhola Acciona decidiu reduzir sua presença no setor de energia renovável no Brasil devido a dificuldades para viabilizar novos projetos de geração nos últimos anos, justificados pelos preços baixos de energia, custos com dívida e equipamentos em alta, além de questões pontuais como dificuldade de conexão com a rede de transmissão.

Em dezembro de 2024, a empresa ainda somava 6,08 GW em pedidos de licenciamento de eólicas offshore no Ibama.

No início deste ano, a companhia e a Corporação Financeira Internacional (IFC), do Banco Mundial, anunciaram um acordo de US$ 600 milhões (cerca de R$ 3,6 bilhões) para impulsionar projetos de infraestruturas sociais e ambientalmente sustentáveis da empresa no Brasil, no Peru e em outros países emergentes.

No Brasil, a parceria financiará parte da linha seis de metrô de São Paulo, via parceria público-privada (PPPs).

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