
O jornal O Globo informa que técnicos do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) recomendaram negar o plano apresentado pela Petrobras para realizar pesquisas sobre eventual exploração de petróleo da Margem Equatorial, na região do Amapá, de acordo com pessoas envolvidas nas discussões.
A reportagem explica que isso, no entanto, não significa que o Ibama vai rejeitar a licença de pesquisa. A palavra final fica na mão do presidente do órgão ambiental, Rodrigo Agostinho, que decidirá com base em outras informações e conversas com outras instâncias do Ibama.
A Petrobras teve o pedido de licença negado em 2023. A estatal recorreu. É esse recurso que agora está em análise no Ibama. Os técnicos entenderam, porém, não haver elementos para rever a recomendação de indeferimento da licença.
A avaliação entre os técnicos foi que a empresa não apresentou mudanças em relação ao material entregue anteriormente. O ponto mais sensível que gerou a sugestão de negativas dos técnicos neste momento é em relação ao plano de resgate de fauna em eventual derramamento de óleo.
A Petrobras planeja perfurar inicialmente um poço a cerca de 160 km da costa do Oiapoque (AP) e a 500 km da foz do rio Amazonas propriamente dita — por isso, a bacia se chama Foz do Amazonas. O objetivo da estatal é comprovar a viabilidade econômica de investir para produzir petróleo ali, o que demandaria outra licença do Ibama.
Em 2018, o Ibama já negou cinco licenciamentos de blocos próximos ao poço 59 pela complexidade ambiental da região. A reportagem ressalta que, caso o licenciamento seja concedido, seria a primeira vez em que o órgão ambiental emitiria uma autorização para perfuração na região.
Cobrança extra na conta de luz pode vir mais cedo do que o esperado, pela piora na previsão de chuva
A piora nas expectativas de chuva para os próximos meses, associada à provável manutenção das altas temperaturas, tem feito com que a possibilidade de acionamento da bandeira tarifária amarela apareça mais cedo nos modelos matemáticos dos especialistas que acompanham o tema.
Para o mês de março, especialistas consultados pelo jornal O Estado de S. Paulo seguem esperando bandeira verde, mas aumentaram as apostas de volta da cobrança adicional na conta de luz em maio, o que acrescentaria R$ 1,88 a cada 100 quilowatts (kWh).
A Ampere Consultoria, por exemplo, avalia que as bandeiras tarifárias devem permanecer verdes até abril, sem cobrança adicional dos consumidores, e amarelas no restante do ano. Segundo o sócio consultor da empresa, Guilherme Ramalho de Oliveira, a perspectiva para o primeiro quadrimestre se deve principalmente às condições do período úmido, que está em andamento, combinadas à tendência de indicador de risco hidrológico (GSF, no jargão setorial) relativamente elevado, incluindo valores que apontam energia secundária nos meses de fevereiro e março.
Petrobras acelera investimentos e acende alerta no mercado
Reportagem da Folha de S. Paulo indica que a aceleração dos investimentos da Petrobras tornou-se tema de preocupação entre analistas após a divulgação do lucro de 2024, que teve queda de 70% em relação ao ano anterior. Os maiores aportes tiveram impacto direto nos dividendos distribuídos pela empresa.
Em 2024, a Petrobras investiu R$ 91 bilhões, alta de 31% em relação a 2023, o maior valor desde 2015. Em dólares, que é como a estatal costuma divulgar esse indicador, o investimento ficou 15% acima da projeção estabelecida para o ano.
O tema foi o mais explorado em teleconferência com analistas nesta quinta-feira (27). A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, disse que a empresa investiu mais para antecipar a produção de plataformas no campo de Búzios, que será o maior produtor da Petrobras a partir de 2025.
Os investimentos adicionais, diz a empresa, foram feitos para reverter atrasos em plataformas do campo, como P-78 e P-79, e antecipar outras unidades. A empresa diz ter identificado que fornecedores estavam tendo dificuldades para comprar insumos e poderiam atrasar os projetos.
Cosan mira redução de 30% da dívida e avalia venda de negócios e novos sócios
Após a divulgação do balanço não auditado, na quarta-feira (26/2), em que a Cosan reportou prejuízo líquido de R$ 9,3 bilhões no quarto trimestre de 2024, revertendo lucro líquido de R$ 2,3 bilhões, a holding de Rubens Ometto afirmou que planeja apertar o cinto para buscar redução de até 30% da dívida nos próximos meses.
O rombo bilionário teve a ver, principalmente, com o “impairment” da posição na Vale, que respondeu por R$ 4,7 bilhões do total, além do prejuízo de R$ 1,2 bilhão da Raízen e uma baixa de R$ 2,8 bilhões em prejuízos fiscais. O relatório divulgado aponta que a dívida bruta da Cosan ao final do 4º trimestre foi de R$ 27,79 bilhões. (Valor Econômico)
Estudo da CCEE mostra crescimento de 3,9% no consumo de energia elétrica no Brasil em 2024
O Brasil consumiu 3,9% mais energia elétrica em 2024 do que em 2023 e ultrapassou, pela primeira vez, a marca de 70 mil megawatts (MW) médios. É o que mostra estudo lançado ontem (27/2) pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), organização que acompanha em tempo real todas as principais movimentações do setor.
Segundo o levantamento, dois grandes fatores explicam o resultado: o calor intenso registrado ao longo do país no primeiro semestre, que acabou se contrapondo às temperaturas mais brandas na segunda metade do ano, aliado a uma maior atividade industrial e de setores como serviços e comércio.
No mercado regulado, aquele em que os consumidores compram sua energia diretamente das distribuidoras, houve uma alta muito leve, de 0,1%. As variações do clima levaram a um uso mais intenso de aparelhos de ar-condicionado nas residências e pequenas empresas nos primeiros meses de 2024, mas o cenário se inverteu a partir de julho, o que explica o saldo neutro nesse segmento.
Já o mercado livre, segmento no qual é possível escolher o próprio fornecedor de energia e negociar condições de contrato, o consumo saltou 10,5% no comparativo anual. O crescimento reflete uma combinação da maior atividade em alguns setores produtivos e a entrada massiva de novos consumidores no ambiente, após sua abertura para todos aqueles conectados na alta tensão, que ocorreu em janeiro de 2024.
Clique aqui para acessar o Estudo CCEE: cenários do mercado brasileiro de energia.
PANORAMA DA MÍDIA
O Estado de S. Paulo: As ações da Petrobras tiveram um dia difícil na B3 e lideraram as perdas do Ibovespa nesta quinta-feira (27/2). Enquanto os papéis ordinários (PETR3) fecharam em queda de 5,56% a R$ 39,24, os preferenciais (PETR4) encerraram em baixa de 3,53% a R$ 36,61.
**
O Globo: Ao fechamento da Bolsa, ontem (27/2) Petrobras ON (PETR3) recuou 5,56%, a R$ 39,24, enquanto PN (PETR4) caiu 3,53%, a R$ 36,61. Em relatório, o banco americano Citi afirmou que a reação negativa veio do anúncio de dividendos ordinários fracos no trimestre. O Itaú disse que viu o balanço como negativo diante do impacto na distribuição de dividendos por conta de um capex (investimentos) em US$ 2,1 bilhões acima do limite da projeção de US$ 14,5 bi. O Goldman Sachs também atenta que as expectativas de despesas com investimentos em 2025 não foram reduzidas, ao passo que a meta de produção não foi elevada.
**
Valor Econômico: O volume de emissões brasileiras no exterior no primeiro bimestre de 2025 já soma metade do que foi levantado em todo o ano passado. Numa corrida para acessar o mercado de dívida americano, as captações de nove empresas e bancos e uma do Tesouro Nacional alcançaram US$ 10,4 bilhões nos dois primeiros meses do ano. A projeção é que o volume em 2025 possa chegar a US$ 30 bilhões.
**
Folha de S. Paulo: O governo federal avalia a possibilidade de zerar o imposto de importação do trigo, como forma de baratear a entrada do insumo no país e, assim, reduzir a alta no preço dos alimentos. A ideia é que, ao retirar o imposto de 9% pago para trazer o cereal para o país, haja uma queda nos preços para o consumidor. O tema é considerado a maior preocupação do governo. O mesmo movimento é analisado para zerar a alíquota de 9% que recai sobre o óleo comestível, incluindo produtos como óleo de soja, girassol, milho e canola, entre outros.