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Enel Américas perde US$ 70 milhões com curtailment no Brasil em 2024

Aurelio Bustilho de Oliveira, CEO da Enel Américas
Aurelio Bustilho de Oliveira, CEO da Enel Américas

A Enel Américas, dona das operações da companhia italiana no Brasil, não acredita numa solução simples no curto prazo para os problemas causados pelos cortes de geração renovável, sendo necessário discutir o tema entre operador, regulador.

Em teleconferência para apresentação dos resultados do quarto trimestre de 2024, Aurélio Bustilho, CEO da empresa, defendeu, além dos debates, a expansão das linhas de transmissão do Brasil e a clareza nos dados sobre a entrada da geração distribuída no sistema como partes dessa solução.

“Sei que outras empresas foram mais afetadas. Mas, no nosso caso, foram US$ 70 milhões [em cortes no Brasil em 2024], 3% da nossa geração, podemos suportar isso, pois temos um mix de fontes no portfólio, mas não concordamos em sofrer essas perdas. Estamos analisando as possibilidades e precisamos de discussões com o operador, com o regulador, com as transmissoras e com os agentes”, disse o executivo.

Bustilho também defendeu que existem várias questões que precisam ser endereçadas para reduzir os cortes, incluindo a implantação de mais linhas de transmissão e uma forma de verificação da entrada da geração distribuída, já que é o país tem dificuldade em “prever ou ter mais informações factuais” sobre a quantidade de geração que está entrando no sistema pela modalidade.

Resultados da Enel

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A companhia contabilizou lucro líquido de US$ 124 milhões no quarto trimestre, elevação de 51% em comparação ao mesmo período do ano passado. Também houve crescimento de 15% na receita, que chegou aos US$ 3,55 bilhões.

Por outro lado, o Ebitda caiu 15%, a US$ 724 milhões, justificado pela diminuição devido às condições hídricas na Colômbia e pela desvalorização do real.

No Brasil, o lucro líquido no ano somou US$ 175 milhões no trimestre, mais que o triplo dos US$ 50 milhões obtidos no mesmo intervalo do ano anterior. A receita, por sua vez, caiu 1%, a US$ 2,16 bilhões.

As vendas de energia do braço de geração cresceram 4%, a 9.067 GWh, enquanto a geração líquida cresceu 19%, a 5.209 GWh. Já a energia distribuída pelas concessionárias no país teve alta de 1% no trimestre, a 19.128 GWh.