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Solatio avança em projeto de hidrogênio verde de 3 GW

Solatio no Piauí
Solatio no Piauí

A espanhola Solatio conseguiu autorização para as obras de instalação, ainda neste ano, para o seu projeto de produção de hidrogênio verde e de amônia verde, com capacidade de produção de 3 GW ao ano, a ser implantado na ZPE de Parnaíba, no Piauí. O aval foi concedido pelo Conselho Nacional das Zonas de Processamento de Exportação (CZPE), órgão deliberativo presidido pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.

Segundo a empresa, o aval do CZPE representa “um marco fundamental” rumo à tomada de decisão final de investimento no projeto, que deve acontecer ainda no primeiro semestre do ano. A MegaWhat apurou que a batida de martelo depende apenas de formalidades, uma vez que a parte financeira já está equacionada.

A Solatio prevê produzir hidrogênio verde abaixo dos três dólares por quilo, o que viabilizará a comercialização do insumo com as empresas com as quais já assinou memorando de intenções. A produção deve ser destinada principalmente aos mercados da Europa e da Ásia.

Em evento no Piauí, em junho de 2024, o CEO da Solatio, Pedro Vaquer, explicou que a primeira fase do projeto envolve a construção de 9 GW em usinas de geração de energia solar fotovoltaica em Minas Gerais, que somam 2 GW médios e serão conectados à rede de transmissão, e outros 4 GW de geração solar na área adjacente à planta no Piauí, estes fora do grid. Na época, a empresa informou que os investimentos seriam de cerca de R$ 80 bilhões, considerando a construção das usinas em Minas Gerais, além dos investimentos no Piauí.

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As plantas foram dimensionadas para suprir a necessidade requerida pelas plantas de hidrogênio verde. Como o complexo industrial funcionará 24 horas por dia, os excedentes de energia solar serão injetados na rede, e a empresa vai usar contratos de energia para garantir uma curva estável de abastecimento.

No Piauí, o CZPE estima que a iniciativa deve contar com cerca de R$ 27 bilhões em investimentos e gerar 2,7 mil empregos diretos e indiretos.  

Em agosto, o empreendimento obteve aval da Secretaria Nacional de Transição Energética e Planejamento do Ministério de Minas e Energia (MME) para acessar à rede básica do Sistema Interligado Nacional (SIN), através da ampliação do pátio de 500 kV na subestação Parnaíba III, com a respectivas entradas de linha em 500 kV e a construção da linha de transmissão em 500 kV, com aproximadamente 20 quilômetros de extensão, conectando o barramento de 500 kV da nova subestação H2V Solatio Piauí à subestação Parnaíba III, na rede básica. Há, ainda, previsão para construção de novo pátio de transformação, em 500/34,5 kV, da nova subestação H2V Solatio Piauí e respectivas conexões.

Os biocombustíveis

A CZPE também deu aval para outros dois projetos industriais, relacionados a biocombustíveis.

A empresa Biomasstrust conseguiu aval para o projeto de produção de pellets de madeira como combustível renovável na ZPE de Aracruz (Espírito Santo).

Segundo o órgão, a startup brasileira patenteou uma nova tecnologia desenvolvida no Harvard Innovation Labs, nos Estados Unidos, para permitir a retirada do cloro presente no pó de serragem de eucaliptos. Com esse tratamento, esses resíduos de eucalipto são convertíveis em cubos prensados, utilizados de forma segura como alternativa de energia renovável ao carvão para aquecimento de fornos industriais, e ao gás e carvão para aquecimento residencial, com baixa emissão de dióxido de carbono (CO2).

Também obteve autorização o projeto industrial da refinaria da Oil Group Maranhão para instalação na futura ZPE de Bacabeira (Maranhão), focada em produzir querosene de aviação renovável (SAF) a partir de bioinsumos, diesel comum e renovável, diesel marítimo (MGO) e gasolina.

A iniciativa será operacionalizada com investimentos diretos de R$ 8 bilhões e geração de 2,3 mil empregos diretos e indiretos nas fases de implementação e de operação.