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Cemig adota medidas para minimizar exposição à diferença de preço de submercados

Sede da Cemig com bandeiras de Minas Gerais, do Brasil e da Cemig
Sede Cemig/Crédito: Ronaldo Almeida

A Cemig está adotando uma estratégia de exposição mínima ao mercado spot de energia e espera uma postura menos conservadora por parte do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) na gestão da rede, que resulte maior escoamento de energia da região Nordeste para o Sudeste. Segundo a empresa, isso deve contribuir para reduzir os impactos da diferença de preços entre submercados nos próximos trimestres. 

No primeiro trimestre de 2025, a companhia registrou um impacto negativo de R$ 87,9 milhões no lucro da área de comercialização de energia. O prejuízo decorre da exposição de aproximadamente 570 MW médios à variação de preços entre as diferentes regiões do país.

Com um portfólio concentrado no Nordeste e contratos de venda firmados nos submercados Sudeste, Centro-Oeste e Sul, a Cemig foi afetada pela discrepância entre os valores regionais. No período, o PLD do Nordeste ficou quase o tempo todo no piso de R$ 58,60/MWh, e o preço do Sudeste chegou a R$ 400/MWh. No mercado de energia, o produtor recebe o PLD do submercado em que gerou a energia e paga o valor referente ao submercado onde efetuou a venda, o que tem gerado desequilíbrios para empresas como a Cemig.

Segundo Andrea Almeida, vice-presidente de Finanças e Relações com Investidores, a empresa vem analisando alternativas para mitigar esses riscos ao longo do ano, embora os instrumentos disponíveis sejam de “custo elevado”.

“Estamos avaliando formas de negociar um preço mais razoável. Também acompanhamos a possibilidade de o ONS reduzir seu conservadorismo e permitir maior escoamento da energia do Nordeste para o Sudeste, o que ajudaria a diminuir essa diferença entre submercados”, afirmou a executiva durante teleconferência de resultados do primeiro trimestre de 2025.

A crise da Gold Energia também afetou a Cemig, que teve contratos não cumpridos pela comercializadora, segundo Sérgio Cabral, vice-presidente de Comercialização da Cemig.

“Para 2026 e 2027, manteremos uma posição pequena short [posição vendida, em que o agente aposta na redução do preço do ativo]. Estamos vendo uma estabilização dos preços e o fim desse efeito mais acentuado de submercado. Nossa diretriz é manter a exposição mínima e acompanhar as oscilações de preços”, afirmou.

 >> Veja detalhes do desempenho da companhia no 1T25

Federalização da Cemig

O governo de Minas Gerais enviou à Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) o pacote de projetos cuja federalização possibilitará a adesão do estado de Minas Gerais ao Programa de Pleno Pagamento de Dívidas dos Estados (Propag), do governo federal.

Dentro do pacote, estão as fatias do estado nas estatais Cemig e Copasa, com participações avaliadas em, respectivamente, R$ 7 bilhões e R$ 4 bilhões.

Questionado sobre o projeto, Reynaldo Passanezi, apenas destacou que assunto deverá ganhar relevância na Assembleia Legislativa de Minas Gerais.