
As empresas Chlorum Brasil e Cape Acquisitions adquiriram participação majoritária em duas usinas solares da Atlas Renewable Energy no modelo de autoprodução de energia por equiparação. A operação já recebeu aprovação do Cade e aguarda parecer da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
O acordo, anunciado em abril de 2025, envolve as sociedades de propósito específico (SPEs) Draco 2 e Draco 3, solares em construção no município de Arinos, em Minas Gerais. As duas usinas fotovoltaicas somam 96,2 MW de capacidade instalada e, segundo informações anteriores, fornecerão 24 MW médios ao grupo Chlorum.
Estrutura da operação
O acordo envolvendo as empresas do grupo Chlorum, especializado em soluções de cloro e derivados químicos, foi estruturado em duas etapas.
A primeira etapa envolve as companhias Cape do Recife, Chlorum Minas Gerais e Chlorum Palmeira, que adquiriram a maioria das ações ordinárias com direito a voto da UFV Draco 2. Além disso, Chlorum Minas Gerais e Palmeira firmaram um acordo de investimento para a criação de uma joint venture, com o objetivo de construir e operar a planta solar. A nova composição acionária, no entanto, não foi divulgada.
A Cape Recife também adquiriu o controle da Draco 3, formando um consórcio com as empresas Alliance Maranhão e Chlorum Bahia. Assim, as empresas Draco 3, Alliance Maranhão e Chlorum Bahia deterão participação no consórcio correspondente a 66,78%, 16,61% e 16,61%, respectivamente.
Segundo o processo apresentado ao Cade, os projetos não serão, inicialmente, utilizados para comercialização de energia a terceiros. O foco é garantir o suprimento de energia para consumo próprio das empresas do grupo Chlorum.
A Atlas Renewable Energy continuará responsável pela gestão e operação das usinas solares após a conclusão da operação.
Atlas e Chlorum: Justificativas e benefícios da operação
No processo de aprovação, a Atlas Renewable Energy declarou que a transação representa uma oportunidade estratégica para agregar valor ao negócio e aos seus acionistas.
Por sua vez, o grupo Chlorum defendeu que a energia elétrica é o principal insumo nos custos operacionais da empresa, sendo que a parceria com a Atlas deve, não apenas assegura um custo total de energia mais competitivo e inferior ao praticado historicamente pelo grupo, mas também oferece maior previsibilidade e redução da volatilidade dos custos, beneficiando diretamente o seu fluxo de caixa operacional.
A companhia ainda argumentou que a operação garantirá o fornecimento de energia renovável a longo prazo, alinhando-se aos compromissos do grupo com as metas ESG e reforçando a sua responsabilidade ambiental. As compradoras também esperam usufruir dos benefícios decorrentes da autoprodução equiparada caracterizada na Lei nº 11.488, de 15 de junho de 2007.
