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Vale consegue aval para vender participação na Aliança Energia para a GIP

Fachada da Vale / Foto: divulgação
Fachada da Vale (Divulgação)

A Vale obteve aval do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) para vender 52,5% de sua participação societária na Aliança Energia para a Global Infrastructure Partners (GIP). A operação ainda está sujeita à autorização regulatória da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), além da anuência do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para a troca de controle.

A Aliança tem sete hidrelétricas em Minas Gerais, dois complexos eólicos em operação no Rio Grande do Norte, e um em implantação no Ceará. Em comunicado divulgado em abril, a empresa destacou que, com a conclusão da transação, receberia aproximadamente US$ 1 bilhão em recursos com o acordo.

Conforme processo no Cade, a Vale deterá 47,5% da Aliança, enquanto o GIP será responsável por 52,5%. O órgão antitruste afirmou ainda que, como resultado da operação, foi informado que o GIP passará a ser o controlador unitário da Aliança Energia.

Para justificar a operação para o conselho, a Vale disse que o acordo garante volume estratégico de geração de energia para manter a sua matriz elétrica, que é 100% baseada em fontes renováveis no Brasil.

Já o GIP destacou que a operação representa oportunidade de expandir a sua atuação, diversificar suas matrizes e aumentar a sua capacidade de geração de energia renovável para acompanhar a crescente demanda por energia limpa no Brasil.

GIP

A GIP é uma gestora global de fundos de infraestrutura, com um portfólio de ativos de cerca de US$ 170 bilhões, incluindo diversas joint ventures com grupos do setor de energia mundial.

No Brasil, por meio do grupo Atlas Renewable Energy, controla uma plataforma de geração com aproximadamente 983 MW de capacidade instalada na Bahia, Ceará e Minas Gerais.

Em janeiro de 2024, a GIP foi comprado pela gestora de ativos BlackRock por cerca de US$ 3 bilhões em dinheiro e 12 bilhões em ações.

A aquisição integrou a crescente da BlackRock em infraestrutura, como uma das oportunidades de investimento de longo prazo mais interessantes para a gestora, na visão de uma série de mudanças estruturais para “remodelar a economia global”.  

A Vale e a Aliança Energia

A Vale havia recebido a aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) para a aquisição da totalidade das ações ordinárias e nominativas da Aliança Energia, sob titularidade da Cemig GT, em maio de 2024.

O grupo Cemig justificou a venda ao alinhamento para planos de desinvestimento. Com a aquisição da totalidade das ações da Aliança, a potência total outorgada da Vale passou a 16 mil MW.