A Pacífico Energia, comercializadora liderada por Oderval Duarte, ex-BTG e Itaú, anunciou a aquisição de 50% da Newgas, em operação que marca a entrada do grupo no setor de gás, ampliando sua presença no mercado de energia e reforçando sua estratégia de oferecer soluções integradas e alinhadas à transição energética.
A Newgas, que nasceu como braço de gás natural da Comerc, tornou-se uma empresa independente após a venda da controladora para a Vibra, sob liderança de Pedro Franklin. A empresa atua na comercialização e estruturação de soluções para consumidores livres, com foco em gás natural e biometano.
A estratégia da Pacífico é consolidar o negócio de gás internamente, aprofundar o conhecimento sobre o setor e preparar a empresa para atuar no trading da molécula quando houver acesso ao insumo, hoje ainda concentrado na mão de grandes produtores. A movimentação ocorre em um momento de crescimento do mercado livre de gás, impulsionado pela migração de consumidores industriais e pela entrada de novos agentes.
A Pacífico Energia foi fundada por Oderval Duarte e Clayton Morales em 2022. Oderval foi sócio do BTG Pactual, onde liderou por 15 anos a área de infraestrutura e a mesa de comercialização de energia. Também presidiu o Conselho de Administração da Abraceel e montou a operação de trading de energia no Itaú Unibanco. Clayton também esteve no início da operação de energia do BTG, e passou por casas como Clime e Capitale antes de se reunir com Oderval na Pacífico.
Crescimento do mercado de gás natural
A ideia dos investidores é replicar o sucesso no mercado de energia no mercado de gás natural, que hoje ainda está em etapa inicial de desenvolvimento. O movimento começou em 2021, com a publicação da Lei 14.134/2021, conhecida como Nova Lei do Gás, que criou condições jurídicas para um mercado de gás mais competitivo e aberto à entrada de novos agentes.
A legislação teve a finalidade de aprimorar a comercialização, atrair investimentos e promover a concorrência, com o objetivo de reduzir o preço final do gás natural para o consumidor. O mercado livre de gás natural permite que consumidores e produtores negociem preços e formas de pagamento livremente.
O movimento tem ajudado a impulsionar novos fornecedores da molécula no Brasil, consequência da redução do tamanho da Petrobras, que gradualmente tem encerrado contratos antigos, como o de compra de gás da Bolívia.
Nos últimos anos, cresceram os investimentos em terminais de regaseificação de GNL importado, e também ganhou espaço a perspectiva de importação do gás da Argentina, por meio da infraestrutura do Gasbol.