Nuclear

Silveira quer discutir continuidade de Angra 3 com a EDF, na França

Ministro também deverá discutir o cenário do curtailment no Brasil com EDF, que tem ativos de geração renovável no país

Obras da usina nuclear Angra 3
Obras da usina nuclear Angra 3

Integrando comitiva do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na França, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, deve se encontrar com a EDF para tratar da “continuidade de Angra 3”.

A EDF tem participação na Framatome, empresa fabricante de reatores e aparelhos nucleares que forneceu os equipamentos para as usinas Angra 2 e Angra 3. “Angra 3, especificamente, é uma obra que já tem uma sinergia muito grande com Framatome”, disse Silveira a jornalistas em Paris. “Com a entrada da inteligência artificial, dos data centers, cada vez mais a energia nuclear é que sustentará o nosso sistema”, complementou.

O ministro é favorável à conclusão das obras de Angra 3, mas o tema ainda não foi tratado pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), apesar de ter constado na pauta de mais de um encontro. Segundo o Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), a conclusão da usina exigiria investimentos adicionais de R$ 23 bilhões, e a energia gerada ficaria na casa dos R$ 653/MWh. Já a desistência de Angra 3 representaria novos aportes de R$ 21 bilhões.

EDF: curtailment e transição energética

No encontro com a EDF, Alexandre Silveira também planeja tratar do cenário do curtailment no Brasil, já que a EDF tem ativos de geração renovável no país.

Com a conversa, o ministro pretende apresentar as ações do governo sobre os cortes, como forma de “dar estabilidade” aos investimentos da companhia. “O Brasil está buscando melhorar e readequar o sistema”, disse.

Silveira também ponderou que o problema do curtailment decorre do aumento na geração eólica e solar. “É exatamente pela abundância de energias renováveis que nós temos curtailment no Brasil. [Também] aconteceu agora em Portugal, aconteceu na Alemanha, na Espanha. Países que investiram na transição energética são os que têm um problema de estabilidade de rede hoje”, declarou.