Óleo e gás

Ministro volta a culpar Petrobras pelos preços altos do gás natural

Alexandre Silveira, ministro de Minas e Energia. Crédito: Ricardo Botelho (MME)
Alexandre Silveira, ministro de Minas e Energia - Crédito: Ricardo Botelho (MME)

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, voltou a acusar a Petrobras de ser a responsável pelos altos preços do gás natural no Brasil, por ser a controladora das infraestruturas de escoamento no país.

“O gás chega na costa brasileira a US$ 11 [o milhão de BTU] num único gasoduto que não é regulado, que é o gasoduto de escoamento, que vem da plataforma até a estação de tratamento, chegando num preço que já inviabiliza a indústria nacional. E, se me permite a franquia, de forma extremamente injustificada. Já pedimos várias vezes ao Conselho da Petrobras os valores e o nível de amortização desses ativos”, disse o ministro nesta segunda-feira, 16 de junho, durante o seminário “Gás para Empregar: Construindo uma estrutura justa e sustentável de preços”, organizado pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).

No evento, o ministro voltou a dizer que a Petrobras tem um papel social para além de sua natureza jurídica, o que seria ainda mais importante nos setores “onde ela é praticamente monopolista, que é o caso do gás”.

“Portanto, Álvaro [Álvaro Tupiassu, gerente executivo de Gás e Energia da Petrobras], fica a mensagem mais uma vez para a Petrobras. Ela tem e vai continuar sendo uma empresa que orgulha todos os brasileiros e brasileiras, mas ela pode nos ajudar a liderar o novo processo de industrialização nacional através do cumprimento constitucional do seu papel social para o Brasil”, declarou Alexandre Silveira.

Silveira informou também que está trabalhando com a Petrobras para reduzir os níveis de reinjeção de gás nas atividades de produção de óleo e gás no Brasil, mas reconheceu que o objetivo não deve ser atingido no curto prazo por especificações das atuais plataformas da petroleira. “Os últimos investimentos que a Petrobras fez nas suas plataformas não permitem mudarmos, em algumas delas, esse sistema, porque já foram contratadas para que não pudesse trazer o gás”, disse o ministro.

Entre a projeção e a efetiva entrega de uma plataforma de petróleo, podem se passar vários anos. A plataforma Almirante Tamandaré (Búzios 7), por exemplo, que entrou em operação em fevereiro de 2025, foi encomendada entre 2020 e 2021 pela Petrobras.