
A Petrobras avalia que conseguiu arrematar todos os lotes prioritários para a estratégia da companhia na Bacia da Foz do Amazonas, durante o 5º Ciclo da Oferta Permanente de Concessão (OPC), realizado ontem, 17 de junho. Na ocasião, a estatal levou dez blocos na Foz do Amazonas, em consórcio com a ExxonMobil. Entretanto, perdeu todos os lotes em que houve concorrência da sociedade formada pela Chevron e CNPC, que ofereceram lances muito mais altos do que os da estatal.
“Conseguimos o que queríamos. Esse plus aí não foi possível [em relação aos lotes que perdeu], mas era um plus. O que a gente queria, a gente conseguiu”, disse a presidente da estatal Magda Chambriard nesta quarta-feira, 18 de junho, em evento organizado para a imprensa por ocasião do seu primeiro ano de gestão da estatal.
“Nós realmente conseguimos os blocos prioritários para nós. Conseguimos 13 dos 20 blocos que tentamos e conseguimos arrematar com R$ 139 milhões [parcela da Petrobras em bônus de assinatura de todos os blocos]. Está dentro do nosso planejamento econômico e os blocos preferenciais”, reforçou a diretora de Exploração e Produção da estatal, Sylvia dos Anjos. Além dos dez blocos na Foz do Amazonas, a Petrobras arrematou três áreas na Bacia de Pelotas.
Sylvia dos Anjos também se mostrou satisfeita com a parceria com a ExxonMobil para os blocos na Foz do Amazonas. “É a melhor operadora da Guiana, ela operou todos os blocos das grandes descobertas. E se tiver um lugar no Brasil em que eu gostaria de ter parceria com a Exxon, seria justamente onde nós conseguimos, porque tem uma certa continuidade, tem similaridades geológicas, tem experiência. Considero o melhor parceiro para aquela região”, declarou Anjos.
A grande expectativa em relação á exploração na Foz do Amazonas ocorre em função da proximidade geográfica com a Guiana, onde grandes reservas de óleo têm sido descobertas nos últimos anos.
Riscos de desenvolvimento ficam com nacionais
Magda Chambriard voltou a reforçar que uma empresa de óleo e gás depende da exploração de novas fronteiras e demonstrou otimismo na obtenção da licença ambiental para a exploração do bloco BM-S-59, localizado na Foz do Amazonas e licitado em 2013. Atualmente, a concessão do bloco pertence apenas à estatal, após a desistência da britânica BP. A francesa TotalEnergies também já teve participação em blocos na região, que transferiu para a Petrobras.
“Quem assume o risco de desenvolver o potencial petrolífero do seu país são as empresas nacionais, [depois] as outras vão atrás. Aconteceu no pré-sal, aconteceu na Bacia de Campos, vai acontecer de novo na Margem Equatorial. A Petrobras conseguindo abrir caminho, aí as outras vão atrás. Então de novo a gente tem aí um risco assumido pela empresa nacional”, disse a presidente Magda Chambriard.
Exploração no exterior pela Petrobras
Magda Chambriard e Sylvia dos Anjos reforçaram que a Petrobras tem interesse em participar de todas as licitações de novas áreas no Brasil, mas avaliaram que o país ofereceu poucas áreas exploratórias nos últimos anos.
“A gente teve muita oferta de áreas já descobertas e já produtoras no pré-sal no excedente da cessão onerosa, mas áreas mesmo exploratórias, mais novas fronteiras a desenvolverem benefícios da sociedade brasileira, nós não tivemos muitas”, disse Chambriard. No 5º ciclo da OPC, a Petrobras arrematou três blocos em parceria com a portuguesa Galp na Bacia de Pelotas, considerada nova fronteira exploratória do país. No ciclo anterior, em 2023, a estatal arrematou 26 áreas em Pelotas.
Segundo Anjos, é neste contexto que ocorreram as recentes aquisições na Costa do Marfim e São Tomé e Príncipe. “Estamos analisando outras possibilidades na África e na Índia”, adiantou.