A Neoenergia informou que teve lucro líquido de R$ 1,6 bilhão no segundo trimestre de 2025, praticamente o dobro dos R$ 815 milhões registrados no mesmo período do ano passado.
O resultado refletiu o aumento da receita da companhia e o reconhecimento de créditos tributários de imposto de renda e contribuição social sobre lucro líquido no valor de R$ 869 milhões.
Ajustando para os efeitos não recorrentes do impacto dos créditos fiscais, o lucro no trimestre seria de R$ 763 milhões, retração de 6% na comparação anual.
A receita operacional líquida da Neoenergia somou R$ 12,2 bilhões no trimestre, alta de 11%. Os custos com energia, porém, subiram 15%, a R$ 8,2 bilhões. A despesa operacional ficou praticamente estável, com alta de 4%, a R$ 1,098 bilhão.
O resultado antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) subiu 8%, a R$ 3,2 bilhões.
Segundo a companhia, os resultados verificados no segundo trimestre reforçam a estratégia de disciplina de custos.
Eficiência operacional
”Mantivemos o nosso modelo de negócio com uma estratégia de crescimento sustentável baseada em eficiência operacional, disciplina de custos e rotação de ativos”, disse, em nota, Eduardo Capelastegui, CEO da Neoenergia.
No período, a Neoenergia investiu R$ 2,8 bilhões, sendo R$ 1,7 bilhão nas suas distribuidoras, montante 35% maior que o investido neste segmento no mesmo período de 2024.
Considerando o primeiro semestre, o Capex chegou a R$ 5 bilhões, dos quais R$ 3 bilhões foram destinados à distribuição, com alta de 28% neste negócio na comparação com o primeiro semestre de 2024. Os recursos foram aplicados principalmente na expansão, manutenção e modernização da rede.
“Seguimos com um robusto plano de investimentos em distribuição com foco contínuo na maior resiliência das redes para aprimorar cada vez mais nossos serviços e o atendimento aos nossos clientes, sempre comprometidos com o desenvolvimento das regiões onde atuamos”, disse Capelastegui.
Geração e clientes
No segmento de geração e clientes, a Neoenergia teve lucro de R$ 144 milhões, retração de 56% em relação aos R$ 200 milhões registrados no mesmo período de 2024. O resultado refletiu o início do contrato da Termopernambuco em outubro do ano passado e o fim dos contratos bilaterais de venda de energia, que ficaram vigentes até maio de 2024.
A margem foi ainda pressionada pelo maior custo com compra de energia no mercado livre, devido ao impacto negativo marginal de exposição a submercados e o curtailment. Nos seis primeiros meses deste ano, foram reconhecidos R$ 5 milhões em ressarcimentos do curtailment referentes a eventos de 2024 e 2025.
O curtailment eólico e solar somou 5% da energia gerada no segundo trimestre e 6% da geração do período de janeiro a junho deste ano.
Distribuição e transmissão
No segmento de redes, que inclui distribuição e transmissão, o lucro líquido subiu 109%, a R$ 1,64 bilhão, devido ao impacto positivo dos créditos fiscais, da ordem de R$ 770 milhões.
Em relação aos dados operacionais da distribuição, a Neoenergia registrou retração de 8,4% no mercado cativo no trimestre, a 10.814 GWh. Considerando o mercado livre, que teve alta de 13,6%, a 6.828 GWh, a energia distribuída caiu 1%, a 17.642 GWh.
A energia injetada pela GD, por sua vez, subiu 51,5%, a 2.022 GWh.
Somando a energia injetada total, considerando mercados livre, cativo, perdas, não faturado e GD, o aumento foi de 2,3%, a 21.887 GWh.