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GNA anuncia R$ 20 bilhões em novos projetos de energia e gás no Porto do Açu

Emmanuel Delfosse, CEO da GNA
Emmanuel Delfosse, CEO da GNA

A Gás Natural Açu (GNA) manifestou o compromisso em cooperar com o Ministério de Minas e Energia no fomento do mercado brasileiro de gás natural, por meio do desenvolvimento de projetos estruturantes de energia e gás natural. O diretor-presidente da companhia, Emmanuel Delfosse, assinou uma carta de intenções com o ministério para estudar o desenvolvimento de desses projetos, com potencial de atrair até R$ 20 bilhões em investimentos.

Além disso, Delfosse anunciou a assinatura de um compromisso com a Nova Transportadora do Sudeste (NTS) para avaliar a instalação de um terminal de gás natural liquefeito (GNL) no Porto do Açu, no Rio de Janeiro, com conexão à malha integrada de transporte de gás. O investimento previsto para esse projeto é de R$ 6 bilhões – valor incluso no montante de R$ 20 bilhões.

O compromisso há havia sido anunciado pela empresa em 2022 e também abrange a Transportadora Associada de Gás (TAG).

>> TAG e NTS vão elaborar projetos de gasodutos para GNA se integrar à malha nacional

Acordo com o MME

Segundo Delfosse, os dois acordos têm potencial para fortalecer a segurança energética do Brasil. A parceria com o MME faz parte do Plano Nacional Integrado das Infraestruturas de Gás Natural, iniciativa do programa Gás para Empregar.

“Nos próximos quatro anos, vamos transformar o Porto do Açu no porto da transição energética. Serão R$ 20 bilhões em novos investimentos que colocarão o Rio de Janeiro e o Brasil na liderança dos investimentos em transição energética. Esse processo já começou: sete empresas já assinaram contratos vinculantes conosco para instalar operações aqui no Brasil”, afirmou Rogério Zampronha, CEO da Prumo Logística — uma das controladoras da GNA, ao lado de bp, Siemens AG, Siemens Energy e SPIC Brasil.

Zampronha também destacou o potencial do porto para abrigar projetos de geração eólica offshore e produção de hidrogênio verde, que poderá ser utilizado na fabricação de fertilizantes e de combustíveis voltados à descarbonização dos setores de aviação e transporte marítimo.

Acordo com a NTS

Em comunicado ao mercado, a NTS esclareceu que o acordo tem como objetivo a realização de estudos técnicos e de viabilidade para a construção de um gasoduto ligando o Porto do Açu à malha de transporte nacional, por meio do Gasoduto de Integração do Norte Fluminense (GASINF).

O projeto está incluído no subeixo Petróleo e Gás do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (Novo PAC) e prevê capacidade de movimentação de até 16 milhões de metros cúbicos por dia (MMm³/dia), com possibilidade de atender termelétricas e novas demandas regionais com gás nacional (inclusive do pré-sal), além de receber GNL importado via Porto do Açu.

Os estudos também contemplam a avaliação da construção do primeiro terminal de armazenamento e regaseificação de GNL em terra (terminal onshore) do país. A estrutura será central e interligada à malha de transporte nacional, posicionando o Açu como um hub logístico e polo estratégico para a segurança do suprimento de gás natural no Brasil.

Segundo a transportadora, tanto o gasoduto quanto o terminal onshore foram propostos pela GNA e pela NTS na chamada pública de projetos do Plano Nacional Integrado das Infraestruturas de Gás Natural e Biometano (PNIIGB), atualmente em fase de elaboração pelo MME.

A viabilidade técnica e econômica dos projetos dependerá da conclusão dos estudos e estará sujeita à aprovação dos órgãos reguladores competentes, como a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), além da deliberação dos conselhos de administração da GNA e da NTS.

Inauguração da UTE GNA II

GNA II
Com entrada em operação da GNA II, complexo no Rio soma 3 GW de capacidade.

As assinaturas ocorreram durante a cerimônia de inauguração da usina termelétrica GNA II, no Porto do Açu. Com 1,7 GW de capacidade instalada, a usina é movida a gás natural e entrou em operação em junho, com investimentos de R$ 7 bilhões, dos quais R$ 3,9 bilhões foram financiados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O projeto está enquadrado no Novo PAC.

Integrada ao terminal de regaseificação de GNL do Porto do Açu, a GNA II se soma à UTE GNA I, ampliando a capacidade instalada total do complexo para 3 GW.

A planta opera com tecnologia de ciclo combinado, com três turbinas a gás e uma a vapor, e já está preparada para operar com até 50% de hidrogênio em substituição ao gás natural.