
Existe no mercado o receio de que a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) mude a taxa de desconto do leilão de passivos do GSF (sigla para risco hidrológico) após a realização do certame na sexta-feira (1º/8), disseram fontes à Agência Infra. A reguladora só irá retomar o processo que levantou dúvidas sobre o parâmetro na reunião de amanhã (5/6).
A reportagem explica que a taxa de desconto, ou WACC, é considerada um parâmetro importante para o certame porque altera o valor que, ao final do processo, será convertido na extensão da outorga do comprador do passivo – limitada a sete anos. Ou seja, afeta o interesse dos agentes pelo leilão, que visa a transformar “títulos podres” de CGHs (Centrais Geradoras Hidrelétricas) em ativos regulatórios, segundo fontes.
Ainda de acordo com a reportagem, está em discussão na Aneel se o leilão do GSF deveria ter o WACC de 10,94% – valor definido em portaria do Ministério de Minas e Energia (MME) e mais atrativo para os agentes. A reguladora, motivada por um questionamento do diretor Fernando Mosna em reunião na última terça-feira (29/7), pode reduzir para 9,63%.
Segundo interlocutores, a diferença entre a taxa de desconto de 9,63% e de 10,94% pode aumentar em até dois anos o prazo de outorga das usinas compradoras, dependendo de cada usina. O benefício é maior para aquelas que possuem outorgas maiores (em anos) e aumenta com a taxa de 10,94%.
EPE, ONS e CCEE reduzem projeção de crescimento de consumo de energia em 2025 para 1,9%
O consumo de energia deve crescer 1,9% em 2025, em relação a 2024, de acordo com uma atualização do planejamento da operação do sistema elétrico para os próximos cinco anos.
A demanda deve encerrar o ano com 81.542 megawatts (MW) médios, ante 80.006 MW médios apurados em 2024, segundo a 2ª Revisão Quadrimestral Planejamento Anual da Operação Energética – Ciclo 2025 (PLAN 2025-2029), divulgada na sexta-feira (1º/8).
A avaliação é realizada em conjunto pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) e Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE). Com a projeção, EPE, ONS e CCEE reduziram as perspectivas de crescimento de demanda para este ano. (Valor Econômico)
ONS: comportamento da demanda de carga mantém-se estável em agosto
O boletim do Programa Mensal da Operação (PMO) para a semana operativa entre 2 e 8 de agosto de 2025 aponta uma pequena desaceleração de 0,6% (76.809 MWmed) no Sistema Interligado Nacional (SIN).
Na análise por subsistema, o comportamento da carga foi de redução apenas no Sudeste/Centro-Oeste, de 2,7% (42.205 MWmed). Nas demais regiões, foi observado expansão, com o crescimento mais expressivo no Sul, que deve atingir 3,5% (13.550 MWmed), seguido pelo Norte, 2,4% (8.268 MWmed) e o Nordeste, 0,3% (12.786 MWmed). Os percentuais são comparações de agosto de 2025 ante o mesmo mês do ano passado.
Em relação à Energia Natural Afluente (ENA), três regiões apresentam projeções acima de 60% da MLT: o Sudeste/Centro Oeste deve alcançar 72% da MLT; o Sul, 68% da MLT, e o Norte, 63% da MLT. Já no Nordeste a previsão é alcançar 48% da MLT.
De acordo com as previsões para Energia Armazenada (EAR), até o fim do mês, os níveis dos reservatórios devem se manter acima de 50% em todos os subsistemas. As estimativas são de que o Norte deverá alcançar 89,6%; o Sul, 74%, e o Nordeste, 60,8%. Já a região Sudeste/Centro Oeste, a indicação é de que atinja o patamar de 58,5%.
O Custo Marginal de Operação (CMO) para a próxima semana operativa está com o mesmo valor para todos os subsistemas R$ 332,78/MWh. (ONS)
MME e EPE publicam caderno sobre micro e minigeração distribuída e baterias atrás do medidor no PDE 2035
O Ministério de Minas e Energia (MME) e a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) divulgaram, na sexta-feira (1/8), o caderno de micro e minigeração distribuída e baterias atrás do medidor, como parte do Plano Decenal de Expansão de Energia 2035 (PDE 2035).
A publicação apresenta uma visão integrada da evolução da micro e minigeração distribuída (MMGD) e do papel crescente das baterias em unidades consumidoras, refletindo a importância dos recursos energéticos distribuídos (RED) para a modernização e a descentralização do sistema elétrico nacional.
O documento projeta que a MMGD poderá alcançar, até 2035, entre 61,4 gigawatts (GW) e 97,8 GW de capacidade instalada, a depender do cenário. No cenário de referência, estima-se a adesão de cerca de 9,5 milhões de consumidores, totalizando 78,1 GW de capacidade instalada e contribuindo com 12,1 GW médios de geração elétrica no país.
O estudo revela que, pelo quarto ano consecutivo, a fonte solar distribuída liderou a expansão da capacidade instalada de geração em 2024, consolidando a MMGD como protagonista no setor elétrico. Atualmente, a geração distribuída representa aproximadamente 5,6% da eletricidade gerada no Brasil e responde por cerca de 13% do consumo cativo nacional. O segmento residencial se mantém como principal motor dessa expansão, impulsionado por ganhos de competitividade e pelo marco legal estabelecido pela Lei nº 14.300/2022. (Fonte: EPE)
Governo de MG autoriza BNDES a iniciar avaliação da Cemig com foco em possível federalização
O governo de Minas Gerais autorizou o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) a dar os primeiros passos na avaliação da Cemig, como parte de uma eventual federalização da estatal, segundo comunicado da empresa ao mercado, na sexta-feira (1/8).
O possível repasse da Cemig para o governo federal é relacionado à amortização da dívida de Minas Gerais com a União, no âmbito do Programa de Pleno Pagamento de Dívidas dos Estados (Propag). O governo de Minas Gerais também havia autorizado processo para a Copasa, estatal de saneamento.
A Cemig é um dos principais ativos do Estado. No início de junho, o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo) sancionou uma lei que permite ao estado aderir ao Propag e sair do Regime de Recuperação Fiscal. (Valor Econômico)
Desesperadas por energia para IA, big techs recorrem a usinas nucleares
A sala de controle de Three Mile Island não lembra o Vale do Silício dos dias atuais. Os equipamentos da usina nuclear têm alavancas de plástico e botões coloridos grandes o suficiente para um conjunto de brinquedos infantis, telefones fixos com botões de pressão e monitores monocromáticos.
Mas instalações vintage como essas são agora cobiçadas por empresas de tecnologia que precisam de quantidades imensas de energia hoje para impulsionar seus sonhos para o amanhã. A frota cada vez menor de usinas nucleares do país está sendo aproveitada por empresas de tecnologia como Microsoft e Amazon como base para seus planos de um futuro impregnado de inteligência artificial.
Os sobreviventes envelhecidos, mas confiáveis, emergiram como uma das formas mais viáveis de alimentar rapidamente a crescente sede de eletricidade das empresas de tecnologia para abastecer os gigantescos centros de dados necessários para projetos de IA.
A Meta assinou um acordo de 20 anos para a energia proveniente de um grande reator legado em Illinois, a Microsoft fechou um acordo para reiniciar um reator ao lado daquele da usina de Three Mile Island na Pensilvânia que foi fechado em 1979 por um derretimento parcial, e a Amazon no mês passado, no mesmo estado, garantiu energia de uma usina nuclear de 42 anos rio abaixo no Susquehanna. (Reportagem do jornal The Washington Post, publicada pela Folha de S. Paulo)
Política para data centers deve incentivar produção local de servidores
Reportagem do jornal O Estado de S. Paulo indica que o Programa Nacional para Data Centers (ReData) não terá como foco apenas a redução de impostos federais para a importação de equipamentos. De acordo com fontes consultadas pela reportagem, ele foi desenhado também para estimular as empresas a montar computadores no Brasil, para fortalecer a indústria local.
A reportagem ressalta, ainda, que embora o país não produza GPU, a unidade de processamento gráfico, há fabricação local de servidores. Sendo assim, o melhor cenário para as empresas investidoras será importar o que não é fabricado no Brasil e montar os computadores e servidores em solo brasileiro, podendo agregar entre 15% e 20% de tecnologia nacional conforme parâmetros já estabelecidos. As leis vigentes já incentivam o porcentual de nacionalização.
A equipe econômica tem se articulado com o Ministério do Meio Ambiente, de Marina Silva, para firmar o posicionamento de que o Brasil não está apenas em uma corrida para oferecer o menor custo. “É uma corrida para que o data center seja o mais limpo do mundo”, diz uma fonte.
Somos uma âncora no preço da energia, diz diretor-geral de Itaipu
“O preço médio da energia hoje gira entre R$ 300 e R$ 307 por MW. Na usina (Itaipu), é de R$ 230. Então, somos uma âncora do preço médio da energia no Brasil”, diz Enio Verri, diretor-geral brasileiro da Itaipu Binacional, em entrevista à Folha de S. Paulo.
Em meio a um revés nas negociações do acordo entre Brasil e Paraguai, envolvendo a tarifa de Itaipu Binacional, o executivo diz que, independentemente do que os governos do Paraguai e Brasil venham a decidir, será a garantia de fornecimento de energia ao Brasil.
O executivo afirma que Itaipu já é responsável, não só por impedir que o preço médio do kW (quilowatt) ultrapasse o patamar de R$ 300, como por viabilizar o consumo em horários de pico, já que não dá para contar com usinas solares e eólicas. Para isso, a companhia investe R$ 5 bilhões na migração de um sistema “analógico para digital” e no reforço de suas turbinas.
Gasolina passa a ter 30% de etanol, sem previsão de queda nos preços
Começou a valer na sexta-feira (1º/8) a nova mistura de etanol na gasolina para 30%, sem perspectiva de corte nos preços como estimado pelo governo ao anunciar a medida, no fim de junho. Segundo especialistas ouvidos pela Folha de S. Paulo, o impacto será imperceptível.
A Leggio Consultoria, por exemplo, vê expectativa de redução de apenas 0,2% a 0,3% no preço, dependendo do estado. O governo falava em até R$ 0,11 por litro, ou 1,8%, em relação ao valor médio verificado no país na semana passada, de R$ 6,20 por litro.
Opep concorda, em princípio, por aumento da produção de petróleo para setembro
Os membros da Opep+ concordaram, em princípio, com um novo aumento robusto da produção de petróleo para setembro, à medida que o grupo busca recuperar sua participação no mercado global de petróleo bruto. A Arábia Saudita e seus parceiros planejam ratificar a adição de 548 mil barris por dia para o próximo mês.
(…) O aumento concluiria a reversão de um corte de 2,2 milhões de barris feito por oito membros do grupo em 2023 e inclui uma cota adicional que está sendo gradualmente incorporada para os Emirados Árabes Unidos. (O Globo – por Agência Bloomberg)
Ampliação de leitos vai garantir preços de hospedagem na COP30, diz ministro
A expectativa do ministro do Turismo, Celso Sabino, é que com a conclusão das obras de infraestrutura de hospedagem para a COP30 em Belém (PA), a se realizar em novembro, os preços dos hotéis devem diminuir.
“Estamos ampliando a oferta de leitos que serão entregues em outubro. As diárias começam em R$ 1.500 para todo o período da COP e vão até R$ 10.000 em hotéis seis estrelas. O ingresso desses leitos no mercado vai reduzir a pressão no preço das diárias”, disse Sabino ao Valor Econômico.
Segundo o site oficial da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas no Brasil, já há 53.003 leitos disponíveis, divididos em hotéis (14.457), navios (6.000), residências de temporada via imobiliárias (10.004) e Airbnbs (22.452).
O ministro viajou para a cidade para inspecionar as obras que recebem o apoio do governo federal. Foi um pedido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), depois que países da África e América Latina pediram formalmente para a mudança do local do evento, por conta da falta de acomodação e dos preços extorsivos praticados.
BP faz grande descoberta de petróleo na costa do Brasil, sua maior em décadas
A BP informou nesta segunda-feira (4/8) que fez sua maior descoberta de petróleo e gás em 25 anos na Bacia de Santos, em águas profundas do pré-sal do Brasil.
A BP, que tem planos de aumentar sua produção global de petróleo e gás para 2,3 milhões a 2,5 milhões de barris de óleo equivalente por dia em 2030, disse que essa foi sua décima descoberta até agora este ano, após descobertas em Trinidad, Egito, Brasil e outros. (Valor Econômico – conteúdo da agência de notícias Reuters)
PANORAMA DA MÍDIA
O Globo: A dois dias do início da vigência do tarifaço dos Estados Unidos sobre o Brasil, auxiliares do presidente Luiz Inácio Lula da Silva admitem serem muito remotas as chances de um alívio na taxação de 50% anunciada a importações do país e correm para fechar os últimos detalhes do pacote de socorro a empresas afetadas. A intenção do Palácio do Planalto é anunciar o plano de mitigação até quarta-feira, dia 6, a data marcada para as tarifas entrarem em vigor.
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Folha de S. Paulo: A quase um ano do início da campanha presidencial, o tema do golpismo ressoa com força entre os eleitores. Segundo o Datafolha, 61% dos brasileiros não votariam em um candidato que prometesse livrar de qualquer pena ou punição Jair Bolsonaro (PL), seus aliados acusados de tramar contra a democracia e os condenados pelo 8 de Janeiro.
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Valor Econômico: Com o mercado de trabalho aquecido e o aumento na rotatividade, o número de novos processos trabalhistas cresceu 7,8% no primeiro semestre em relação ao mesmo período de 2024 – ano em que já havia sido registrado recorde na quantidade de demandas desde a reforma trabalhista de 2017.
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O Estado de S. Paulo: O procurador-geral da República, Paulo Gonet, apontou a existência de indícios de envolvimento do ministro da Casa Civil, Rio Costa, em crimes praticados na compra de respiradores durante sua gestão como governador da Bahia.