
A Siemens Energy vai investir cerca de R$ 1,4 milhão em um programa educacional de dois anos voltado a jovens em situação de vulnerabilidade social em Belém, no Pará, com foco na preparação desses estudantes para atuar em projetos ligados à transição energética. Segundo a empresa, o valor representa aproximadamente 80% do orçamento originalmente reservado para a logística e hospitalidade de sua delegação na 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30).
Chamado de Educar para Energizar, o programa oferecerá cursos técnicos profissionalizantes – de forma piloto pela empresa – que tem a intenção de replicar o mesmo em futuras edições da conferência e enviar delegações mais enxutas para as próximas conferências.
Inicialmente, serão abertas 160 vagas em cursos com duração total de 1.200 horas, ao longo de dois anos. As oportunidades são voltadas a estudantes que já concluíram o ensino médio e englobam diversas competências, incluindo eletricista, instalação de sistemas fotovoltaicos, energia eólica, mobilidade elétrica, armazenamento de energia, eficiência energética e hidrogênio verde.
O programa começou a ser estruturado em 2024 e é resultado de uma articulação entre a Siemens Energy, a Cooperação Brasil-Alemanha para o Desenvolvimento Sustentável (GIZ) GmbH, que contribuirá com o planejamento pedagógico e metodológico; o Instituto Federal do Pará (IFPA), responsável pela execução dos cursos e certificações; e a Fundação de Apoio ao Instituto Federal da Paraíba (Funetec), encarregada da gestão administrativa.
Além da capacitação técnica, o programa prevê bolsas de estudo, fornecimento de materiais didáticos e equipamentos de laboratório de última geração, que serão usados nas aulas práticas.
“A representatividade do setor privado na COP é fundamental para acelerar a implementação de soluções climáticas em larga escala e, dessa forma, estaremos presentes na COP30 e em futuras edições da conferência. No entanto, entendemos que o nosso compromisso com a transição energética só faz sentido se for inclusivo, e com essa abordagem queremos gerar um impacto que vá além dos discursos, e inspire mudanças reais na vida das pessoas”, disse André Clark, vice-presidente sênior da Siemens Energy para a América Latina.
Para Julia Giebeler Santos, diretora do projeto Profissionais do Futuro na Agência Alemã de Cooperação Internacional, o formato modular dos cursos torna o programa muito mais dinâmico, sendo o fornecimento de bolsas de estudo fundamental para evitarmos a evasão escolar de alunos em situação de vulnerabilidade social.