
A conexão de dois poços ao FPSO Atlanta, que opera no campo de mesmo nome, proporcionou um aumento de 108,7% na fatia de produção da Brava no ativo, na comparação do segundo trimestre de 2025 com o mesmo período de 2024. Entre abril e junho deste ano, a fatia da Brava em Atlanta foi de 28,8 mil barris de óleo equivalente, com uma produção total do campo de 36 mil barris de óleo equivalente, considerando a participação da sócia Westlawn.
Outros dois poços foram conectados em julho, quando o ativo atingiu 7 mil barris de óleo equivalente. Assim, atualmente o FPSO Atlanta tem seis poços conectados. “Essa produção tende a ser maior em agosto, por consequência, no terceiro trimestre, uma vez que esses poços foram conectados em 19 de julho. A gente está num momento de incremento dessa produção. A MPP [tipo de bomba] ainda não está em sua plenitude, o que deve estar acontecendo aí nas próximas semanas. Então em setembro a gente vai capturar o valor integral da produção da primeira fase do sistema definitivo de Atlanta”, disse o diretor de Operações Offshore da companhia, Carlos Travassos.
Em paralelo, a companhia prepara a implementação da fase 2 do projeto, com a produção de equipamentos como árvore de natal, linhas flexíveis e umbilicais, equipamentos de perfuração e completação e assinatura do contrato para instalação do sistema submarino, que será realizado por embarcação do tipo PLSV.
A empresa fez sua teleconferência de resultados do segundo trimestre de 2025 nesta quinta-feira, 7 de agosto. Na ocasião, o presidente da Brava, Décio Oddone, também comemorou que a empresa atingiu a produção de 100 mil barris de óleo equivalente por dia, no dia 31 de julho.
“Teve uma produção recorde de 101.973 barris. É um volume que não representa uma média, nem semanal, nem mensal, mas quebra uma barreira simbólica importante para o nosso setor, que é a barreira de uma companhia que já produziu 100 mil barris por dia. Esse aumento da produção vem da maior eficiência em Papa Terra e também dos novos poços do FPSO Atlanta. Esse aumento da produção reduziu o nosso custo de produção offshore”, explicou.
Recuperação de ativos onshore com injeção
Nas atividades onshore, a Brava Energia iniciou projeto de injeção de nitrogênio e polímeros em ativos onshore, para melhorar a recuperação de reservas. O primeiro ativo a receber o projeto é Fazenda Belém, que fica Polo Potiguar e começou a receber nitrogênio.
“É um projeto piloto, ainda é muito cedo para tirar conclusões, mas a produção de Fazenda Belém tem tido uma melhoria importante”, diz o diretor de Operações Onshore, Jorge Boeri.
Ele disse que Fazenda Belém chegou a uma produção superior a 900 barris, “valor que não se alcançava desde o ano de 2019”. Em todo o Polo Potiguar, a produção teve discreto recuo entre o segundo trimestre de 2025 na comparação com o mesmo período do ano anterior, passando de 25 mil barris de óleo equivalente por dia para 24,9 mil barris de óleo equivalente por dia. Em cxomapração com o primeiro trimestre deste ano, houve leve aumento, de 200 barris de óleo equivalente por dia. Em julho, a produção no ativo alcançou 25,2 mil barris de óleo equivalente por dia, em uma trajetória de aumento.
Segundo o presidente da Brava, o projeto de injeção de nitrogênio e polímeros não prevê investimentos adicionais de Capex. “O objetivo é que o custo dessa operação seja pago pelo volume de petróleo adicional que a gente vai extrair desses poços”, explicou. “A gente espera, nos próximos meses, já ter uma ideia de como é que vai funcionar isso. E os ajustes que a gente vai ter que fazer nos parâmetros de injeção”, complementou.
A injeção de polímeros ainda não começou, e aguarda a chegada da planta de polímeros ao país. Segundo Boeri, esta estratégia deve começar com a injeção da substância em quatro poços no campo de Salina Cristal, também na Bacia Potiguar.
Resultados
No segundo trimestre de 2025, a Brava Energia registrou lucro líquido de R$ 1 bilhão, revertendo prejuízo de R$ 582 milhões há um ano. O Ebitda foi de R$ 1,4 bilhão, com aumento de 28% na comparação anual.
A produção média foi de 85,9 mil barris de óleo equivalente por dia, com avanço de 44,2% em relação ao mesmo período de 2024. O lifting cost diminuiu 23%, passando de US$ 22,6 para US$ 17,4 por barril de óleo equivalente por dia.