
A Orizon Valorização de Resíduos deve começar a injetar em setembro o biometano proveniente da planta de Jaboatão dos Guararapes, em Pernambuco, segundo o presidente da Orizon, Milton Pilão. A instalação atualmente opera em fase de testes e recebeu em julho autorização da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) em julho, com aval para produzir 108,9 mil m³ de biometano por dia.
Além desta planta, a Orizon caminha para operar outra instalação de biometano ainda em 2025, em Paulínia, São Paulo. “A obra está on track, com expectativa de entrar em operação no último trimestre desse ano”, disse Pilão. Segundo a documentação da ANP, esta planta deverá ter capacidade para produzir 222,8 mil m³ por dia. A Orizon realizou sua teleconferência com acionistas sobre os resultados do segundo trimestre de 2025 nesta sexta-feira, 15 de agosto.
Quando estiverem operacionais. as duas plantas de biometano, junto com uma planta de geração de eletricidade a partir de resíduos que está sendo construída em Barueri, em São Paulo, devem render à Orizon R$ 400 em Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, na sigla em inglês), disseram os executivos na teleconferência.
Contratos de biometano
A Orizon já tem contratos formados para o fornecimento de biometano, que somam uma faixa de 500 mil m³ a 650 mil m³ por dia. “Esse range é dos próprios contratos, isso é, quanto mais eu produzir, mais eu posso entregar”, disse Pilão. No total, a empresa avalia que terá capacidade total para produzir até 1,3 milhão de m³ de biometano por dia, ou seja, já tem cerca de metade de sua capacidade vendida. “São sempre contratos de dez anos, take or pay. Isso é receita garantida por dez anos para os projetos de biometano”, explicou Pilão.
Em junho, a Orizon firmou contratos com a Ultragaz para fonecimento de biometano comprimido produzido a partir do biogás adquirido de aterros sanitários de terceiros. O fornecimento deve começar no primeiro trimestre de 2028, com volume médio diário de 150 m³ de biometano por dia.
No fim de julho, a empresa assinou protocolo de intenções não vinculante com a distribuidora de gás do Sergipe, a Sergás, para potencial produção e fornecimento de biometano. “Estamos, é claro, muito animados com essa agenda. [Mas] No Nordeste, também em Sergipe, a gente tem outros potenciais clientes”, disse o diretor Financeiro e de Relações com Investidores da Orizon, Leonardo Santos.
Este é também o humor da empresa em relação à chamada de biometano da Petrobras. “Estamos acompanhando e temos interagido bastante com o cliente. Mas a Petrobras é mais um cliente em potencial. Um cliente importante sem dúvida, mas é mais um cliente potencial. A gente tem aí feito bons contratos com outros clientes que não só olhando o chamamento público”, disse Santos.
Produção de energia cai
A produção de energia da Orizon no trimestre foi de 79,4 MWh, montante 17,6% menor do que há um ano. Segundo a empresa, a redução ocorreu em função da menor disponibilidade da térmica de Jaboatão, pela preparação para operação do biometano.
A Orizon, entretanto, informou ter preparado PPAs para esta situação com a compra antecipada de energia.
Resultados
No segundo trimestre de 2024, a Orizon VR registrou lucro de R$ 26,7 milhões, um aumento de 139,8% em relação ao lucro de R$ 11,6 registrado um ano antes. O Ebitda foi de R$ 125,7 milhões, valor 25,9% superior do que o do mesmo período de 2024.
A produção de biogás atingiu uma média mensal de 59,8 m³ por hora, com recuo de 4,5% em um ano. A produção de energia foi de 79,4 MWh, uma diminuição de 17,6% na base anual.
A geração de créditos de carbono registrou recuo de 1,1% em um ano.
O volume de resíduos foi de 2,2 mil toneladas, com leve variação positiva de 2% na base anual. O beneficiamento de resíduos atingiu 33,9 mil toneladas, com avanço de 9,3% em um ano.