Reportagem do jornal O Globo destaca que a Petrobras tem hoje na mesa estudos para investir na Raízen, uma joint venture (parceria) entre Cosan e Shell. De acordo com fontes do setor, a estatal analisa diversas possibilidades, como se tornar sócia da companhia ou comprar ativos, o que marcaria sua volta ao setor de etanol, estratégia já anunciada pela presidente da estatal, Magda Chambriard. A ideia, revelam essas fontes, é que uma decisão final seja tomada até o fim deste ano.
Segundo as fontes ouvidas pela reportagem, a ideia da Petrobras é se tornar um ator relevante no mercado de etanol neste primeiro momento. A discussão interna na empresa é como poderia entrar na Raízen sem ferir a cláusula de não competição com a Vibra (a antiga BR Distribuidora) até 2029 no setor de distribuição.
Por isso, há diversas opções na mesa de negociação, como uma separação de ativos ou um acordo específico em relação à gestão dos ativos. “Mas ainda não há uma decisão tomada, pois há várias opções na mesa, o que inclui também estudos de outras empresas ou a compra de ativos isolados da Raízen”, ressaltou uma das fontes ouvidas pelo Globo.
A Cosan, por outro lado, busca novos sócios para seus ativos. O presidente da empresa, Marcelo Martins, disse na semana passada, em conferência com analistas, que as prioridades são a desalavancagem da companhia e um portfólio equilibrado. A empresa anunciou uma dívida de R$ 17,5 bilhões no segundo trimestre, quando registrou prejuízo de R$ 946 milhões, após perda de R$ 227 milhões no mesmo período do ano anterior.
Cosan descarta aporte na Raízen e busca sócio estratégico para a empresa
O CEO da Cosan, Marcelo Martins, afirmou que não está nos planos da holding realizar aportes de capital na Raízen. Segundo ele, a decisão se deve ao fato de a própria Cosan estar focada em reequilibrar sua estrutura de capital e reduzir seu endividamento. O executivo disse, ainda, que o foco é atrair um novo sócio estratégico para a Raízen.
“Não faz sentido para a Cosan colocar capital na Raízen, primeiro e mais importante porque ela [a Cosan] está buscando o seu reequilíbrio de estrutura de capital. Então, não tem como e não está nos nossos planos colocar capital na Raízen”, disse Martins. (Valor Econômico)
Nós vamos superar Trump, diz Al Gore, ex-vice-presidente dos EUA e ativista ambiental
Em entrevista à Folha de S. Paulo, o ex-vice-presidente dos Estados Unidos Al Gore disse acreditar que o Brasil tem um exemplo a dar no modelo de financiamento a projetos de energias renováveis, hoje um dos principais entraves para a transição energética em países em desenvolvimento.
Esse pode ser, na opinião dele, um dos principais resultados da COP30, conferência climática das Nações Unidas que será realizada em novembro em Belém, na qual ele confirma presença.
Idealizador do filme “Uma Verdade Inconveniente” (2006), que ajudou a popularizar alertas sobre a crise climática, Gore vê avanços no crescimento das energias renováveis e acha que os recuos na luta ambientalista motivados pela eleição de, Donald Trump são temporários.
“Temos apenas mais três anos e meio deste tipo de visão pseudoautoritária de governo”, opinou, em entrevista à Folha. no Rio de Janeiro, onde promove curso gratuito de treinamento de lideranças climáticas.
Custo de desastres climáticos salta para US$ 3,5 trilhões na última década, diz Al Gore
Pioneiro no debate sobre a emergência climática, o ex-vice presidente dos Estados Unidos, Al Gore, alertou ontem (17/8), no Rio de Janeiro, onde promove curso gratuito de treinamento de lideranças climáticas, que o custo dos desastres climáticos aumentou para US$ 3,5 trilhões na última década, ante US$ 800 bilhões na década anterior.
O político democrata reforçou que há uma correlação direta entre o aumento da temperatura média da Terra e a ocorrência dos desastres, fator que vem sendo acompanhado de perto por empresas de seguros.
“A indústria de seguros está medindo os resultados catastróficos da crise climática. O número desses desastres tem aumentado em cada um dos seus tipos e custo tem aumentado também”, afirmou ele, ao participar do último dia de treinamento para lideranças climáticas que promove no Brasil através da The Climate Reality Project, a organização que fundou. (Valor Econômico)
China quer etanol brasileiro em sua produção de combustível de aviação
A pauta de aproximação comercial cada vez maior entre Brasil e China passou a envolver o uso do etanol brasileiro para a produção de combustíveis sustentáveis de aviação (SAF) no país asiático, informa a Folha de S. Paulo.
De acordo com a reportagem, o assunto foi discutido em reuniões entre representantes do governo brasileiro, da China Petroleum and Chemical Industry Federation (CPCIF) e da Chimbusco (subsidiária da PetroChina). A parceria tem potencial bilionário e, na prática, coloca o etanol no centro da transição energética chinesa.
Incentivos ao gás são válidos, mas têm de ser limitados, diz analista
Os incentivos propostos por congressistas por meio de emendas parlamentares na medida provisória (MP) 1.304/2025, publicada pelo governo em 11 de julho, são importantes para “colocar o setor do gás natural para funcionar”, mas não devem ser encarados como subsídios vitalícios para que não haja distorção de finalidade, segundo o sócio fundador do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), consultoria no setor de energia, e articulista do Poder360, Adriano Pires.
“O problema do Brasil é que a gente dá um empurrão e depois precisa ficar empurrando para sempre. Aí vira subsídio. O subsídio, em determinadas situações, é necessário. Porém, quando você dá um subsídio no Brasil para determinado setor, aquele subsídio é para sempre”, disse em entrevista ao portal Poder 360 / Energia. Ele afirmou que o apoio proposto pelos congressistas será importante para acelerar o setor de gás natural brasileiro neste “1º momento” , mas que a tendência é que, sem dosagem correta, o setor não queira mais “abrir mão” dos incentivos.
PANORAMA DA MÍDIA
Folha de S. Paulo: A 3D Minerals, sediada em um pequeno escritório em Belo Horizonte e criada 46 dias antes do leilão anual da ANM (Agência Nacional de Mineração), arrematou sozinha 116 áreas de minerais críticos em diversas regiões do país, somando 6.462 km² sob seu controle. A área total conquistada pela empresa equivale a um território 12% maior que o Distrito Federal —ou mais de quatro vezes o tamanho da cidade de São Paulo. A empresa fez lances que somaram R$ 54,824 milhões, e Mato Grosso foi o alvo principal, com 61 áreas.
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Valor Econômico: A extensa agenda de leilões de rodovias deste segundo semestre começou com sinal positivo depois que o leilão da concessão Rota Agro atraiu cinco ofertas no fim da semana passada. Só com os outros oito leilões já agendados, a previsão é de R$ 46,7 bilhões de investimentos previstos, mas ao menos mais duas concorrências podem ser acrescentadas ao calendário até dezembro, o que significaria mais R$ 12 bilhões em obras.
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O Estado de S. Paulo: O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vai totalizar em seu terceiro mandato pelo menos R$ 387,8 bilhões em gastos não contabilizados na meta fiscal, uma das principais regras das contas públicas no País. O número foi atingido com o pacote de socorro às empresas afetadas pelo tarifaço do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciado na quinta-feira, 13, que vai retirar R$ 9,5 bilhões da meta até 2026.
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O Globo: Depois da reunião dos presidentes dos EUA, Donald Trump, e da Rússia, Vladimir Putin, no Alasca, surgiram informações sobre quais são as exigências do líder russo para pôr fim à guerra na Ucrânia, que já dura três anos e meio. De acordo com relatos sobre o que Trump discutiu com autoridades europeias em uma ligação telefônica após o encontro, a parte central das reivindicações territoriais e políticas de Putin está na cessão à Rússia do Donbass, a região industrial russófona no leste ucraniano, que está no cerne do que ele chama de “causas profundas” da guerra.