
O embaixador André Corrêa do Lago, presidente da COP30, informou que cerca de 80% dos 197 países signatários do Acordo de Paris ainda não apresentaram suas novas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs, na sigla em inglês) para o período até 2035. O prazo para entrega das metas acabou em 10 de fevereiro de 2025, nove meses antes da COP30.
As NDCs representam os compromissos assumidos por cada nação para reduzir as emissões de gases de efeito estufa e mitigar os efeitos das mudanças climáticas. A expectativa é que a maioria dos países que ainda não apresentaram suas metas climáticas divulgue novas NDCs até 24 de setembro de 2025, quando o secretário-geral da ONU, António Guterres, promoverá um evento dedicado ao tema durante a 80ª Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova York.
“Ao cruzarmos a marca dos 100 dias antes da COP30, cerca de quatro quintos dos países do Acordo de Paris ainda não apresentaram novas NDCs para 2035. As partes sabem como é importante que a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC) receba as NDCs em tempo hábil para que sejam refletidas no relatório de síntese. Nenhuma ação demonstra mais compromisso com o multilateralismo e com o regime climático do que a entrega das NDCs”, destacou Lago em sua sexta carta à comunidade internacional.
Acordo de Paris
O Acordo de Paris, dito como maior tratado climático global e principal instrumento para limitar o aquecimento global a 1,5 ºC, completa dez anos em 2025. Segundo Lago, ao longo de sua primeira década, o documento mostrou eficiência e resiliência e segue com seu ciclo de ambição e implementação em andamento.
No entanto, ele alertou que o aquecimento global avança mais rápido do que o previsto em 2015, ao mesmo tempo em que desafios geopolíticos e econômicos dificultam a cooperação internacional no enfrentamento da crise climática.
“Longe de serem apenas metas climáticas para 2035, nossas NDCs representam a visão de um futuro comum. São instrumentos de cooperação que nos permitem alcançar essa visão juntos. Se o conjunto das NDCs não refletir a ambição necessária, temos a responsabilidade coletiva de transformá-lo em um plano capaz de assegurar um planeta habitável, proteger economias e melhorar padrões de vida e oportunidades para todas as gerações”, reforçou o embaixador.
De acordo com o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), será necessário reduzir em 57% as emissões globais de gases de efeito estufa até 2035 para que o mundo cumpra as metas do Acordo de Paris.