Térmica da BBF tem operação suspensa em ‘situação inédita’ de baixo desempenho

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) suspendeu nesta terça-feira, 26 de agosto, a operação comercial da unidade geradora UG2, de 8,13 MW, da termelétrica BBF Baliza, localizada no município de São João da Baliza, Roraima.

A Aneel justificou a suspensão pelo baixo desempenho da operação da turbina, que foi liberada para operação comercial em abril de 2024, sendo que em 86% do período avaliado houve apenas 20% de disponibilidade. Assim, a situação perdura por mais de 15 meses.

Segundo o grupo BBF, responsável pela usina que totaliza 17,93 MW de capacidade instalada em duas turbinas, “a unidade geradora 2 (UG2) está concluída e em funcionamento comercial, entretanto, quando ambas as unidades [UG1 e UG2] estão em funcionamento simultaneamente alguns problemas de ordem técnica prejudicam a operação, razão pela qual a UG2 vem, sistematicamente, ficando indisponível”.

Contudo, como verificado e apontado pela fiscalização da Aneel, a UG2 da UTE BBF Baliza nunca esteve disponível para o Sistema Isolado de Roraima de forma consistente, desde a sua entrada em operação comercial.

A empresa explicou à autarquia para conseguir operar com capacidade máxima da usina, a solução depende de investimento na aquisição de componentes eletro/eletrônicos importados, cujos prazos de fabricação, frete e nacionalização são extensos, o que, até a presente data, impossibilitando a disponibilidade da turbina.

“A situação observada na UTE BBF Baliza é inédita, a fiscalização desconhece algum outro caso semelhante. A usina é composta por duas unidades geradoras, mas, por questões técnicas internas, não consegue operar com as duas de forma simultânea. Dessarte, não é razoável admitir que essa indisponibilidade esteja abarcada nos índices de referência da usina, isso porque, por óbvio, um empreendimento de geração de energia não é construído com duas unidades geradoras para que apenas uma esteja disponível, ressalvados os casos de unidade reserva”, explica a nota técnica que embasou a suspensão.

Em março de 2024, a Brasil Biofuels (BBF), produtora de óleo de palma e que tem usinas térmicas na região Norte, entrou em situação crítica para atendimento de consumidores nos estados do Acre, Amazonas, Rondônia e Roraima.

Em crise financeira, a empresa estava com valores bloqueados na Justiça e alegou não ter meios para pagar pelo abastecimento de combustível, transportadores e empresas de logística para entrega. A BBF tem 25 térmicas em operação, com capacidade de geração de 86,8 MW. A situação foi confirmada na oportunidade pela MegaWhat.

Liberação de solares da Atlas

A Atlas Renewable Energia teve o aval da Aneel para dar início à operação em teste das unidades geradoras UG1 a UG40, somando 44,1 MW, da usina UFV Boa Sorte 19, localizada no município de Paracatu, Minas Gerais.