Crise Climática

Setor privado é peça-chave na COP30, diz Corrêa do Lago

Embaixador André Corrêa do Lago, presidente da COP30, fala sobre metas climáticas | Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil
Embaixador André Corrêa do Lago, presidente da COP30, fala sobre metas climáticas | Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil

O presidente designado da COP30, André Corrêa do Lago, reforçou a necessidade de maior participação do setor privado nas discussões da conferência diante dos desafios das mudanças climáticas. Em sua sétima carta à comunidade internacional, Corrêa do Lago destacou a urgência de acelerar a implementação do Acordo de Paris por meio do estímulo a ações concretas e de ajustes estruturais em instituições capazes de contribuir para esse objetivo.

“Este momento sinaliza não apenas um marco diplomático, mas também uma oportunidade decisiva para os negócios. Com base nas COPs anteriores e no crescente envolvimento do setor privado, acredito que a COP30 pode se tornar a maior plataforma mundial de soluções climáticas transformadoras, onde empresas e outros atores poderão moldar a futura economia global”, afirmou.

Ele ressaltou ainda que a transição climática já impacta mercados globais e fluxos de investimento, representando uma oportunidade econômica significativa. Com escala e capacidade de inovação, o setor privado ocupa uma posição estratégica para apoiar a construção de uma nova economia, que envolverá desde energia renovável e agricultura regenerativa até infraestrutura digital e finanças sustentáveis.

“Em menos de 75 dias, o mundo se reunirá no coração da Amazônia brasileira, em Belém, para a COP30 — um momento decisivo para transformar anos de compromissos climáticos em implementação concreta. O momento de agir com urgência é agora. O setor privado já impulsionou a transição de forma relevante, mas precisa avançar ainda mais, ampliando seu engajamento para tornar essa transformação uma realidade exponencial”, escreveu o embaixador.

Agenda da COP30

A presidência da COP30 também lançou uma agenda de ações com 30 objetivos principais, organizados em torno de seis eixos temáticos: transição energética, sistemas alimentares, cidades, biodiversidade, desenvolvimento social e facilitadores, como finanças e infraestrutura digital. No documento, Corrêa do Lago convidou o setor privado a participar tanto das negociações formais quanto da agenda de ações da conferência.

“Em primeiro lugar, estamos priorizando a implementação dos compromissos já existentes, orientados pelos resultados do primeiro Balanço Global (GST), entregue na COP28. Em segundo, estamos mapeando e conectando iniciativas de COPs anteriores, muitas lideradas pelo setor privado, a fim de identificar sinergias, preencher lacunas e desbloquear oportunidades de escala. Em terceiro, estamos estabelecendo um sistema transparente para monitorar o progresso, evitar duplicações e reforçar a responsabilização por meio de resultados mensuráveis, com base no portal de Ação Climática Global da UNFCCC (conhecido como NAZCA)”, disse.