O Ministério de Minas e Energia (MME) e a Petrobras informaram que estão garantindo a normalidade do abastecimento nacional de combustíveis e o funcionamento adequado de refinarias, terminais e bases de distribuição.
Os comunicados foram publicados depois da invasão violenta por manifestantes aos edifícios do Congresso Nacional, ao Palácio do Planalto e ao Supremo Tribunal Federal (STF) realizada ontem, 8 de janeiro, em Brasília. Mobilizados em diversas regiões do Brasil, um dos alvos dos invasores seria a Refinaria de Duque de Caxias (Reduc) no Rio de Janeiro, com o objetivo de impedir a distribuição de combustíveis para a população. Houve convocações de protestos em outras refinarias, como a Repar, no Paraná.
Em nota, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, disse que a pasta está monitorando os protestos nas estruturas relacionadas à infraestrutura de combustíveis, em articulação com outros ministérios e estados para assegurar o suprimento.
Pela sua conta no Twitter, o ministro afirmou que há “uma série de crimes em curso que precisam ser respondidos com rigor da lei” e defendeu “apuração rápida e duras medidas”, especialmente dos líderes dos eventos.
A Federação Única dos Petroleiros (FUP) informou que entrou e contato com o serviço de inteligência e segurança corporativa da Petrobras, com o indicado à presidência da estatal, Jean Paul Prates, e com órgãos federais da área de segurança pública, a fim de alertar para “possíveis atos golpistas também em refinarias da Petrobras em todo o país.”
Segundo a federação, as tentativas de invasão têm sido reprimidas com atuação conjunta da FUP, dos sindicatos e do poder público. A entidade afirmou que foram mapeados pequenos grupos de manifestantes próximos das refinarias e distribuidoras em São Paulo, Minas Gerais e no Rio Grande do Sul, mas sem bloqueios ou impactos na operação das unidades.
A Petrobras, por sua vez, reafirmou na manhã desta segunda-feira, 9 de janeiro, que as refinarias estão operando normalmente. “A Petrobras está tomando todas as medidas preventivas de proteção necessárias, conforme procedimento padrão”, disse a estatal, em nota.
No Twitter, Prates afirmou que entrou em contato com o presidente interino da Petrobras, João Henrique Rittershaussen, e foi informado por ele que as equipes de segurança foram todas acionadas. Ele citou postagens que circulavam nas redes sociais convocando para manifestações próximas das refinarias da estatal. “Preocupação com Reduc, Replan, Revap, Refap, que estão nas postagens de convocação”, escreveu Prates, que completou ainda estar em contato com o ministro da Justiça, Flavio Dino, e com os governadores de estados que poderiam ser afetados por movimentações indevidas em refinarias e terminais.
Na Reduc, a Polícia Militar do Rio de Janeiro informou que reforçou o policiamento na região, incluindo arredores do Rio de Janeiro e as vias principais de acesso ao local. O governador do Rio, Claudio Castro, afirmou que determinou desde sábado que as forças de segurança do estado monitorassem os possíveis pontos e alvos de manifestações, especialmente a Reduc.
No Paraná, manifestantes bloquearam as entradas e saídas da Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), localizada em Araucária, na Região Metropolitana de Curitiba, na noite de ontem. Segundo vídeos publicados em redes sociais, os manifestantes arrancaram pedras do chão para impedir a entrada e saída de veículos na refinaria, e despejaram um caminhão de terra na tentativa de criar o bloqueio. A PM do Paraná informou que já desfez o bloqueio e informou que os veículos estão circulando normalmente.
O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, publicou no Twitter que as forças de segurança do estado estão preparadas para qualquer tentativa de fechamento de rodovias, obstrução de vias ou da refinaria Alberto Pasqualini, em Canoas.
(Atualizado em 09/01/2023, às15h, para inclusão de mais informações)