Combustíveis

Aterro sanitário de Manaus visa produção de biometano a partir de resíduos sólidos urbanos

Depois de anos de disputa na Justiça por conta de questões ambientais, o aterro sanitário de Manaus (AM) ficará pronto em setembro deste ano, o pontapé inicial de um grande projeto que envolve a gestão dos resíduos sólidos urbanos (RSUs) e seu aproveitamento energético. Para ser competitivo, o aterro contará com uma planta de produção de biometano com capacidade instalada de 60 mil m³/dia, que deve entrar em operação até 2026, e ainda exigirá investimentos adicionais na construção da infraestrutura da usina e para escoamento do combustível.

FORTALEZA, CE. 14.05.2022. ESPORTE. CAMPEONATO BRASILEIRO. FLUMINENSE X FORTALEZA. Lance na partida entre Fluminense e Fortaleza, válida pela série A do Campeonato Brasileiro na Arena Castelão, em Fortaleza. Foto: Jarbas Oliveira.
FORTALEZA, CE. 14.05.2022. ESPORTE. CAMPEONATO BRASILEIRO. FLUMINENSE X FORTALEZA. Lance na partida entre Fluminense e Fortaleza, válida pela série A do Campeonato Brasileiro na Arena Castelão, em Fortaleza. Foto: Jarbas Oliveira.

Depois de anos de disputa na Justiça por conta de questões ambientais, o aterro sanitário de Manaus (AM) ficará pronto em setembro deste ano, o pontapé inicial de um grande projeto que envolve a gestão dos resíduos sólidos urbanos (RSUs) e seu aproveitamento energético. Para ser competitivo, o aterro contará com uma planta de produção de biometano com capacidade instalada de 60 mil m³/dia, que deve entrar em operação até 2026, e ainda exigirá investimentos adicionais na construção da infraestrutura da usina e para escoamento do combustível.

O projeto é uma parceria entre a Marquise Ambiental, especializada na gestão de resíduos sólidos, e a MDC, por meio de sua subsidiária Ecometano. Segundo Hugo Nery dos Santos, presidente da Marquise Ambiental, o projeto ainda não fechou parceria com uma distribuidora de combustível da região. “Foram 12 anos de brigas e discussões para a construção deste aterro sanitário, levando em conta a sua complexidade ambiental, mas em setembro deste ano ele estará pronto para receber resíduos”, afirmou o executivo, durante visita ao complexo que inclui um aterro sanitário e uma usina de biometano das empresas, em Caucaia, no Ceará.

O aterro de Manaus, que foi objeto de uma disputa entre as empresas, o Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam) e o Ministério Público Federal (MPF) por conta dos licenciamentos ambientais, recebeu R$ 63 milhões em investimentos. Outros R$ 15 milhões serão investidos para o tratamento de chorume, não havendo previsão de valores para a usina de biometano e a infraestrutura de escoamento do combustível. O aterro deve receber cerca de 4 mil toneladas de resíduos por dia, cujo biogás será captado por um complexo de canos instalado na estrutura do aterro e depois purificado para a produção de biometano na usina.

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A construção e a gestão do aterro envolvem investimento elevado, assim como da planta da usina. No entanto, o resultado da produção do biometano compensa o custo de implantação. De acordo com Manuela Kayath, presidente da MDC, o projeto não contempla a geração de energia elétrica, mas não por uma questão de custo. “Se fôssemos produzir energia elétrica, ela seria tão ou mais competitiva do que outras fontes renováveis, como eólicas e solares, porque não precisaríamos do tratamento do biogás”, explicou Kayath.

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As empresas possuem parceria em outro projeto de aterro de sanitário, a GNR Fortaleza, localizada no município de Caucaia, no Ceará, que conta também com uma usina de produção de biometano a partir do biogás de RSUs.

Já a Marquise Ambiental faz também a gestão do aterro sanitário de Osasco, em São Paulo. Esse projeto teve um custo de cerca de R$ 100 milhões, devido não apenas à gestão do aterro, mas também a questões socioambientais na região. A planta ainda não realiza o aproveitamento do biogás e, por não receber resíduos suficientes para a produção de biometano, voltará seus planos futuros para a construção de uma usina de biogás com capacidade instalada de 3 MW.

*A repórter viajou a convite da MDC e da Marquise Ambiental.

Matéria atualizada às 10h32 do dia 6 de junho para alteração na redação sobre o custo de implantação da usina.

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