Combustíveis

Banco Central Europeu indica que preços da energia podem tornar a inflação persistente

Banco Central Europeu indica que preços da energia podem tornar a inflação persistente

A dirigente do conselho do Banco Central Europeu (BCE), Isabel Schnabel, disse que os efeitos indiretos nos preços de energia podem ser uma fonte de inflação persistente. “Eles não são um choque de preços ocasional que formuladores de política podem ignorar, em particular quando as pressões continuam se acumulando”, afirmou nesta quinta-feira (17), durante o painel sobre “políticas Monetária e Alterações Climáticas”.

Entre os “choques” listados, estão os embargos às importações de petróleo e gás russos impostos pela União Europeia (UE), Estados Unidos e pelo Reino Unido, com o objetivo de reduzir em dois terços a dependência. Além disso, Isabel Schnabel citou os efeitos da redução das emissões de gases do efeito estufa, que no curto prazo, representam “um custo que a política monetária não pode ignorar”, e questões como as mudanças climáticas, e a alta demanda por recursos para tecnologias verdes.

Para o economista-chefe do BCE, Philip Lane, a inflação na Europa, que chegou a 2,9% em fevereiro, provavelmente diminuirá à medida que os custos dos combustíveis se estabilizarem. Ele estimou que cerca de 0,80 p.p. dos preços ao consumidor foi “puramente devido ao choque dos preços da energia”. 

A inflação nos 19 países da zona do Euro atingiu um recorde de 5,9% no mês passado – quase três vezes a meta do BCE – e a expectativa é que continue a crescer após a invasão da Ucrânia pela Rússia e das sanções.

Ao final do evento, a política fiscal ganhou destaque como uma das formas de amortecer os choques de oferta. “As medidas precisam permanecer consistentes com o avanço da transição verde. Elas devem ser direcionadas para proteger aqueles que mais sofrem com as altas nos preços da energia, mantendo incentivos para reduzir as emissões de carbono”, disse Isabel Schnabel.