Biocombustíveis

Emissões de CO2 em carros elétricos são até 67% menores que veículos com motores flex

O impacto ambiental e climático de carros elétricos é significativamente inferior na comparação com veículos híbridos ou flex. Esse é o resultado de um estudo conduzido pelo Conselho Internacional de Transporte Limpo (ICCT Brasil), que analisou as emissões de gases de efeito estufa no ciclo de vida de três categorias de automóveis de passeio: compactos, médios e SUVs compactos.

Emissões de CO2 em carros elétricos são até 67% menores que veículos com motores flex

O impacto ambiental e climático de carros elétricos é significativamente inferior na comparação com veículos híbridos ou flex. Esse é o resultado de um estudo conduzido pelo Conselho Internacional de Transporte Limpo (ICCT Brasil), que analisou as emissões de gases de efeito estufa no ciclo de vida de três categorias de automóveis de passeio: compactos, médios e SUVs compactos.

O ICTT aponta que o setor de transporte no Brasil se destaca devido ao seu forte foco em biocombustíveis, com a maioria dos carros de passageiros sendo veículos flex (92% das vendas em 2020), operando com uma alta proporção de etanol à base de cana-de-açúcar na mistura média de combustível. 

Ainda assim, depois da agricultura e da mudança no uso da terra, o setor de transporte é a terceira maior fonte de emissões de gases de efeito estufa (GEE) no país. Alcançar a meta do Brasil de zerar as emissões de GEE líquidas até 2050 dependerá, portanto, de uma redução rápida das emissões de GEE nesse setor.

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De acordo com o levantamento, carros elétricos apresentam uma redução de 64% a 67% das emissões em comparação aos tradicionais veículos a combustão com motores flex, considerando no cálculo a média de participação do mercado entre gasolina e etanol. 

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Já os automóveis elétricos e a combustão foram avaliados nas categorias de compactos e SUVs compactos, devido a disponibilidade no mercado brasileiro, dois tipos de modelos híbridos foram analisados adicionalmente para veículos médios. Em ambos, as reduções nos níveis de emissões não foram expressivas o suficiente para compensar investimentos na tecnologia, comparados a modelos a combustão, com resultados abaixo dos 15%. 

O estudo indica também que automóveis a combustão abastecidos apenas com etanol apresentam 32% de redução de emissões de gases de efeito estufa, enquanto carros que rodam exclusivamente com gasolina emitem 21% a mais, ambos em comparação com a média de participação do mercado entre gasolina e etanol.

Existem aproximadamente 38 milhões de automóveis registrados no Brasil, de acordo com dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), número responsável por 31% das emissões de gases de efeito estufa nos transportes. 

Segundo Carmen Araujo, do ICCT Brasil, “os veículos elétricos aceleram a descarbonização da frota, considerando a vantagem da matriz elétrica brasileira limpa e a eficiência energética que a solução traz”. Para André Cieplinski, um dos autores do estudo, “a ambiciosa meta brasileira de atingir a neutralidade climática em 2050 exige grandes esforços no setor de transportes, sendo fundamental implementar o quanto antes tecnologias com o maior potencial de redução de emissões”.