Biocombustíveis

Especialistas pedem ‘pragmatismo’ em discussões sobre hidrogênio e emissões de combustíveis

O desafio da transição energética exigirá soluções variadas, aproveitando as potencialidades regionais. A diversidade de combustíveis nesse processo e o pragmatismo das discussões foram apontadas por especialistas durante o evento “Transição energética no mar - visão do Brasil”. Para Izabela Teixeira, conselheira do BNDES e ex-ministra do Meio Ambiente (2010-2016), as soluções passam por países do chamado ‘sul global’. Ela participou de painel nesta segunda-feira, 29 de abril, no evento que está sendo realizado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), no Rio de Janeiro.

Especialistas pedem ‘pragmatismo’ em discussões sobre hidrogênio e emissões de combustíveis

O desafio da transição energética exigirá soluções variadas, aproveitando as potencialidades regionais. A diversidade de combustíveis nesse processo e o pragmatismo das discussões foram apontadas por especialistas durante o evento “Transição energética no mar – visão do Brasil”.

Para Izabela Teixeira, conselheira do BNDES e ex-ministra do Meio Ambiente (2010-2016), as soluções passam por países do chamado ‘sul global’. Ela participou de painel nesta segunda-feira, 29 de abril, no evento que está sendo realizado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), no Rio de Janeiro.

“Não existem soluções definidas pelos países que são grandes emissores de carbono e que nos últimos anos não conseguiram ser provedores de soluções. Não adianta estabelecer barreiras não tarifarias em torno de questões, como se isso fosse bloquear as soluções do mundo”, disse Teixeira.

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Ela também mencionou a grande necessidade de água que a produção de hidrogênio verde demanda: “As pessoas não falam disso, falam de neutralização de emissões sem fazer a equalização necessária”, observou. Para ela, é preciso que haja “pragmatismo” na discussão.

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A vice-presidente de Estratégia e Sustentabilidade da Raízen, Paula Kovarsky, mencionou que, para a empresa, a eletrificação da frota não é uma solução interessante para o Brasil, que já tem uma indústria de etanol consolidada.

“O Brasil não pode largar querendo copiar as alternativas que estão sendo adotadas pelo norte global. Temos que olhar com muita atenção, inteligência e pragmatismo para o que está disponível no país”, disse.

Para ela, há uma “miopia” em relação às métricas utilizadas para mensurar as emissões na produção de biocombustíveis na região. “No Brasil estamos falando de biocombustíveis produzidos por agricultura tropical, que é mais eficiente do que a agricultura do Norte. Não compete com alimentos”. Assim, Kovarsky acredita ser necessário que haja mais rigor na nomenclatura e na certificação dos combustíveis, com base na realidade de regiões tropicais.

O diretor Comercial e de Estratégia da Inpasa, Gustavo Mariano, mencionou que a produção de etanol de milho gerou destinação para parte da safra que antes era desprezada. A empresa já fornece óleos vegetais para a produção de SAF e estuda a implantação de uma planta de e-metanol na América do Sul.

Paula Kovarsky e o professor da Coppe/UFRJ Alexandre Szklo avaliam que combustíveis do tipo drop-in, que não necessitam de adaptações nos motores, serão importantes para a transição, já que haveria um grande desafio para uma eventual troca de toda a frota naval ou aérea para fontes como bateria ou hidrogênio. A necessidade de aumentar a escala das soluções também foi mencionada pelos participantes.