Biocombustíveis

Itaipu aposta em descarbonização e estuda hidrogênio em pó e biocombustíveis

O Parque Tecnológico de Itaipu (PTI) acumula R$ 800 milhões em contratos e 116 projetos em desenvolvimento. Só no último ano, o parque mais que dobrou o número de contratos e convênios. Entre os projetos, há destaque para a tecnologia do hidrogênio de baixo carbono e seus usos, biogás e outros biocombustíveis, sempre com viés de contribuir com a redução das emissões de carbono. O espaço foi criado há 20 anos sob a temática de desenvolvimento de projetos no setor de energia, visando a atualização tecnológica da hidrelétrica de Itaipu. Desde então, diversos projetos customizados foram entregues por meio de programas de pesquisa e desenvolvimento (P&D) e de demandas de empresas e entidades para estudo.

Itaipu aposta em descarbonização e estuda hidrogênio em pó e biocombustíveis

O Parque Tecnológico de Itaipu (PTI) acumula R$ 800 milhões em contratos e 116 projetos em desenvolvimento. Só no último ano, o parque mais que dobrou o número de contratos e convênios. Entre os projetos, há destaque para a tecnologia do hidrogênio de baixo carbono e seus usos, biogás e outros biocombustíveis, sempre com viés de contribuir com a redução das emissões de carbono.

O espaço foi criado há 20 anos sob a temática de desenvolvimento de projetos no setor de energia, visando a atualização tecnológica da hidrelétrica de Itaipu. Desde então, diversos projetos customizados foram entregues por meio de programas de pesquisa e desenvolvimento (P&D) e de demandas de empresas e entidades para estudo.

Não por acaso, o parque tecnológico conta com uma planta de hidrogênio com mais de dez anos de operação, o que permite entregar estudos sobre a depreciação de equipamentos e da sua vida útil.

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“Não necessariamente, pela nossa vocação, a gente vai a mercado para ganhar dinheiro com isso, mas investimentos em pesquisa e desenvolvimento até um certo momento, depois disso cabe às empresas e indústrias irem a mercado. Itaipu investe na contribuição da descarbonização do planeta, então ela investe nesses projetos de pesquisa, desenvolvimento e inovação (P&DI)”, disse Eduardo de Miranda, diretor de Negócios e Empreendedorismo do parque a jornalistas convidados.

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No próximo ano, a expectativa é que o PTI lance uma estação para abastecimento veicular, além de soluções customizadas de armazenamento em baterias para comunidades isoladas e uma planta de combustível sustentável de aviação (SAF), por meio de biometano.

“O parque vem em uma expansão de investimentos em tecnologia, ciência e pesquisa. Algo que foi deixado um pouco para trás nos últimos anos e a gente vem retomando isso junto com a abertura do parque para a sociedade”, completou o diretor do PTI.

Entre os contratos e convênios, o PTI aposta em projetos de transição energética e de novas fontes de energia, com a ampliação da aplicação de projetos de hidrogênio e baterias. São cerca de 900 pessoas trabalhando direta ou indiretamente em suas instalações, das quais cerca de 270 são de bolsista e voluntários.

Hidrogênio em pó e posto de abastecimento veicular 

Entre os projetos desenvolvimentos nos laboratórios do PTI, está o do hidrogênio em pó. O projeto vinculado à Furnas prevê o estudo de compostos de absorção e dessorção, com a captura do hidrogênio, sua transformação em estado sólido, e depois com liberação na forma de gás para utilização.

Outro projeto é o de abastecimento vinculado ao turismo do parque de Itaipu, com a disponibilização de ônibus movidos a hidrogênio – tanto por combustão interna de hidrogênio quanto por células a combustível – para a circulação no parque.

Segundo Eduardo de Miranda, a expectativa é que até o ano que vem o PTI possa ter alguns exemplares de veículos a hidrogênio, com o ‘posto’ funcionando. O posto é um nome popular e, na verdade, o abastecimento ocorre por meio de um dispenser de hidrogênio.

“A gente vai comprar uma unidade de abastecimento, vai se apropriar dos processos de operação e manutenção e vai dominar essa tecnologia. Isso serve para quê? Para capacitar esse mercado, porque a tendência é que o mercado de hidrogênio exista sim ou sim”, contou Adalberto Tavares, pesquisador do Centro de Tecnologias em Hidrogênio do PTI.

Nova rota tecnológica do biogás em Itaipu

O parque tecnológico também opera uma planta de biogás que utiliza resíduos sólidos orgânicos da região da tríplice fronteira com o Paraguai e a Argentina para abastecimento veicular. E nessa mesma planta, recentemente, os pesquisadores trabalham na produção de bio-syncrude, que é uma mistura de hidrocarbonetos pesados, entre eles bioquerosene de aviação, diesel verde, biogasolina, que após o refino é obtido o combustível sustentável de aviação, o SAF.

A motivação para esse estudo, como contou Gabriela Bonassa, técnica em Engenharia e Operações do CIBiogás, é o desenvolvimento para essa quarta rota para produção de hidrocarbonetos para setores de difícil abatimento de metas de descarbonização, como o caso da aviação civil.

“A nossa planta é a primeira do Brasil para a produção de hidrocarbonetos renováveis a partir do biogás, incluindo esse refino a combustível sustentável de aviação”, contou Gabriela Bonassa.

A planta tem a capacidade de processar 50 metros cúbicos/dia de biogás e isso se converte em 8 quilos de bio-syncrude, que é a fração mais pesada que após um refino é convertida em cerca de 10% de SAF.

“A inovação nisso tudo é que apesar do processo de refino do biogás estar distribuído em todo o território nacional ou a nível global, a parte da conversão do aproveitamento do biogás junto a hidrogênio eletrolítico para a produção de SAF é algo inovador e que a gente só encontra aqui [Itaipu]”, completou a pesquisadora do CIBiogás.

*A jornalista viajou a convite de Itaipu