O Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP), em parceria com a Leggio Consultoria, publicou estudo que indica que a demanda por combustíveis e biocombustíveis continuará crescendo em um horizonte de dez anos, e o Brasil deverá se manter como importador líquido até 2035. Caso o cenário se confirme, o estudo estima que será necessário um investimento de cerca de R$ 118 bilhões em infraestrutura.
Desse total, por volta de R$ 8,7 bilhões serão necessários em infraestrutura dedicada ao segmento de downstream, como portos, terminais, dutos e ferrovias, enquanto R$ 109 bilhões irão para projetos que atendam as diversas indústrias do setor que não dependam unicamente do transporte de combustíveis para sua viabilidade.
Uma vez realizados tais investimentos e implementada a sistemática monofásica para tributação dos combustíveis (fósseis e biocombustíveis), conforme definido na LC 192/22 — com alíquotas fixas e uniformes, por produto, em âmbito nacional — espera-se uma redução no custo anual total de distribuição no país de R$ 2,6 bilhões, a partir de 2035, eliminando-se perdas tributárias e ineficiências logísticas do setor.
De acordo com o estudo, “o melhor modelo para atrair os investimentos necessários à garantia do abastecimento nacional e, até mesmo montantes adicionais, é aquele que preza pelo incentivo a competição, o que não acontecerá apenas com a ampliação do acesso às mesmas rotas logísticas vigentes – configuradas para complementar o abastecimento das cadeias atualmente existentes – mas, pelo estímulo ao estabelecimento de rotas logísticas alternativas”.
Além disso, potenciais vantagens ambientais pela migração de fluxos do modal rodoviário para modais alternativos de alto volume, poderão levar a uma redução das emissões de CO2 no transporte de combustíveis estimada em 15%.