No primeiro trimestre de 2023, os combustíveis fósseis geraram 5,4% da eletricidade do Brasil, metade do registrado no mesmo período do ano passado. Apenas em fevereiro, a fonte representou 5% da energia gerada no país, menor índice registrado na última década.
A análise, do think tank britânico Ember, ainda aponta que a menor participação decorre do crescimento das fontes eólica e solar fotovoltaica. Além disso, a recente melhoria no desempenho das hidrelétricas também permitiu uma redução no uso dos combustíveis fósseis, com a geração hidráulica atingindo um recorde de 125 TWh no primeiro trimestre de 2023, alta de 3,4% em relação mesmo período de 2022.
Apesar do crescimento da eólica e solar, a Ember alerta que a demanda de energia do Brasil cresceu de forma consistente, subindo quase 25% desde 2011. Já a geração hidrelétrica teve um desempenho reduzido na última década, com o fator de capacidade anual caindo de 59% em 2011, para 38% em 2021. “Como resultado, apesar de um aumento de capacidade de mais de 30%, a geração hidrelétrica não cresceu desde 2011”, afirma o documento.
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A energia eólica e a solar fotovoltaica atenderam a 73% do crescimento da demanda desde 2011. A geração eólica cresceu 36% anualmente desde 2011 e a solar 26%.
“O Brasil não pode depender de boas condições hídricas para atender de forma confiável à crescente demanda e reduzir as emissões do setor de energia. Com as condições do El Niño se confirmando e os padrões climáticos alterados, devido às mudanças climáticas, a maneira mais barata e confiável de um fornecimento de energia seguro”, disse Matt Ewen, analista de dados da Ember.
Com o resultado do declínio dos combustíveis fósseis, as emissões do setor de energia do Brasil caíram 29% (-3,7 milhões de toneladas de CO2) no primeiro trimestre de 2023 em comparação com o primeiro trimestre de 2022, apesar do crescimento geral da geração de 4 TW/hora no mesmo período.
