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A Compass Energia, da Cosan, aposta em fornecer gás aos geradores participantes do leilão de reserva de capacidade previsto para junho, por meio de contratos que atendam às necessidades de flexibilidade. Segundo o diretor presidente, Antônio Simões, a empresa está conversando com potenciais parceiros interessados no certame.
“O leilão pode trazer liquidez, discussão de volumes e, na medida que esse suprimento venha a acontecer, vai trazer outra dinâmica para o mercado. Nos seremos supridores de gás. Em anos anteriores, consideramos investimentos em projetos térmicos, mas, agora, não é algo que estamos olhando. Agora, vamos olhar a materialização do mercado livre de gás e as flexibilidades do [nosso] terminal”, disse o executivo, em teleconferência para apresentação de resultados de 2024 nesta quarta-feira, 26 de fevereiro.
Novos volumes e clientes
Segundo o executivo, a expectativa da empresa é continuar o crescimento da sua base de clientes industriais e de residências e comércio.
Em relação à Edge, braço de comercialização de gás, Simões destacou que já há 30 clientes em vários estados na base e uma série de outros contratos em fase de desenvolvimento ainda não anunciados.
“Vamos, ao longo do ano, operar em escala. Esse negócio só aconteceu porque os clientes também perceberam o valor de migrar para o mercado livre. A nossa intenção é entregar a primeira fase do projeto de small scale na segunda metade do ano”, disse Júnior.
Questionado sobre o impacto do suprimento de gás devido às altas temperaturas, o diretor confirmou preocupação com a oferta da molécula diante da demanda elevada, porém “não são deslocamentos importantes” no médio e longo prazo. Por isso, a companhia tem montado um portfólio diversificado e notou uma maior entrada de gás da Bolívia.
“Estamos conversando com grandes supridores para estarmos atento a outras oportunidades. Tem mais gás vindo da Bolívia e estamos participando um pouco. Também tem umas discussões sobre preparar fluxo inverso da Argentina, mas não se materializou. Temos acordos fechados não firmes e, quando houver oportunidade, vamos discutir preço, condições, volumes e participar também desse mercado, trazendo para dentro o portfólio”, disse.
Por sua vez, Marcos Guilherme Tiburcio Fernandes, vice-presidente Financeiro e de Relações com Investidores da empresa, apontou que a meta é a expansão malhas de distribuição para garantir do curto ao longo prazo, principalmente para crescimento no mercado residencial.
Compass no 4T2024
A companhia registrou lucro líquido ajustado de R$ 741 milhões no quarto trimestre de 2024, crescimento de 42% na comparação com o mesmo período da etapa anterior.
Também houve aumento da receita operacional líquida, que avançou 16%, a R$ 4,9 bilhões, e do Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização), que teve alta de 37%, a R$ 1,5 bilhões.
No período, a empresa investiu cerca de R$ 739 milhões, usados principalmente na expansão das operações de distribuição de gás natural e em investimentos nos projetos da Edge.
“Encerramos o ano de 2024 com sólidos resultados, impactados pelo início da venda de gás natural liquefeito pela Edge e pela resiliência no segmento de distribuição”, destacou Fernandes.
Distribuição de gás
Composto pelos resultados das controladas (Comgás, Sulgás, Necta e Compagas), a empresa distribuiu 14,7 MMm³/d de gás natural, melhora de 9% na mesma de comparação. Segundo a Compass, o resultado é justificado pelos maiores volumes de distribuição nos segmentos residencial, reflexo do ritmo de conexões e temperaturas mais amenas no período; comercial, impulsionado principalmente pelos setores gastronômico e hoteleiro; e industrial, com forte recuperação, principalmente pelo setor ceramista. O setor automotivo segue impactado pela competitividade de preço frente a outros combustíveis.
Dentro da Edge, que concentra o TRSP, comercialização, Gás Natural Liquefeito para B2B e os projetos de biometano, foram entregues 269 milhões de m³ por meio das diferentes fontes de originação, um crescimento de 4%.