A decisão da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados, incluindo a Rússia, (Opep+) de cortar 2 milhões de barris diários na produção da commodity poderá levar a economia global à recessão, afirma novo relatório mensal da Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês).
Para a agência, há uma “deterioração implacável” da economia agravada pelo aumento nos preços do petróleo, queda nas expectativas de crescimento do PIB global, uma possível recessão na Europa e os riscos crescentes para economias emergentes devem reduzir a demanda do petróleo “drasticamente”, além de serem o ponto de “inflexão” para economia global.
Mesmo com a substituição do gás natural (GN) por fontes renováveis, a economia global e a segurança energética “correm riscos”, já que uma contração de 340 kb/d de petróleo deverá ocorrer no 4T22. Até o final do ano, a previsão de crescimento da demanda mundial de petróleo feito pela IEA é de 1,9 milhões de barris/dia, abaixo dos 3,2 milhões de barris/dia previstos antes da invasão da Ucrânia pela Rússia. Já para 2023, o relatório prevê uma demanda de 1,7 milhões.
Embora o aumento nos preços do petróleo possa equilibrar o mercado por meio de oferta adicional, a IEA teme uma possível queda nas ofertas de produtores, principalmente de xisto dos Estados Unidos, que ainda seguem “lutando” contra as restrições da cadeia de suprimentos “ até agora”.
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