O preço das importações de gás natural liquefeito teve um aumento de 531%, enquanto o de óleo combustível, principal produto importado, teve uma alta de 66% em janeiro de 2022. As altas são em comparação ao mesmo mês de 2021 e foram divulgados na última sexta-feira, 18 de fevereiro, pelo Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da FGV, por meio do Indicador de Comércio Exterior (Icomex) da FGV, que apura mensalmente resultados de um conjunto de indicadores da balança comercial.
Tanto para o gás natural, quanto para o óleo combustível, os Estados Unidos são o principal fornecedor, responsáveis por 61,4% das compras de combustíveis e 81,4% do GNL (aumento de 809%). Dessa forma, os Estados Unidos se destacam como fornecedor de energia e a China de insumos e componentes para a indústria.
No acumulado dos últimos 12 meses, as exportações de petróleo e derivados apresentou queda de 4,2%, enquanto as importações tiveram um aumento de 47,7% no mesmo período. A expectativa é que o primeiro trimestre de 2022 feche com queda de 10,7% nas exportações de petróleo e derivados, enquanto as importações aumentem 52,5% na comparação com o mesmo período de 2021.
O Icomex ainda aponta que o ano iniciou com um déficit de US$ 214,4 milhões na balança comercial. Apesar do montante, o boletim destaca que esse não é um resultado inesperado na série histórica da balança em janeiro.
Desde 2009, quando as commodities passaram a explicar mais de 50% das exportações brasileiras e a China alçou o posto de principal mercado, o saldo só foi superavitário quatro vezes no mês de janeiro. No ano de 2021, o saldo foi negativo no valor de US$ 219,8 milhões.
Ainda segundo o indicador do Ibre, as turbulências no cenário mundial com as tensões entre a Rússia e os Estados Unidos elevam os preços do petróleo e, ao mesmo tempo, não é esperada grandes elevações nos preços da agropecuária.
Além disso, considerando que este será um ano de eleições presidenciais no país, com um cenário político internacional tensionado entre os Estados Unidos, Rússia e China, os movimentos cambiais deverão ser mais voláteis e os operadores de comércio exterior mais cautelosos.
“Talvez a única certeza possível seja, com previsões de crescimento do PIB do Brasil abaixo de 1%, que o volume importado não venha a recuar, e o valor dependerá dos preços na economia mundial. Isto, na hipótese que novos efeitos da pandemia não se façam presentes”, aponta trecho do Icomex.